Seleção dos EUA não é Dream Team, mas das Olimpíadas de 1996 é subestimada

Time contava com os melhores jogadores em atividade e foi ouro em Atlanta

Dream Team EUA Olimpíadas Fonte: Reprodução / X

Quatro anos separaram dois dos maiores times de basquete de todos os tempos. Ambos dos EUA: o consagrado Dream Team, de Barcelona-92 e time que disputou as Olimpíadas de 1996, em Atlanta. Mas se tem algo que não tem nada a ver com isso é o que vai disputar os jogos de Paris.

Apesar de contar com grandes nomes como LeBron James, Stephen Curry e Kevin Durant, o basquete mudou. Mas até que ponto o time de 2024 é candidato ao ouro, após amistosos estranhos? Vale dizer que a seleção dos EUA ainda é favorita nas Olimpíadas e existe a chance de “pegar no tranco”. O problema é que algumas coisas ainda não funcionaram. Joel Embiid, por exemplo, faz uma preparação horrível.

É fato que, por enquanto, o time dos EUA que vai disputar as Olimpíadas de 2024 está muito longe de ser chamado de Dream Team. Aliás, muita gente reclama sobre o “apelido”. Para muitos, é só o de 92. Mas aí a gente ignora que em 1994 a seleção “passeou” na Copa do Mundo e, na época, ganhou a nomenclatura como sequência.

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Sim, era o Dream Team II. Mas quase ninguém lembra quem fazia parte. Afinal, o peso das Olimpíadas parece ser maior. Basta ver que nos últimos dois Mundiais, a equipe dos Estados Unidos não venceu. Não ganha desde 2014.

No segundo Dream Team, os melhores eram um jovem Shaquille O’Neal, Dominique Wilkins e Shawn Kemp. Apesar de ter Shaq, ele ainda não era o “jogador mais dominante”. Então, dá para notar uma grande diferença entre os times de 1992 e o de 1994.

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Mas para analisarmos o de 1996, é necessário explicar como o time dos EUA virou Dream Team nas Olimpíadas de 1992.

Primeiro, falando de ego, se não vence o troféu ou a medalha de melhor do torneio, o americano fica com o orgulho ferido. Mais ou menos o que já sentimos sobre futebol por aqui. Então, após a perda do ouro em 1988, houve um acordo entre a FIBA e a USA Basketball. Até então, apenas jogadores universitários representavam os EUA em Olimpíadas e Mundiais.

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Assim que liberaram, caras como Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird confirmaram suas presenças. E ali estavam, provavelmente, dez dos melhores jogadores que a seleção dos EUA poderia enviar para as Olimpíadas. Dez porque um viria do basquete universitário. Enquanto isso, alguns nomes foram “esquecidos” como Dominique Wilkins e, claro, Isiah Thomas.

Claro que Chris Mullin era um All-Star e arremessador espetacular, mas Thomas era um jogador bem melhor e maior, já duas vezes campeão. E havia a dúvida sobre as presenças de Magic e Bird. Isso porque o primeiro não atuou na temporada 1991/92 por causa da doença, enquanto o ex-jogador do Boston Celtics tinha sérios problemas nas costas e encerraria sua carreira ali mesmo, nas Olimpíadas do Dream Team original. Ele sequer voltou para mais uma campanha na NBA.

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Então, como o jogador universitário em questão era Christian Laettner (gigante na NCAA, mas um eventual astro na NBA), estamos falando de, provavelmente, os dez melhores da liga no Dream Team.

Dream Team de 1992 muito melhor que 1996?

Aí é o ponto do texto. Embora o Dream Team original seja quase perfeito por nomes, lembre-se das situações de Magic Johnson, Larry Bird, Chris Mullin e Christian Laettner. Enquanto os dois primeiros estavam ativando o modo “vamos jogar golfe no fim de semana”, Mullin teve só mais um ano All-Star (1992/93) e Laettner teve uma carreira bem menos imponente.

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É óbvio que os nomes vão pesar muito. Michael Jordan foi “só” o melhor de todos os tempos a jogar o esporte. Mas tendo, pelo menos, quatro jogadores que não eram exatamente os melhores naquele momento, é necessário fazer uma breve revisão aqui.

Não estou falando sobre a carreira de Magic ou Bird. Foram incríveis e estão entre os dez melhores da história. Mas o ponto é: em 1992, eles já não eram mais jovens e no ápice. O Dream Team foi absolutamente sensacional, até pelo que envolvia tudo. Só não foi com todo o seu potencial, digamos assim.

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E sabe de uma coisa? O Dream Team “passou o carro” nas Olimpíadas e a seleção dos EUA voltou a triunfar. É apenas natural que seja eleito o melhor time de todos os tempos.

Mas veja o que a equipe dos EUA mandou para as Olimpíadas de 1996.

Elenco

Armadores: Penny Hardaway, Gary Payton e John Stockton
Alas-armadores: Mitch Richmond e Reggie Miller
Alas: Scottie Pippen e Grant Hill
Alas-pivôs: Karl Malone e Charles Barkley
Pivôs: Shaquille O’Neal, Hakeem Olajuwon e David Robinson

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Mas como o Dream Team de 96 era tão imponente assim?

Simples. Penny Hardaway e Grant Hill viviam seus melhores momentos em suas carreiras. Eles ainda não haviam sofrido as lesões que mudaram tudo. Enquanto o primeiro era um armador de 2,01 metros e foi parceiro de O’Neal no Orlando Magic, Hill era considerado o melhor “próximo Michael Jordan que não tivesse o nome Michael Jordan”.

Sério.  Eles eram de um nível muito superior nas Olimpíadas de 96 e foram os principais nomes dos EUA.

Para ter uma ideia, Hardaway foi terceiro na votação para o MVP e fez parte do time ideal da NBA. Por outro lado, Hill foi o nono para o principal prêmio individual e ficou na segunda equipe da liga.

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Depois, tinha Payton, o sexto na votação para o MVP, melhor defensor daquela temporada, segundo time da NBA e time ideal de defesa. Enquanto isso, Stockton foi o 11° e segunda equipe.

Aliás, todos os 12 que fizeram parte do Dream Team de 96, foram aos times ideais daquele ano.

E o garrafão? Olajuwon, Shaq e Robinson como pivôs, enquanto Barkley e Malone eram os alas-pivôs.

Simplesmente absurdo.

Time de 1996 merece o apelido de Dream Team

Bem, é uma questão fácil de entender.

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Sim, é óbvio que os 43.75 pontos de diferença por vitórias da equipe de 1992 foram imponentes. Devemos sempre lembrar que o Dream Team era imbatível contra qualquer adversário. Mas a partir de 1996, o basquete já começou a mudar e a a diferença a favor dos EUA começou a despencar nas outras Olimpíadas. Tanto que em 2000, contra a Lituânia, foram triunfos por nove (fase de classificação) e dois pontos (semifinal) e dez na decisão diante da França. Em 2004, já foi bronze.

Mas mesmo a ausência de Bird em boa parte do torneio não tira o brilho daquele que foi, sem dúvidas, o time mais dominante dos EUA em Olimpíadas.

Então, em 1996, o Dream Team venceu por uma média de 28.7 pontos. Claro, tinha nomes incríveis e venceu sem sustos.

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É apenas subestimado, pois o de 1992 trouxe todo aquele impacto e foi espetacular em todos os sentidos. Mas o de 96 merece o apelido.

E o time dos EUA nas Olimpíadas de Paris?

Por enquanto, a equipe venceu todos os amistosos. Só que é bom dizer que venceu, mas não convenceu. Talvez, diante da Sérvia sem Bogdan Bogdanovic. Mas é preocupante.

Contra a seleção do Sudão do Sul, por exemplo, a equipe chegou a estar atrás por 16 pontos antes do intervalo. Joel Embiid, já o citamos aqui, parece perdido no basquete FIBA.

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Enquanto isso, o técnico Steve Kerr ainda não utilizou Anthony Davis ao lado de Embiid. Foi Davis com Bam Adebayo, mas não com o pivô do Philadelphia 76ers. Devin Booker, até aqui, não vem bem.

Por fim, Kevin Durant ainda não jogou. Não que seja o fim dos mundos, mas Durant é só o cara que pode ser o maior vencedor em Olimpíadas em todos os tempos, após levar o ouro para os EUA em 2012, 2016 e 2020. Assim, ele superaria Carmelo Anthony, que possui três títulos e o bronze de 2004.

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Podem chamar de Time da Redenção parte 30, seja lá o que for, mas não é Dream Team. E precisa vencer, né?

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