Milwaukee Bucks (41-41)
Playoffs: Foi eliminado pelo Chicago Bulls no primeiro round, em seis jogos.
MVP do time na campanha: Giannis Antetokounmpo (12.7 pontos, 2.6 assistências, 6.7 rebotes).
Pontos positivos
– O técnico Jason Kidd mostrou porque foi um dos melhores armadores de sua geração. Após um trabalho ruim no Brooklyn Nets, Kidd mostrou que é um líder nato e nos brindou com uma das maiores surpresas da temporada.
– Khris Middleton aprendeu a defender, e com isso mudou sua carreira e foi um grande contribuinte para o sucesso do Bucks. O versátil ala se tornou homem de confiança do técnico, e figurava nas melhores rotações da equipe.
– Giannis Antetokounmpo continuou sua crescente e, em breve, pode chegar num patamar de excelência. Ele deixou pra trás a imagem de jogador explosivo e sem técnica. Continuou, sim, extremamente forte e rápido. Mas adicionou a isso excelente noção nos rebotes, pontuou de maneira consistente no low post e, de maneira ainda tímida, se tornou a principal referência ofensiva de uma equipe com ataque bastante balanceado.
Pontos negativos
– Depois de cinco anos com boas performances dentro de quadra e confusões fora, Larry Sanders deixou o basquete para se dedicar a um programa de reabilitação, após ter testado positivo para o uso de maconha por duas vezes. O Bucks chegou a um acordo para terminar seu contrato em dezembro, e Sanders interrompeu uma carreira que, dentro de quadra, era bastante promissora. Poderia ter sido um dos melhores defensores da liga. Seria fantástico se, recuperado, conseguisse voltar.
– Poucos entenderam a troca de Brandon Knight por Michael Carter-Williams. Knight estava fazendo sua melhor temporada na NBA, e o time estava indo muito bem. Era a face mais reconhecida do Bucks, e então foi trocado de maneira surpreendente por Michael Carter-Williams, que é um armador muito mais limitado.
– A lesão de Jabari Parker no começo da temporada foi algo realmente devastador. Depois de uma temporada horrível no ano anterior, ele era a esperança renovada via draft. Parker deve voltar esse ano, após ter jogador apenas 25 jogos na temporada anterior. Lesões no ligamento anterior cruzado sempre são espinhosas, e depende muito da reação de cada jogador.
Análise
A temporada do Milwaukee Bucks foi extremamente movimentada e empolgante. Uma equipe que no ano anterior venceu apenas 15 jogos conseguiu vencer 41 no ano seguinte e se classificar para os playoffs. Nesse intervalo, viram Jabari Parker, segunda escolha no Draft de 2014 sofrer uma lesão que o tirou da temporada, Larry Sanders, principal defensor de garrafão abandonar o esporte, e ainda trocaram o armador titular e jogador mais identificado com o time.
Mesmo assim, o técnico Jason Kidd fez um excelente trabalho. Fechou o grupo e criou um sistema ofensivo balanceado, aliado a uma defesa impenetrável, especialmente na primeira metade da temporada. Não foi coincidência que a saída de Knight e a chegada de Michael Carter-Williams, além da saída de Sanders, fizeram com que a defesa piorasse um pouco. Apesar disso, Kidd deixou pra trás a passagem conturbada pelo Brooklyn Nets como técnico, e mostrou que pode vir a ser um treinador com carreira longeva na NBA.
Nova diretoria, novos logos, planos para uma nova arena e uma nova identidade. Essa temporada foi um verdadeiro renascimento para o Milwaukee Bucks, que agora tem uma excelente base para a construção de algo maior nos próximos anos. A derrota em seis jogos no primeiro round para o Chicago Bulls não trouxe crise alguma. Muito pelo contrário. Esta era uma equipe feliz por estar nos playoffs.
Futuro
O Bucks deve, mais uma vez, se classificar para os playoffs no fraco Leste. O elenco está mais forte do que no ano passado. Khris Middleton assinou um contrato de cinco anos e deve continuar sendo peça importante da rotação. Antetokounmpo vai para seu terceiro ano na NBA, o que costuma ser um ano de afirmação para jovens estrelas. O time contratou o pivô Greg Monroe, ex-Detroit Pistons, que deve cair como uma luva no esquema do técnico Jason Kidd. Sua colaboração no garrafão será um diferencial para o Bucks, que precisa de uma referência técnica na área pintada.
Chris Copeland assinou contrato e deve se encaixar bem ao time, é um jogador com a cara do Bucks. Um maduro O.J Mayo vai ser uma peça importante vindo do banco. A grande dúvida é Michael Carter-Williams. Pessoalmente, não acredito que venha a ser um jogador melhor do que Brandon Knight, e por isso o Bucks pode se arrepender desta troca. No entanto, o time tem talento suficiente para suprir qualquer coisa que falte a Carter-Williams. Ele jogou bem o suficiente para não dar motivos para o Bucks buscar um outro armador no mercado.
Além disso, Jabari Parker deve voltar de lesão, e vai nos lembrar os motivos pelos quais foi selecionado na segunda escolha do draft de 2014.
Em suma, o Milwaukee Bucks fez uma bela temporada e está num caminho bastante certo. Joga um basquete coletivo, tem jovens jogadores com muito potencial, uma nova diretoria empolgada com o time, um técnico em ascensão e uma cidade que novamente se empolgou com a franquia. Pra ajudar, joga na conferência mais fraca. Não me surpreenderia se o Bucks ficasse na metade de cima dos classificados aos playoffs do Leste nesta temporada.