New York Knicks (17-65)
Playoffs: Não se classificou.
MVP do time na campanha: Ninguém.
Pontos positivos
– Aos poucos, Phil Jackson fez um bom trabalho “limpando” seu elenco e folha salarial. Saídas de atletas como Amare Stoudemire, J.R. Smith e Iman Shumpert são decisões necessárias e inteligentes para uma equipe que quer ganhar uma nova cara.
– Como acontece em todos os times ruins, o Knicks encontrou alguns jogadores jovens que até podem contribuir no futuro em papeis (muito) menores do que desempenharam na temporada passada. Langston Galloway e Travis Wear são dois exemplos.
– Apesar de sua inoperância ofensiva, os novaiorquinos surpreenderam ao registrar a segunda maior média de passes por jogo na liga (361.4). É um ponto positivo que a bola não esteja parada nas mãos de um único atleta.
– A chegada de Phil Jackson à presidência de operações parece ter estabilizado uma franquia que vivia em confusão nos bastidores por conta da postura de seus dirigentes. Muitos falavam e poucos tinham razão antes. Agora, Jackson é quem fala.
Pontos negativos
– O Knicks foi simplesmente um desastre em termos produtivos nos dois lados da quadra: o único time a finalizar a temporada entre os três piores em eficiência ofensiva (97.1 pontos anotados a cada 100 posses) e defensiva (107.2 pontos cedidos).
– A verdadeira obsessão de Phil Jackson em implantar o triângulo no ataque de Nova Iorque pareceu limitar a produção da equipe, uma vez que, independente de seu comprovado sucesso no passado, depende de jogadores com qualidades específicas e compreensão da dinâmica do jogo.
– A fragilidade técnica do garrafão do Knicks ficou comprovada nos rebotes, com baixíssima produção: seus 48.1% dos rebotes disponíveis coletados foram a segunda menor marca da campanha 2014-15.
– Os comandados de Derek Fisher permitiram 38% de aproveitamento aos adversários nos arremessos de longa distância na última temporada. Este foi disparado o pior índice da liga. Para se ter uma ideia, o segundo pior (Orlando Magic) permitiu 36.8%.
Análise
A temporada do Knicks foi um desastre anunciado. Apesar do discurso de Phil Jackson, todos sabiam que o elenco era muito frágil e nunca teve chance alguma de chegar aos playoffs. O astro Carmelo Anthony ter atuado por apenas 40 jogos, visivelmente lesionado ao longo da campanha inteira, ajudou a piorar tudo. Os comandados de Derek Fisher estiveram entre os piores da liga em eficiência nos dois lados da quadra e tiveram o pior recorde da conferência Leste (17 vitórias, atrás até do Philadelphia 76ers).
A verdade é que, mesmo quando o elenco estava completo, o Knicks nunca empolgou: incapaz de impedir os oponentes de pontuar (sem a mínima proteção de aro ou marcadores eficazes no perímetro) e com um ataque bastante confuso. A maioria do grupo claramente não assimilou o triângulo, transformando a ofensiva da equipe em uma sucessão de passes improdutivos que acabavam com algum atleta precisando “resolver” uma jogada a poucos segundos do fim da posse. Ficou claro bem cedo para Jackson que o melhor a fazer durante a longa campanha seria movimentar o elenco.
Vários jogadores que estavam desgastados na franquia (J.R. Smith, Amare Stoudemire, Iman Shumpert) foram negociados ou dispensados por Jackson, substituídos por alguns jovens desconhecidos, enquanto o time ficava cada vez mais “modelado” para garantir uma boa escolha no próximo draft. As 13 derrotas nas últimas 15 partidas da temporada, marcando menos de 90 pontos por jogo, foram a marca do que os novaiorquinos fizeram ao longo da competição. Embaraçoso.
Em quadra, as coisas não fluíram. Fora das quatro linhas, porém, tudo não pareceu tão ruim assim. Phil Jackson conseguiu despachar alguns contratos que comprometiam ou poderiam comprometer a flexibilidade salarial do Knicks, o que contribuiu para que tivessem um maior potencial de investimento na atual offseason. Por sinal, a presença do ex-técnico fez com que a equipe deixasse um pouco de ser piada constante apenas por evitar que pessoas como James Dolan falassem tanto em público.
Futuro
As coisas melhoraram bastante em Nova Iorque. Seria difícil piorar e a melhora não foi como muitos sonhavam, mas melhorou. O Knicks não conseguiu os tão sonhados astros e agentes livre de ponta no mercado. Trouxe, porém, bons reforços para a composição de um elenco que, agora sim, pode sonhar (embora não seja a tendência) com playoffs. São nove atletas novos e o retorno de Carmelo Anthony – certamente, mais saudável do que em qualquer momento da campanha 2014-15.
Há reforços de todos os tipos na equipe, aliás: jovens atléticos (Thanasis Antetokounmpo, Jerian Grant), astros em potencial (Kristaps Porzingis), especialistas no triângulo (Sasha Vujacic), especialistas defensivos (Arron Afflalo, Robin Lopez), jogadores ofensivos (Kevin Seraphin, Derrick Williams) e por aí vai. O Knicks precisava remontar seu elenco do zero, como se ninguém pudesse ser aproveitado, e Phil Jackson parece ter feito um trabalho melhor do que as perspectivas realistas indicavam.
Lopez e Afflalo deverão tirar a equipe do fundo do poço em eficiência defensiva, enquanto o retorno de Carmelo oferece o criador de arremessos e figura central do triângulo que era tão necessário ao longo da conturbada campanha passada. Substituir atletas como Cole Aldrich, Samuel Dalembert e Andrea Bargnani por reforços como Lopez, Seraphin e Kyle O’Quinn elevam o garrafão novaiorquino nos dois lados da quadra, com melhores protetores de aro, capacidade de pontuação e reboteiros.
O Knicks será um time para chegar aos playoffs? É provável que não, pois isso exigiria uma melhora formidável em um Leste que parece ter melhorado bastante. Mas, certamente, já não é uma equipe para ficar na casa das 20 vitórias. O torcedor tem motivos para estar (um pouco) mais otimista.