Resumo da temporada – Toronto Raptors

Excelente início e boa temporada regular do time terminou em enorme frustração nos playoffs

Fonte: Excelente início e boa temporada regular do time terminou em enorme frustração nos playoffs

 

2015 All-Star Top 10: Kyle Lowry

Toronto Raptors (49-33)

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Playoffs: Eliminado pelo Washington Wizards na primeira rodada da conferência Leste.

MVP do time na campanha: Kyle Lowry (17.8 pontos, 5.7 rebotes, 6.8 assistências e 1.6 roubos de bola)

Pontos positivos

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– O Raptors conseguiu mando de quadra no Leste pelo segundo ano consecutivo graças ao seu potente ataque: seus 108.1 pontos anotados por 100 posses de bola foram a terceira melhor marca da liga, atrás apenas de Warriors e Clippers.

– A equipe canadense teve o banco como um de seus grandes trunfos na campanha, com três atletas provando serem capazes de mudar uma partida saindo da reserva: Patrick Patterson, Greivis Vasquez e o sexto jogador do ano, Lou Williams.

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– Ataque da cesta foi um dos pontos em que agressividade e eficiência se encontraram no ano do Raptors: o time foi o terceiro com melhor aproveitamento em situações de drives (48.1%) e o sexto que mais pontuou em média atacando o aro (31.5).

– O ataque do time conseguiu ser tão produtivo porque, entre outros motivos, não desperdiçava a bola: seus apenas 12% de posses terminando em erros de ataque foi o quarto menor índice da última temporada.

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Pontos negativos

– Dwane Casey era assistente especialista em defesa antes de assumir o Raptors, mas quem acompanhou a campanha passada nem imaginaria isso. Cedendo 104.8 pontos a cada 100 posses de bola, a equipe teve o oitavo pior índice de eficiência defensiva da liga.

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– O time de Toronto simplesmente não trabalha a bola no lado ofensivo da quadra: terminou entre os dez piores da temporada passada em passes (288.1) e assistências por jogo (20.7), além de ter sido o último da NBA em oportunidades de assistência por partida (39.0) – passe que precede um arremesso, independente da cesta ou não.

– Um dos principais jovens talentos do Raptors, Terrence Ross teve um ano completamente tenebroso. Seu rendimento ofensivo despencou, enquanto o defensivo continua próximo do sofrível. Foi de uma peça importante no futuro da franquia a moeda de troca em meses.

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– Após início de temporada excelente, o Raptors desmoronou com o andamento da campanha. Como explicar uma equipe que começou o ano com 22 vitórias em 28 partidas ser varrido nos playoffs, com mando de quadra, por um oponente que atropelou nas últimas duas temporadas?

 

Toronto Raptors Top 10 Plays of the 2014-15 Season
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Análise

A temporada do Raptors parecia destinada a ser um enorme sucesso. Pelo menos, o começo devastador indicava que assim seria. A equipe canadense conquistou 13 vitórias em seus 15 primeiros jogos e liderou o Leste na maior parte dos dois meses inaugurais de campanha, se aproveitando da instabilidade dos oponentes para firmar-se na zona de mando de quadra da conferência. Era um time que mantinha o bom ritmo do fim da temporada anterior, quando esteve entre os dez melhores da liga em eficiência tanto defensiva, quanto ofensiva.

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As coisas começaram a balançar em Toronto com a lesão que afastou o astro DeMar DeRozan de 20 partidas, entre dezembro e janeiro. Comandado por um inspirado Kyle Lowry (finalmente all star neste ano), o Raptors não saiu da trilha de vitórias e finalizaria o ano ainda equilibrando-se no topo do Leste, com (excelentes) 24 vitórias e oito derrotas. O que perdeu-se na ausência do ala-armador – e nunca voltou – foi a marcação do time, que desandou em todos os índices defensivos possíveis.

A substituição de DeRozan nunca aconteceu da forma adequada, com técnico Dwane Casey lançando atletas de características bem diferentes para suprir sua ausência (o menos testado, o ala James Johnson, talvez fosse o nome ideal) e expondo a equipe defensivamente. Greivis Vasquez acabou sendo o mais usado e, presumivelmente, a defesa sofreu muito – o perímetro perdeu muita altura em confrontos individuais, presença nos rebotes, a falta de proteção de aro com Jonas Valanciunas foi exposta e Lowry ficou sobrecarregado como principal referência nos dois lados da quadra.

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O Raptors pontuava muito, mas não parava ninguém. E, surpreendentemente, isso não mudou com o retorno de DeRozan porque as péssimas atuações de Terrence Ross voltaram a forçar constantes mudanças no time e Lowry ficou absolutamente extenuado por seus esforços ao longo da temporada. Assim, suas partidas viraram convite para francos atiradores e qualquer um podia vencê-los no dia certo. Depois da virada do ano, o time ganhou apenas 25 de seus 50 compromissos. Era o terceiro ou quarto colocado do Leste atuando com o rendimento de um sexto ou sétimo.

Mas nada podia preparar para a decepção que foi os playoffs. O Raptors foi varrido por uma equipe que simplesmente demoliu nos dois anos anteriores (sete vitórias em oito partidas, a única derrota na prorrogação) e também vinha com campanha de 50% depois do Jogo das Estrelas: o Washington Wizards. Casey, novamente subutilizando James Johnson, nunca encontrou resposta para as formações mais baixas do adversário (algo usual hoje em dia, nada demais) e viu o desmoronamento de Toronto ser confirmado de vez. Desceu ao fundo do poço.   

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Futuro

O GM Masai Ujiri parece também ter entendido que o Raptors chegou ao fundo do poço nos playoffs e realizou uma mudança profunda em seu elenco, com visível foco para melhorar o time defensivamente. Ao mesmo tempo, o executivo resolveu dar um voto de confiança a Casey – apostando que seu sólido trabalho em campanhas anteriores seja um indicativo de que vai melhorar em relação ao péssimo 2014-15.

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De uma vez, a franquia abriu mão de dois dos seus três principais reservas (Greivis Vasquez e Lou Williams) para trazer o calouro Delon Wright e tirar Cory Joseph do Spurs. A mudança de característica não poderia ser mais drástica, com a saída de dois pontuadores e a entrada de dois armadores altos sem o perfil de assumir a frente das ações. Não fazer sequer uma oferta para manter Williams, eleito melhor sexto jogador da temporada passada, é uma mostra de como os canadenses podem ter até exagerado na virada de direção.

A contratação de Bismack Biyombo também traz a opção de defesa e proteção de aro que o banco do Raptors nunca realmente teve, contrapondo o titular Valanciunas de forma bastante evidente. Dá a alternativa de mudar o jogo dependendo do adversário, como continuam tendo com Patrick Patterson – um dos melhores alas-pivôs arremessadores da liga. Luis Scola vem mal em tempos recentes e não é um defensor (muito pelo contrário), mas traz a presença veterana e vencedora que o elenco carece.

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No entanto, a virada mais impressionante é a saída do ala-pivô Amir Johnson e a chegada do ala DeMarre Carroll. Este parece ser o resultado de um trauma vindo das eliminações dos últimos dois anos, quando a equipe sofreu com formações mais baixas e a quadra cheia de arremessadores. Com Carroll, Toronto não apenas ganha só um grande defensor: ele pode assumir a posição quatro e marcar os “Paul Pierces” da vida com sobras. É possível que Casey já comece a temporada com o novo reforço como ala-pivô e só Valanciunas dentro do garrafão, o que seria uma enorme alteração no desenho da equipe.

O Raptors gastou muito e questionavelmente para mudar o estilo de seu elenco. Algo muito necessário, mas realizado de forma drástica a julgar pelos últimos anos. Agora é esperar o resultado em quadra, que, sinceramente, é difícil de prever. O Raptors estará nos playoffs, evidente. Após duas eliminações na primeira rodada com mando de quadra, porém, sua medida de sucesso tem que ir além do que simplesmente chegar ao mata-mata.

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