Bruno Caboclo vai iniciar sua terceira temporada como jogador da NBA, mas a impressão é que o brasileiro ainda é um calouro na NBA. O ala participou de apenas 14 partidas pelo Toronto Raptors na carreira, somando menos de 70 minutos em quadra. E, mesmo com amplo espaço na equipe afiliada dos canadenses na D-League, os técnicos ainda não tem ideia de como o jogador de 21 anos se encaixa no futuro da organização.
“Infelizmente, acho que ainda não sabemos o que Bruno será. Gostaríamos de ter uma ideia muito mais clara sobre isso, dizer-lhe como deve jogar e como pode ser bem sucedido. Mas não acredito que já esteja definido, seja pelo seu jogo, seja por nosso sistema”, contou o auxiliar do Raptors, Jama Mahlalela, em longa entrevista ao jornalista Eric Koreen, ao site The Athletic.
Assistente do Raptors, David Gale está acompanhando o desenvolvimento de Caboclo na D-League de perto e ainda não o vê com a maturidade para atuar regularmente na NBA. “Bruno exibe flashes do que pode ser, mas ele precisa jogar porque tem que entender melhor quando deve arremessar ou passar, o que é um chute bom e ruim, apurar essa tomada de decisões em quadra”, explicou.
Uma das grandes dúvidas que pairam sobre o jovem talento é a posição em que poderia aproveitar melhor suas qualidades no basquete profissional dos EUA (NBA ou D-League). Ele é um ala de formação, mas tem sido cada vez mais aproveitado como ala-pivô pela comissão técnica do Toronto 905. Para Mahlalela, tudo indica que o brasileiro se consolidará como um “quatro” nas quadras norte-americanas.
“Sentimos que sua capacidade defensiva é melhor entre os alas-pivôs. Seus braços longos ajudam demais na cobertura do pick and roll e ele tem mãos ativas, que desviam passes. No ataque, isso coloca-o em melhor condição para espaçar a quadra. Outros alas-pivôs vão ter problemas para conseguir contestá-lo na linha de três pontos”, avaliou o auxiliar, que comandou os primeiros treinamentos do jovem depois de ter sido selecionado na primeira rodada do draft de 2014.
O Raptors ainda não parece necessitar que Caboclo entre em sua rotação e continua a monitorá-lo à distância. No entanto, Gale admite que o fato de ter paciência não significa que a franquia não possa estar frustrada com a evolução do jovem até agora. “Com três temporadas de experiência, você já precisa ser um jogador da NBA. Não dá para ser o jovem da D-League mais”, sentenciou.