Fonte: Emmanuel DUNAND / AFPA Copa Victor Wembanyama segue durante a temporada 2022/23 da NBA, enquanto a briga pelos últimos lugares aumenta. Na verdade, alguns times parecem relutar, como o caso do Orlando Magic, mas continuam firmes. É bem verdade que a equipe da Flórida venceu os seus últimos cinco jogos, mas é sustentável?
No começo da campanha, o San Antonio Spurs vinha com uma áurea de “intancável”, mas já deu um jeito de deixar a competição por vitórias. De fato, a equipe texana tinha cinco triunfos nos primeiros sete jogos. Tudo parecia incrível, mas desde então foram 18 derrotas em 22 jogos. Estava até pior (16 em 17) antes de uma sequência de três triunfos.
Aliás, tais sequências dão a ideia de que vão voltar a jogar sério. O Magic, por exemplo, acabou de vencer o atual líder do Leste, o Boston Celtics, fora de casa. Embora a equipe tenha lapsos de competitividade, é difícil pensar que vai brigar por playoffs.
Tudo bem, o Magic tem um elenco jovem e promissor. Talvez, até daria para tentar play-in. Mas vai?
O Washington Wizards, o 12° da conferência, vem de nove derrotas em sequência. Era para estar tão mal assim? Ou será que apenas se aproveitou de momentos ruins dos oponentes para vencer dez dos primeiros 16? Bradley Beal perdeu alguns jogos, mas voltou e o time continua na mesma.
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Claro que existe uma boa explicação para perder tanto assim: a Copa Victor Wembanyama (termo que começamos a usar, de brincadeira) e o Draft de 2023 da NBA. Enquanto existe uma evidente diferença entre os primeiros de cada conferência, alguns times só não estão competindo na temporada.
Não é o caso do Chicago Bulls. Ao menos, não era.
Fora da zona de play-in desde o dia 12 de novembro, o Bulls já trabalha com a possibilidade de Lonzo Ball não retornar às quadras em 2022/23. A notícia não poderia ser pior para a direção, que ainda sonhava com o time que liderou o Leste enquanto Ball estava saudável no ano passado.
Não que Ball seja um super astro, mas havia encaixe por sua defesa, arremesso e visão de quadra.
Com tantas derrotas (13 nos últimos 18), o time não funciona. Não consegue se aproximar dos primeiros colocados e deve partir para as trocas. Como resultado, DeMar DeRozan e Nikola Vucevic são os primeiros nomes que entram nos rumores.
A não ser que o técnico Billy Donovan faça algo realmente diferente, o próximo passo de Chicago é o tank.
No Leste, o Bulls e Wizards não são os únicos a tentarem competir. O Toronto Raptors, por exemplo, perdeu as últimas quatro e já caiu para o décimo lugar.
As lesões sempre aparecem como vilãs.
Oeste
No Oeste, a briga está mais entre Houston Rockets, Oklahoma City Thunder e o Spurs. Apesar de o Thunder estar jogando bem, vez ou outra a equipe poupa alguns de seus principais jogadores. Shai Gilgeous-Alexander não enfrentou o Memphis Grizzlies na noite de sábado, mas o Thunder venceu. Aliás, o Grizzlies lidera a conferência, mas não conseguiu brigar durante todo o primeiro tempo. Apenas depois que Ja Morant foi expulso, Memphis reagiu.
Então, ainda é possível dizer que o Thunder está jogando com compromisso.
Ainda.
Rockets e Spurs são os que menos iludem o torcedor. Enquanto o primeiro tem um elenco bastante jovem, San Antonio quer fazer todo o processo de reconstrução. Mas o técnico Gregg Popovich não gosta disso. Ele quer competir, apesar de saber o que pode acontecer em breve.
“Parte disso, é algo que nós não somos, não é como eu sou. Eu não posso trabalhar assim, mas pode não ser a a filosofia mais inteligente agora e eu entendo”, disse.
Só que foi da mesma forma que San Antonio conseguiu ser um dos times mais vitoriosos das últimas décadas.
Eu sei o que vocês fizeram no verão passado
Bem, pode fazer muito tempo, mas o Spurs perdeu de propósito em 1996/97. Não porque queria isso no começo, mas foi o que aconteceu. Popovich, aliás, estava em seu primeiro ano como treinador da equipe. Já contamos sobre, mas aqui vai um resumo.
“Foi um ano terrível para a equipe texana. O Spurs perdeu o seu principal jogador, o pivô David Robinson, por 76 partidas. Robinson machucou-se e teve de passar por uma cirurgia no pé. Sean Elliott, que chegou a atuar no Jogo das Estrelas, também pouco jogou naquele ano. No fim, o San Antonio contava com Dominique Wilkins em fim de carreira, e o único que esteve nos 82 jogos foi o fraco Greg “Cadilac” Anderson”.
Não que o Spurs vá fazer isso de novo, mas a recompensa é enorme.
Dois anos depois do tank, o time comemorava o seu primeiro título na liga.
E estamos falando de um talento geracional, assim como Tim Duncan foi.
Victor Wembanyama tem tudo para ser um dos grandes nomes da NBA e, por isso, não existe surpresa alguma com times fazendo uma “Copa” por ele.
Leste
O Charlotte Hornets não tem motivo algum para vencer. Ficou sem LaMelo Ball por, basicamente, toda a temporada até aqui, teve um jogador com problemas policiais no ano de renovação e não é bom em nada. É hora de trocar quem precisa, abrir espaço na folha salarial e criar espaço para receber bons jogadores no futuro.
Isso, se der tudo certo.
Por outro lado, o Detroit Pistons tem um caso similar ao Rockets: jovens talentos. Mas o Pistons ainda perdeu Cade Cunningham pelo resto da temporada. Então, nem é necessário brigar para perder. Acontece de forma natural, enquanto alguns jogadores devem entrar no mercado de trocas.
Para finalizar, Magic, Wizards e, talvez, Bulls.
Depende muito para cada um dos três.
Enquanto o Magic conta com jovens muito bons, o time já tem Paolo Banchero querendo brigar pelo prêmio de melhor calouro. A sequência de cinco vitórias é legal, mas não creio que seja algo permanente. Se for, legal.
O Wizards emendou nove derrotas e pode trocar Kyle Kuzma. O Los Angeles Lakers quer ele de volta. Apesar disso, não tem time para estar lá no fundão. Precisa negociar alguns jogadores.
Já o Bulls, tem de acontecer algo muito diferente. Ou a direção troca para lutar por vitórias ou abre mão de alguns de seus melhores jogadores e parte de vez para a reconstrução.
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