Sem Joel Embiid, Philadelphia 76ers não iria aos playoffs da NBA

Pivô retornou após quatro jogos de ausência e detonou o Bulls

Joel Embiid 76ers playoffs Fonte: David Dow / AFP

Atual MVP da NBA, Joel Embiid é a grande razão pela classificação do Philadelphia 76ers, rumo aos playoffs de 2023/24. Após vencer o prêmio máximo individual na última temporada, Embiid veio ainda melhor para a nova campanha. Não por menos, o 76ers é praticamente imbatível com ele em quadra. No entanto, sem ele, o time não iria a lugar algum.

Apesar de o Sixers contar com jogadores talentosos como Tyrese Maxey e Tobias Harris, a equipe não consegue ser forte o bastante sem o camaronês. Até o momento, Joel Embiid não atuou em sete partidas e o 76ers perdeu cinco delas, enquanto o time não teria a menor chance de classificar aos playoffs. Com 28.6% de aproveitamento, ocuparia por volta do 12° ou 13° lugar no Leste, algo com o que o Charlotte Hornets faz hoje.

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É natural que exista certa dependência de alguns jogadores na NBA, mas o caso de Embiid é especial. Para ter uma noção do que sua presença em quadra representa, o Sixers venceu 21 dos 26 jogos com ele até aqui. Ou seja, um aproveitamento de 80.8%, o que daria ao time o primeiro lugar no Leste. Aliás, teria a melhor campanha de toda a liga.

Claro que a narrativa ainda pesa em favor do pivô para repetir o MVP. Afinal, o 76ers trocou um astro (James Harden) e recebeu jogadores de composição de elenco, como os veteranos Robert Covington, Nicolas Batum e Marcus Morris. Mas mesmo assim, o Sixers faz uma temporada muito forte, ocupando a terceira posição em sua Conferência.

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Na vitória sobre o Chicago Bulls, na noite de terça-feira, Joel Embiid voltou às quadras após quatro partidas fora por lesão no tornozelo. Logo no primeiro quarto, o Sixers abriu 27 pontos. Tem noção que o mesmo Bulls venceu o 76ers no jogo anterior?

É essa a diferença que ele fez em quadra. Um absurdo e foi justamente contra Chicago, que faz campanha de recuperação e vinha vencendo a maioria de seus jogos sem Zach LaVine. Então, por mais que Andre Drummond venha pegando todos os rebotes possíveis, sua fragilidade na defesa ficou escancarada com a performance de Joel Embiid. Apenas no primeiro tempo, o camaronês somava 22 pontos, oito rebotes e cinco assistências. Ele terminou com 31 pontos, 15 rebotes e dez passes decisivos sem voltar para o último quarto.

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Ou seja, Joel Embiid começa a ter um impacto tão dominante que não se via em um pivô (nos dois lados da quadra) que não se via desde Shaquille O’Neal. Embora O’Neal não seja tão reconhecido como um grande defensor (apenas três vezes eleito para os times ideais do quesito), ele “assustava” oponentes, que sequer se arriscavam entrar no garrafão. Enquanto isso, no ataque, a NBA jamais viu alguém que, por conta de sua técnica, força e tamanho, dominasse a área pintada.

Tá, talvez Wilt Chamberlain.

Mas o fato é que Embiid faz coisas espetaculares que nenhum outro pivô da atualidade passa perto de fazer. E ainda tem uma diferença crucial entre Shaq e ele: o jogador do 76ers não evita ir para o lance livre. Aliás, ao contrário.

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Lances livres

Sabendo de sua técnica, ele para perto da cabeça do garrafão quando recebe a bola, faz o fake e arremessa ou tenta a progressão para a cesta. O’Neal jamais fez algo similar.

É verdade que Joel Embiid arremessa muitos lances livres (11.6 tentativas por jogo em 2023/24), mas Shaquille O’Neal, em seu auge, teve dez temporadas com dez tentativas ou mais. Em 2000/01, por exemplo, Shaq teve 13.1 por partida. A diferença é que Embiid converte (82.4% na carreira e 88.7% na atual temporada). Enquanto isso, Shaq terminou sua carreira com 52.7% e jamais passou de 62.2% em uma temporada.

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Mas a comparação com Shaquille O’Neal só se faz porque não existe outro pivô com características similares pela dominância. O jogo parece mais com o de Hakeem Olajuwon, por exemplo. E Olajuwon (o mais completo de todos os tempos da posição, na minha opinião), não explorava tanto o lance livre até por não ser especialista (71.2%).

Enquanto isso, Joel Embiid faz o 76ers vencer e ir aos playoffs todos os anos porque tem o artifício. Aliás, não só por isso, mas é uma qualidade que os pivôs de antigamente raramente tinham. Talvez, o melhor no quesito até então, não teve uma carreira tão longeva na NBA, até pela idade que chegou: Arvydas Sabonis (78.3%).

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Hoje, existe uma disputa clara entre Joel Embiid e Nikola Jokic pelo posto de melhor jogador da liga. É a quarta temporada consecutiva que a NBA tem os dois entre os primeiros na disputa pelo MVP. Enquanto o sérvio venceu os dois primeiros deles, Embiid ficou com o prêmio de 2022/23.

Mas existe concorrência.

MVP?

Apesar de Joel Embiid aparecer como o principal candidato ao MVP em 2023/24, sempre é bom lembrar que narrativas fazem parte do processo. Bem, pelo menos, de alguns anos até aqui. Quem não se lembra do prêmio que Russell Westbrook levou quando fez temporada de triplo-duplo? A NBA sempre premiou o melhor jogador da liga sendo o cara que fez a diferença para aquele determinado time ficar até na terceira posição de sua Conferência.

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Com Westbrook, a NBA deu o MVP a ele com o Oklahoma City Thunder ocupando o sexto lugar no Oeste.

Então, olhando para a classificação hoje, qual a chance de algo assim se repetir? No momento deste texto, o Indiana Pacers ocupa a sexta posição do Leste, enquanto o Minnesota Timberwolves é o do Oeste.

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Não vai acontecer, por mais que Tyrese Haliburton esteja fazendo de tudo no Pacers e liderando a liga em assistências.

Mas quando um time sequer disputou os playoffs na última temporada e briga pelos primeiros lugares? É aí que entra o principal concorrente de Joel Embiid ao MVP: Shai Gilgeous-Alexander.

O próximo ranking da Corrida para o MVP só sai na sexta-feira, então será interessante ver em que lugar o astro do Thunder vai aparecer.

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Enquanto o Denver Nuggets vê a rápida aproximação do Los Angeles Clippers na tabela, o Thunder já começa a pensar no Minnesota Timberwolves.

Portanto, se a equipe de Oklahoma City superar o Timberwolves em algum ponto da temporada, não se assuste se a narrativa passar a colocar Gilgeous-Alexander como o principal candidato.

Temporada do Sixers

Por outro lado, também vai depender do que o 76ers vai fazer até se classificar aos playoffs e se Joel Embiid não vai perder mais do que dez jogos. Isso porque a nova regra da NBA força os jogadores a atuarem, pelo menos, 65 vezes na temporada regular. Ele já não esteve em sete, então é algo para ficarmos de olho. Basta uma lesão (três batidas na madeira) para o pivô ficar fora de outras partidas.

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E entre Milwaukee Bucks, segundo do Leste, e o Sixers, eu diria que a equipe de Philadelphia venceria uma série de playoffs hoje. Claro, desde que Joel Embiid esteja em quadra. Na última temporada, por exemplo, o pivô chegou com lesão, agravou diante do Brooklyn Nets e ele jogou contra o Boston Celtics muito abaixo de suas melhores condições físicas.

Então, algumas coisas precisam acontecer para Embiid ficar com o prêmio novamente.

Primeiro, ter certeza de que o Sixers termine a fase regular entre os dois ou três primeiros. No achismo, o 76ers ainda supera o Bucks em breve. Depois, que Joel Embiid não perca muitos jogos.

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De novo, o time até tem Tyrese Maxey e Tobias Harris jogando muito bem. Maxey, inclusive, pode ir ao All-Star Game. Mas é pouco. Por mais que Paul Reed esteja se estabelecendo como um bom reserva, ele não é Embiid e o 76ers fica muito abaixo quando ele está em quadra.

Hoje, Joel Embiid lidera a liga no plus/minus, com 10.6. Ou seja, é uma estatística imperfeita (mas importante) que mostra quantos pontos o time tem de saldo quando um jogador está ou não em quadra. Enquanto isso, Gilgeous-Alexander é o quarto, com 9.8 e Jokic é o quinto, com 9.2.

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Sem Joel Embiid

O fato é que sem ele em quadra, o 76ers não iria aos playoffs e brigaria por play-in. Com duas vitórias em sete jogos, o time não teve bom comportamento. Até Tyrese Maxey teve jogos ruins sem a principal referência.

Assim, o aproveitamento do time em arremessos cai para 45.2%, 34.7% em três pontos e 77.6% nos lances livres. Com ele, os índices ofensivos sobem para 48.9%, 38.3% e 85.7%, respectivamente.

Claro que se você tirar o melhor jogador de um time, a queda é prevista. Em uma liga que concentra dois ou três grandes nomes, é natural que o aproveitamento geral não seja o mesmo. Podemos falar disso em vitórias e derrotas ou em números básicos de jogos.

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Mas o fato é que se você tirar Gilgeous-Alexander ou Jokic de seus times, outros jogadores vão crescer de produção. É o que você espera de caras como Chet Holmgren, Jalen Williams, Lu Dort e Josh Giddey no Thunder. Assim como no Nuggets, que Jamal Murray, Michael Porter e Aaron Gordon.

É óbvio que não seriam equipes na disputa do título ou algo assim, mas pelo talento de outros atletas, você sabe que poderiam, no mínimo, chegarem em condição de brigar por playoffs.

O Sixers? Não. Não mesmo. É aí que Joel Embiid faz toda a diferença para colocar o 76ers nos playoffs.

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