Warriors pode fazer uma troca, mas não a que você espera
Quando D’Angelo Russell foi para o Golden State Warriors em uma sofisticada operação de Sign and Trade que envolveu a ida de Kevin Durant para o Brooklyn Nets, ficou bastante evidente que a franquia só topou o negócio para adquirir um ativo numa situação de mercado onde não teria recursos para fazer outra coisa. Desde então, muito se especula sobre uma troca do armador, e em que momento ela viria. Entretanto, de acordo com Adrian Wojnarowski e Zach Lowe (ESPN), o Warriors não deve buscar um negócio agora. O mau começo do time na temporada faz com que a franquia enxergue a offseason, mais especificamente a época do Draft, como o melhor momento para buscar um negócio envolvendo Russell.
Isso porque o Warriors deve ter uma escolha de loteria com certo valor, e faria sentido coloca-la num pacote com Russell para buscar outro atleta que seja um encaixe melhor ao lado de Stephen Curry e Klay Thompson. Nesta lógica, além de melhores oportunidades de negócio ao final da temporada, também é bastante prudente esperar o sorteio da loteria para saber qual posição será a escolha, para que ela tenha seu devido valor em negociações de troca. Além disso, a aposta do time seria que, passados os playoffs, sempre surge algum time ou estrela insatisfeitos com a eliminação e buscando uma mudança. Também é verdade que, olhando agora, não existe nenhum nome no mercado que faça sentido para o Warriors.
Tudo isso faz com que uma troca de D’Angelo Russell durante a temporada seja improvável, a não ser que surja uma excelente oportunidade para o Warriors. Mas isso não quer dizer que o time está apenas esperando o tempo passar. Para evitar a temida repeater tax, a taxa cobrada de quem é reincidente em ultrapassar o patamar da luxury tax, o Warriors precisa baixar em torno de US$ 6 milhões de sua folha de pagamento. Além disso, o time tem também o problema do Hard Cap. Como fez uma sign and trade, a franquia precisa estar abaixo de um hard cap de aproximadamente US$ 138 milhões no final da temporada “fiscal”, ou seja, em 30 de junho. Atualmente a folha de pagamento do Warriors está levemente acima disso, em US$ 139.734.684,00.
Para alcançar esses objetivos, Kevon Looney é o favorito a ser negociado pela equipe. O pivô foi uma boa peça durante os anos de competição por título, e o Warriors não gostaria de negocia-lo, mas pode ser que esta realidade seja imposta ao time caso não surjam outras oportunidades de troca. Outras opções são dispensar Marquese Chriss antes que seu contrato se torne garantido, em janeiro, e também trocar Willie Cauley-Stein. Nenhuma destas manobras isoladamente fazem o time chegar no patamar necessário, mas uma combinação delas resolve o problema.
Estas movimentações podem evitar que o time pague mais de US$ 30 milhões em repeater tax no ano que vem, já que se projeta que com uma troca de Russell, os aumentos salariais já previstos e o uso da MLE a folha de pagamento do Warriors possa chegar a US$ 175 milhões na próxima temporada, o que seria o maior número da história da NBA.
Miami segue sem conseguir resolver o problema Dion Waiters
Dion Waiters segue sendo um problema e uma distração em Miami. O atleta está completamente desligado do elenco, que vive excelente fase. O Heat segue determinado a achar uma saída para negociar o atleta, mas tem encontrado dificuldades. Um buyout também parece improvável, pelo fato dele ter mais uma temporada além dessa no contrato (US$ 12 milhões). Se fizesse um buyout, o time estaria com o número dele preso no teto salarial, sem poder trocá-lo ou utilizar o atleta. Tudo isso desenha um cenário onde o Heat vai precisar “pagar” para alguém
Pelicans disposto a trocar veteranos
Quando ganhou a loteria do Draft e adquiriu Zion Williamson, o New Orleans Pelicans parecia fadado a disputar uma vaga nos playoffs neste ano. Com um mix de jovens atletas de potencial e bons veteranos ao redor de Zion, a reconstrução parecia muito mais rápida do que a maioria dos times enfrenta. Aí veio a lesão do jovem astro e tudo foi por terra. Zion ainda não jogou uma partida oficial na NBA, e a equipe amarga uma campanha terrível de 6 vitórias e 21 derrotas, com sequência de 12 derrotas consecutivas.
Isso fez com que a franquia ajustasse a linha do tempo da montagem de seu elenco e passasse a projetar mais o médio prazo. Nesse contexto, faz sentido trocar alguns veteranos para que eles não precisem passar por esse processo, e também para adquirir alguns ativos futuros.
Os nomes que despertam maior interesse no mercado são Jrue Holiday, JJ Redick e Derrick Favors. O primeiro é um dos armadores mais cobiçados da NBA por executivos de outras franquias, por seu estilo versátil, dedicado e bom de vestiário. O atleta é um excelente defensor e possui boas qualidades ofensivas, além de poder jogar com ou sem a bola. Já Redick é um dos melhores arremessadores da liga, e possui uma estatística interessante no currículo. Desde que entrou na NBA, em 2006, sempre se classificou para os playoffs. Já Favors é um pivô defensivo e bom no pick and roll, mas que tem tido recorrentes problemas com lesões, que poderiam afastar eventuais interessados.
De qualquer forma, não são poucos os times que precisam de um veterano que saiba o que fazer com a bola no perímetro e que seja um defensor de elite como Holiday, e muito menos os que precisam de um excelente arremessador como Redick ou um pivô como Favors. Caso o Pelicans realmente decida coloca-los no mercado, o interesse deve ser grande e o retorno para a franquia bastante alto. No caso de Holiday, Denver Nuggets, Minnesota Timberwolves e Miami Heat monitoram a situação com mais entusiasmo. Já Favors teria interesse do Boston Celtics, enquanto que Redick estaria na mira do Milwaukee Bucks. A lista de times interessados nestes três excelentes veteranos só deve crescer, e as chances de pelo menos um ser negociado é alta.