Washington Wizards (46-36)
Playoffs: Quinto colocado no Leste. Eliminado pelo Atlanta Hawks na semifinal da conferência em seis jogos.
MVP do time na campanha: John Wall (17.6 pontos, 10.0 assistências, 4.6 rebotes).
Pontos positivos
– O armador John Wall deu um passo a frente em sua trajetória para ser um dos melhores jogadores de sua geração. Jogou de maneira mais madura e usou a velocidade, sua maior qualidade, de maneira efetiva para fazer a diferença. Nos playoffs, demonstrou uma postura muito mais madura em relação a sua performance anterior, e provou a todos que é um jogador confiável na hora da decisão.
– O time teve uma grande performance nos playoffs, depois de terminar a temporada regular jogando de maneira questionável. A varrida diante do Toronto Raptors e a grande atuação diante do Atlanta Hawks conferiu ao Wizards um grande respaldo como equipe consistente na hora da decisão.
– O ala Paul Pierce foi contratado para servir de mentor aos jovens Wall e Bradley Beal. Acabou se reinventando e fazendo uma boa temporada regular e teve um excepcional desempenho nos playoffs, decidindo diversos jogos a favor do Wizards.
Pontos negativos
– Bradley Beal teve uma temporada regular pior do que a anterior, interrompendo uma curva ascendente que prometia lhe conduzir ao topo da liga em sua posição. Voltou a jogar bem nos playoffs, mas o Wizards vai analisar muito bem a próxima temporada dele, para decidir sobre sua extensão contratual. As lesões durante a temporada contribuíram para o mau desempenho, mas Beal também demonstrou pouca capacidade de leitura de jogo, tentando diversos arremessos questionáveis.
– O brasileiro Nenê fez sua pior temporada desde a chegada em Washington, e foi diretamente responsabilizado por torcida e mídia pela derrota diante do Atlanta Hawks.
– O técnico Randy Wittman fez uma péssima temporada regular, especialmente na segunda metade. Rotações confusas e falta de padrão ofensivo foram alvo de críticas, e o treinador esteve com o cargo na berlinda. A boa apresentação nos playoffs o fez se manter empregado.
Análise
O Washington Wizards era uma das equipes mais intrigantes no começo da temporada. Marcin Gortat e Nenê formavam um garrafão experiente e habilidoso. No perímetro, Pierce, Beal e Wall combinaram experiência, juventude e muita habilidade.
A equipe começou muito bem a temporada regular, atendendo às expectativas. Logo se tornou um dos maiores times do Leste, e parecia que seguiria um caminho tranquilo até os playoffs. No entanto, a partir de janeiro, o time sentiu uma combinação de fatores que incluíam principalmente as lesões de Bradley Beal e o confuso trabalho do técnico Randy Wittman.
Com isso, o elenco chegou aos playoffs desacreditado, e surpreendeu. Pierce jogou como o veterano decisivo que é. Wall manteve o excelente nível, e Beal ascendeu ao patamar dos dois. Gortat manteve a regularidade e o técnico Wittman trabalhou o elenco de maneira muito mais eficiente. A surpresa ficou por conta de Otto Porter. Em seu segundo ano na liga, o ala ganhou muitos minutos em quadra na fase de mata-mata e não decepcionou. Foi decisivo na marcação de DeMar DeRozan no primeiro round contra o Toronto Raptors.
Futuro
Paul Pierce deixou o elenco e assinou com o Los Angeles Clippers, mas isso não preocupa tanto o Wizards pela ascensão de Otto Porter. No perímetro, John Wall deve melhorar ainda mais, se estabelecendo como um dos melhores armadores de sua época. Bradley Beal terá de se esforçar para provar ao Wizards que foram as lesões o motivo de sua temporada abaixo da média. Ele declarou recentemente que espera receber uma extensão pelo máximo que o teto salarial permitir, e para isso vai ter que mostrar maior consistência e capacidade de se manter longe de lesões.
O garrafão é um ponto preocupante. Depois do fraco desempenho de Nenê e da idade avançada dele e de Gortat, se esperava que o Wizards fosse atrás de um jovem pivô. O time apenas deu um novo contrato ao veterano Drew Gooden e adquiriu Jared Dudley, do Milwaukee Bucks, para tentar em alguns momentos espaçar mais a quadra.
O Wizards precisa de um pivô que saiba arremessar de três pontos para abrir mais espaço para Wall e Beal. Isso ficou evidente nos playoffs, quando Otto Porter assumiu a posição de ala e Pierce jogou na como ala-pivô, melhorando muito o ataque do time. Este jogador não veio. Jared Dudley dificilmente será titular, e se for, não deve ser um diferencial.
Apesar de uma sensível piora no elenco com a saída de Pierce sem a chegada de um substituto, o Wizards ainda tem um plantel capaz de manter a equipe entre os melhores do Leste. Wall e Beal comandarão o show. Porter precisa continuar o bom momento vivido nos playoffs, e Marcin Gortat deve manter a regularidade, que é sua principal marca. Jogadores como Kris Humphries, Martell Webster, Jared Dudley e Ramon Sessions são veteranos que já se provaram úteis na liga, e um bom desempenho deles, aliado a um bom trabalho de Randy Wittman, pode fazer com o que o Wizards tenha uma temporada similar à do ano passado. O brasileiro Nenê vai precisar de uma boa temporada para apagar a imagem dos últimos playoffs.
Em termos de futuro, o Wizards está muito bem com a dupla Wall e Beal, além de Porter. Apesar disso, o restante do elenco pode não ser o suficiente para elevar o time a uma melhor posição, e em breve o GM Ernie Grunfeld pode ser obrigado a promover uma reformulação.