Denver Nuggets (40-42)
Temporada regular: 9° colocado na conferência Oeste
Playoffs: não se classificou
MVP da campanha: Nikola Jokic (16.7 pontos, 9.8 rebotes, 4.9 assistências)
Pontos positivos
– A equipe se destacou nos rebotes. Com uma média de 46.4 bolas recuperadas, o Nuggets foi o segundo melhor time no quesito, perdendo apenas para o Oklahoma City Thunder.
– Nikola Jokic começou a temporada como um dos jovens de potencial do elenco e terminou como principal jogador da franquia. O pivô evoluiu com o decorrer da campanha e seu rendimento após a pausa para o Jogo das Estrelas impressionou a todos, fazendo-o finalizar a temporada como um dos grandes destaques da posição.
– Danilo Gallinari e Wilson Chandler, dois veteranos importantes da rotação da equipe, não sofreram com nenhuma lesão séria e foram de grande ajuda na campanha. Gallinari atuou em 63 partidas e foi o cestinha do time, com 18.2 pontos, enquanto Chandler, após perder a temporada 2015-16, retornou e teve bom rendimento.
– Jokic pode ter se tornado o jovem de maior prestígio na equipe, mas outros nomes também conseguiram causar uma boa impressão. Gary Harris, de 22 anos, fechou a campanha como o quarto maior cestinha do time, com média de 14.9 pontos e foi muito bem no aproveitamento de arremessos. Já Jamal Murray, apesar dos números “comuns”, também não decepcionou em seu ano de estreia e melhorou no fim da temporada.
– O ataque do Nuggets funcionou muito bem, fazendo a equipe terminar com a terceira maior média de pontos por partida, com 111.7, além de distribuir pouco mais de 25 assistências por jogo (segunda melhor marca da temporada).
Pontos negativos
– Erros de ataque incomodaram a equipe nesta campanha. A média de 15.0 perdas de posse por partida foi a oitava maior da temporada.
– Emmanuel Mudiay ainda não apresentou o rendimento esperado quando a franquia o selecionou com a sétima escolha do draft de 2015. Indo para o seu segundo ano de NBA, muitos esperavam ao menos uma leve evolução, mas o armador registrou médias de pontos, assistências e roubos de bola menores do que em seu primeiro ano, além de atuar em menos partidas.
– A equipe teve problemas para forçar erros e roubar bolas dos adversários, angariando média de apenas 6.9 roubos de bola por jogo, terceiro pior número de 2016-17.
– Se no ataque as coisas foram boas para o Nuggets, na defesa nem tanto. A equipe sofreu em média 111.2 pontos por partida, ficando com a quarta pior defesa da temporada. Os oponentes da equipe também fechavam as partidas com bom aproveitamento nos arremessos de quadra (47% e 37% nas bolas de três, em média).
Análise
Desde 2014-15, o Nuggets vem melhorando seu recorde final da temporada regular. Desta vez, ainda não foi suficiente para chegar aos playoffs, mas foi o mais perto que a equipe chegou nos últimos anos. E mesmo sem o principal objetivo principal ser alcançado, existem outros pontos que devem ser comemorados, principalmente se levarmos em conta que o time ainda passa por um processo de reconstrução do elenco.
O início da temporada não correu como o esperado para a franquia. Desde a pré-temporada, o técnico Michael Malone passou a testar um quinteto que possuía Nikola Jokic como ala-pivô e Jusuf Nurkic de pivô, além do jovem Hary Harris como ala-armador titular. Mas rapidamente, o comandante teve que pensar em outros planos.
Para começar, Harris se lesionou ainda nos amistosos de pré-temporada, fazendo com que ele perdesse os primeiros compromissos da equipe. Já com a campanha em andamento, outros jogadores como Will Barton também se machucaram. Junte isso ao fato da experiência com Jokic e Nurkic não estar funcionando e um calendário repleto de jogos fora de casa no início. As coisas não estavam indo bem em Denver.
Enquanto ajustava o quinteto inicial devido as pequenas lesões de Gary Harris e Will Barton, em dezembro, Mike Malone optou por fazer outro ajuste que mudaria a temporada da equipe: Nurkic foi movido para o banco (e posteriormente trocado) e Jokic se tornou o pivô titular. E os resultados vieram rápido.
A equipe começou a tomar forma já com a campanha em andamento e a equipe técnica começou a enxergar quais combinações de jogadores funcionavam melhor na rotação. E isso acontecia enquanto Jokic, agora como pivô, começava a mostrar sinais de que pode ser um jogador especial. O jovem se destacou muito após o Jogo das Estrelas e registrou ótimos números, contribuindo na pontuação e terminando a campanha com um dos melhores índices de assistências entre os pivôs. Isso, além de também se destacar nos rebotes.
Danilo Gallinari, Wilson Chandler e Gary Harris também foram muito importantes para o ataque da equipe funcionar. E, por mais que na defesa as coisas não estivessem boas, a franquia somou vitórias importantes, com uma boa mescla de veteranos e jovens e um estilo de jogo bastante coletivo. A classificação aos playoffs pela oitava vaga já era uma possibilidade real.
O Nuggets lutou para estar presente na pós-temporada até as últimas partidas, mas perdeu jogos cruciais e terminou na nona posição. Mesmo assim, a temporada serviu para mostrar que, apesar do início irregular, a equipe possui potencial para seguir melhorando nos próximos anos, possui jovens capazes de contribuir desde já e tem em mãos um dos pivôs jovens de futuro mais promissor na liga.
Futuro
A expectativa é que, mais uma vez, o Nuggets melhore seu recorde em relação a temporada que se encerrou, uma vez que o jovem núcleo da equipe permaneceu e Paul Millsap chegou para ser o reforço de peso procurado pelo time. Apesar de veterano, o ala-pivô ainda é um dos melhores de sua posição e será um exemplo de alto nível para guiar os jovens do elenco, principalmente Jokic, com quem dividirá o setor do garrafão.
Gallinari era um dos principais jogadores do time e não se pode ignorar o fato de que a equipe perdeu seu cestinha. Entretanto, com a adição de Millsap e a característica ofensiva de muitos outros jogadores do elenco, isso não deve ser o maior problema para a equipe do Colorado. Ainda mais quando boa parte dos jogadores que irão auxiliar neste quesito ainda estão evoluindo seus jogos e podem ficar ainda melhores.
Também é importante seguir um processo de reconstrução com algum jogador que seja o ícone da equipe e o atleta no qual a diretoria irá confiar para formar um elenco em volta do mesmo. E parece que a franquia encontrou este jogador em Jokic, após a última temporada. A mescla com veteranos e jovens segue, outros jogadores podem aparecer e tomar conta deste “título”, mas por enquanto, o pivô será o jogador no qual os torcedores irão depositar mais confiança nos próximos anos.
O Nuggets parece saber qual caminho trilhar e isso é importante para uma equipe que procura estabelecer uma nova identidade. A equipe seguirá desenvolvendo seus jovens dentro de um elenco que possui uma boa mistura com veteranos, resultando em um conjunto capaz de finalmente chegar aos playoffs, após bater na trave nos últimos anos.