Revisão da temporada – Orlando Magic

Campanha de altas expectativas “desmoronou” depois de dois primeiros meses promissores

Fonte: Campanha de altas expectativas “desmoronou” depois de dois primeiros meses promissores

Orlando Magic (35-47)

Temporada regular: 11º lugar da conferência Leste
Playoffs:
não se classificou

MVP da campanha: Nikola Vucevic (18.2 pontos, 8.9 rebotes, 2.8 assistências, 1.1 tocos)

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Pontos positivos

– O Magic conquistou dez vitórias a mais em relação à temporada passada e, acima de tudo, teve momentos de basquete competitivo ao longo da campanha. Lembre-se que, em 1º de janeiro deste ano, a franquia estava na quarta posição do Leste.

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– Entre tantos jovens talentos que atuam em Orlando, Aaron Gordon deu sinais de que pode ser um atleta realmente especial. Mais do que as enterradas, ele mostrou indícios animadores em termos de versatilidade defensiva e arremessos.

– O Magic não é conhecido por seu elenco de arremessadores, mas a equipe esteve entre os melhores índices de aproveitamentos em situações de catch and shoot da liga: 39.8% de conversão em 29.0 tentativas por partida na campanha passada.

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– Apesar da juventude, o elenco mostrou interessante eficiência criando arremessos entre si: com 17.7% de suas posses terminando em passes decisivos, a franquia foi dona do sexto melhor índice de taxa de assistências da liga.  

Pontos negativos

– O Magic foi vítima das altas próprias expectativas que estabeleceu para si no ano. A equipe entrou na temporada falando em chegar aos playoffs e tomou decisões visando isso. Não ter classificado torna difícil não considerar tudo um fracasso.

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– Entre altos e baixos, a experiência com o veterano Scott Skiles não deu certo: o time não teve consistência em nenhum dos dois lados da quadra e falhou em desenvolver uma identidade – o que era, no fim das contas, sua maior missão.

– Um velho problema que continuou a aterrorizar foi a proteção de aro: o Magic foi o quinto time que mais sofreu arremessos em torno do aro (32.1) e permitiu o quarto maior aproveitamento aos adversários (54.7%) na última temporada.

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– A direção de Orlando fez uma aposta no núcleo de jovens talentos que formou nos últimos anos ao iniciar a última temporada com enormes expectativas. As recentes saídas de Tobias Harris e Victor Oladipo são dois preocupantes indícios de que o elenco simplesmente não era tão bom quanto imaginavam.

https://www.youtube.com/watch?v=AtKYtZEvqcA

Análise

Grandes expectativas constantemente levam a grandes decepções. Esse foi o caso da última temporada do Orlando Magic: apesar da dez vitórias a mais em relação ao ano anterior, a sensação é que tudo foi um fracasso. A franquia acreditava ter um núcleo jovem pronto para chegar aos playoffs e apostou nisso ao contratar o treinador Scott Skiles – especialista tornando grupos jovens em competitivos em um rápido período de tempo –, mas não deu certo. Já com duas semanas para o fim da campanha, o time não tinha chances matemáticas de classificação.

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O mais impressionante, porém, é que as coisas pareciam se encaminhar muito bem até janeiro. Com 19 vitórias e 13 derrotas, o Magic era quarto colocado no Leste e exibia um basquete competitivo: marcação firme, aplicação, disposição, imposição atlética e um ataque bastante seguro. Era uma equipe que defendia com afinco e não cometia muitos erros de ataque. Então, o que aconteceu? O castelo de cartas desmoronou em janeiro: foram somente dois triunfos em 14 jogos, colocando os comandados de Skiles em um caminho sem volta na classificação.

Mas o que aconteceu em janeiro? A explicação mais lógica foi a lesão do armador Elfrid Payton. A ausência do titular, conhecido pela incapacidade de arremessar, expôs sua importância criando arremessos em um time de mais transpiração do que inspiração. A ofensiva do Magic “quebrou” sem o jovem passador, que não tinha também substitutos a altura para suprir o desfalque. E, com um ataque perdido, a defesa também sentiu em ciclo: os números de pontos em transição sofridos disparou, despencando a eficiência defensiva.

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Os resultados ruins trouxeram mudanças nas rotações, que não ajudaram o moral de um grupo jovem. Skiles fez constantes alterações no time tentando encontrar soluções para as dificuldades da equipe e o tempo de quadra de vários jogadores passou a flutuar sem muito critério, o que pode ter refletido na falta de confiança de alguns jogadores. O retorno de Payton, neste sentido, pouco ajudou ou poderia ajudar mesmo: a equipe já havia saído dos eixos.

A responsabilidade também “respingou” nos dirigentes, que fizeram transações em fevereiro para mudar os rumos da temporada. Os veteranos Brandon Jennings e Ersan Ilyasova chegaram após uma criticada troca por Tobias Harris, com impacto mínimo. Nada adiantou muito. A defesa desandou em janeiro e nunca voltou ao nível dos primeiros dois meses do ano, enquanto a ofensiva não chegou nem perto de ser capaz de compensar a queda do outro lado da quadra.

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O Magic sofreu seis séries de três ou mais derrotas de janeiro até abril deste ano e só teve uma série de três ou mais vitórias – já no fim de março, com a temporada perdida. Incapaz de causar o mesmo impacto atingido em outras franquias, Skiles pediu demissão ao fim da temporada por supostas diferenças com executivos da equipe. Ou seja, o grande salto resultou em uma grande queda. Uma queda que mostrou uma dura realidade à direção de Orlando: os jovens talentos que reuniu por quatro anos talvez não fossem tão bons ou preparados quanto imaginavam.

Elfrid Payton 2

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Futuro

O Magic quer e precisa de uma identidade. E suas movimentações nesta offseason parecem indicar que, assim como insinuava no ano passado, a equipe deseja ter uma defesa forte, com muita imposição físico-atlética, como chamariz. Desta vez, no entanto, as mudanças foram além do técnico: o elenco ganhou reforços, tem menos jovens inexperientes e mais jogadores provados para a composição de um sistema defensivo eficiente.

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Para começar, a direção de Orlando trouxe Frank Vogel para o comando da equipe: um treinador com a mesma visão de jogo de Skiles, mas mais habilidoso no trato com jovens e vindo de um grande trabalho no Indiana Pacers. Ele parece ser uma melhor alternativa para o que o Magic possui no momento. As chegadas de Serge Ibaka e Bismack Biyombo reforçam – com doses cavalares – a sempre criticada proteção de aro do time e deixam o elenco mais às feições do novo técnico.

Se os reforços de perímetro não empolgam, tratam-se do tipo de arremessadores que o grupo precisava para atuar com uma formação mais “convencional” – dois pivôs, Aaron Gordon como ala. Jeff Green traz uma opção mais alta para a ala, enquanto D.J. Augustin é uma bem-vinda antítese de estilo a Elfrid Payton – baixo, menos agressivo e com muito melhor pontaria de longa distância.

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O Magic parece estar dando a Vogel mais do que potencial ou apostas, o que é um avanço em relação à visão que tinham na temporada passada. Há um material humano mais consolidado e qualificado em Orlando. Mas a meta soa a mesma da temporada passada: playoffs. Será que essa equipe é boa o bastante para estar entre os oito melhores do Leste? A tarefa parece complicada e a concorrência, provavelmente, ainda mais forte do que na campanha passada. Não vai ser fácil.

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