Russell Westbrook foi motivo de comemoração das duas torcidas de Los Angeles: o Lakers e o Clippers. Primeiro, por ele sair em troca para o Utah Jazz. Dispensado do time de Salt Lake City, o armador assinou, a convite de Paul George, com a outra equipe da cidade californiana. Tudo isso, em cerca de dez dias.
E é fato que as duas tinham razão para tal. Era Westbrook, afinal de contas. Um dos jogadores mais icônicos das últimas décadas na NBA, seja para o bem ou para o mal. Mas aí está o ponto. Ele nunca vai agradar ou desagradar todo mundo, longe de ser uma unanimidade.
Foi assim em seu MVP. Enquanto seus defensores (do prêmio) diziam que era algo inédito no basquete moderno, impossível de acontecer novamente, os outros reclamavam de vários detalhes. Entre eles, a ausência total de defesa para pegar rebote e sair em transição.
O tempo passou e, na próxima temporada, o atleta obteve média de triplo-duplo novamente. O resultado? Ficou em quinto na votação. E ele repetiu em 2018/19 e terminou em décimo. Ou seja, o que era inédito se tornou banal. O que era impossível de acontecer novamente, foi possível.
Aliás, é tão possível que, em 2022/23, um pivô (Nikola Jokic) está fazendo. E se outros quiserem, também devem conseguir, como Luka Doncic, por exemplo.
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Mas hoje, Westbrook defende o Los Angeles Clippers. Aos 34 anos, ele não tem mais a explosão que tinha nos tempos de Oklahoma City Thunder. Ainda sabe passar a bola, continua rápido e pode defender bem se quiser. Só que seu estilo de jogo fica cada vez mais previsível, o que torna difícil vencer ao seu lado. A não ser que ele seja um… reserva.
Vamos lembrar que, no começo da atual temporada, o técnico Darvin Ham o queria saindo do banco. Enquanto muita gente criticou a decisão, o armador foi mais efetivo na segunda unidade, evitando o “confronto” com LeBron James no Lakers. Dois jogadores com características similares (segurar a bola, passar e infiltrar) não conseguiram coexistir.
Então, daí o motivo que fez o torcedor do Lakers comemorar sua saída. No entanto, ele vinha fazendo números para brigar pelo prêmio de melhor reserva e sua presença já não era mais um problema. Ao menos, não tão grave.
Só que veio a troca.
Quando estava no Lakers, Russell Westbrook sofria com muitas críticas, mas chegou ao Clippers como solução para a posição. Semanas depois, sua antiga equipe rendeu melhor sem ele, enquanto a nova ainda não venceu. Claro, são apenas cinco jogos, então a amostra é muito pequena. Mas não deixa de ser preocupante.
Clippers se movimentou por ele
Todas as trocas que o Clippers fez na trade deadline da NBA foram pensando em sua chegada. A equipe mandou Reggie Jackson para o Denver Nuggets, enquanto John Wall voltou para o Houston Rockets. Então, o time apenas aguardou sua dispensa no Utah Jazz para concretizar o negócio.
E faz sentido, pensando no estilo de jogo da equipe.
Antes de Russell Westbrook chegar ao Clippers, o time era um dos mais lentos da NBA, enquanto o Lakers era um dos mais rápidos. E eu defendi sua contratação justamente por isso. Antes, a equipe não acelerava o jogo. Era uma resposta para isso. Só que pensei nele como estava antes: saindo do banco.
Hoje, ele serve bem como “o cara que entra para botar fogo no jogo”. Darvin Ham deu a letra. É só fazer o mesmo. Antes de sua chegada, quem atuava na posição era um improvisado Terance Mann. Embora não seja um armador de fato, Mann produziu, como titular, 11.6 pontos, 2.7 assistências, números apenas regulares. Mas aí vão dois que justificavam sua presença: 43.3% de aproveitamento em três pontos e 1.05 erro de ataque nos 35 jogos como titular.
Tyronn Lue quis usar a mesma ideia que fez o Lakers errar antes de Ham. Não funciona mais assim. Até pelo tipo de jogo da atual NBA, não tem espaço para isso.
O bom e velho estilo de jogo
Russell Westbrook é um dos maiores jogadores que a NBA já teve. Ele ̶é̶ será um Hall da Fama. Merece todo o respeito. Mas existem coisas que não batem.
É só olhar para o passado. Enquanto Vince Carter era um jogador explosivo e se tornou um ótimo arremessador ao longo dos anos, Dwyane Wade ficou do mesmo jeito. Ambos perderam a explosão. O primeiro se aposentou aos 43 anos. Wade, aos 37.
Westbrook, hoje, não tem o mesmo arsenal ofensivo dos dois. Aos 34, ele caminha rápido para uma aposentadoria.
E é óbvio que ele não vai mudar agora. Passou do tempo. Brook Lopez se reinventou aos 28 anos. Com a mesma idade de Westbrook, ele é relevante para o Milwaukee Bucks ao ponto de brigar pelo prêmio de melhor defensor. Mas por que? Apesar de não ser especialista, Lopez converte 34.6% nos arremessos de três na carreira (37.7% em 2022/23) e espaça a quadra.
Então, sabendo que Westbrook não vai mudar por si, o negócio é fazer ele se encaixar com o que tem de melhor para oferecer hoje. Portanto, é vindo do banco, com velocidade, transição, pegando rebotes defensivos e criando para companheiros. Assim, o Clippers pode ir longe. Caso contrário, seu futuro na liga está em sério perigo.
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