Fonte: Jamie Squire / AFPKyrie Irving foi, certamente, um dos melhores jogadores da NBA no último fim de semana enquanto comandou bons resultados do Brooklyn Nets. A franquia venceu dois jogos como visitante nesse período e, com isso, recuperou-se de uma série de quatro derrotas. O craque registrou 43,0 pontos, 9,0 rebotes e 7,5 assistências nas partidas em média. Tudo isso, aliás, na ausência do lesionado Kevin Durant.
“Há alguns jogadores que são ‘Ferraris’, pois você quer colocar na pista de corrida e deixar que acelerem o máximo possível. E existem outros que são bons carros, que vão levá-lo ao trabalho todos os dias. Nessa liga, então, Brooklyn tem uma ‘Ferrari’ em Kyrie. Você quer tê-lo a toda velocidade em quadra porque ninguém pode pará-lo em seu ritmo”, exaltou o ex-jogador e comentarista Richard Jefferson.
As atuações do armador são ainda mais impressionantes por causa da situação das partidas. Os nova-iorquinos estiveram atrás no placar durante o último quarto dos dois duelos, contra Utah Jazz e Golden State Warriors. Irving, então, salvou o time combinando 33 pontos no quarto período dos dois triunfos. Com margem mínima para erros, ele converteu 11 cestas em 17 arremessos de quadra.
“Essa equipe está sem Kevin, que é um desfalque gigante. Não quero desmerecê-lo, mas já vimos Kyrie acertando arremessos importantes. São chutes decisivos atrás de chutes decisivos. Esse time ficou 13 pontos atrás do Warriors com seis minutos para o fim, por exemplo. Kyrie precisava resolver – e foi o que ele fez”, cravou Jefferson, que foi campeão da liga com o astro no Cleveland Cavaliers.
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Discordância
Nem todos na NBA, no entanto, estão tão “emocionados” assim com o desempenho recente de Kyrie Irving pelo Nets. Kendrick Perkins, também ex-jogador e analista da ESPN, teve elogios bem mais contidos a fazer sobre o craque. Afinal, isso não é nada mais do que simplesmente espera que o jogador faça na ausência de Durant. Uma reação, aliás, que veio até tarde na visão do comentarista.
“Kyrie deu um aperitivo do que pode fazer em quadra nessas últimas duas noites, certamente. Mas, anteriormente, não se esqueçam que sofreram quatro derrotas seguidas. Nós queríamos saber se esse cara era capaz de liderar o time a vitórias com grandes performances e números. Não fez nada além, então, do que nós queríamos ver”, resumiu o veterano.
Dito isso, o poder de decisão de Irving está evidente desde o início da temporada. Ele lidera a liga com média de 9,2 pontos só no último quarto de partidas. “Ele é, em síntese, o melhor jogador da NBA no quarto período. E só precisava de algum tempo de adaptação para assumir esse lado pontuador com ainda mais ênfase enquanto Durant está fora”, argumentou Jefferson.
Coletivo
A pontuação de Irving chama a atenção nos últimos jogos, mas, como mostram os números já citados, não foi só isso. O armador também criou para companheiros e participou de outras áreas do jogo. É verdade que ele marcou 21 pontos no último período contra o Warriors, sim. A cesta da virada, no entanto, aconteceu em uma assistências dele para Royce O’Neale com 28 segundos para o fim.
“Eu coloco muita pressão em mim mesmo a cada dia. Mas a mensagem que deixo é que não me importa quem é a primeira, segunda, terceira opção ofensiva do time. O importante é conseguirmos criar o melhor arremesso possível. O objetivo desse esporte, afinal, é ganhar jogos. Não se trata de só um atleta carregar uma equipe noite após noite”, afirmou o experiente astro, depois do triunfo.
Após uma década de carreira, ninguém duvida da capacidade de decisão que Irving possui. Mas, se necessário, ele nunca vai ter problemas em passar a bola. “Eu não quero ter a posse o tempo inteiro porque o basquete não é isso. A minha vontade é que joguemos o melhor basquete coletivo possível e, assim, não vamos lamentar nenhum resultado no fim da noite”, concluiu.
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