Prospecto do Draft 2023

O Jumper Brasil dá prosseguimento à série “Prospecto do Draft 2023″, agora com o ala Ben Sheppard. Destaque da Universidade Belmont, na última temporada, ele é projetado como uma escolha de final de primeira rodada no recrutamento deste ano. Confira a análise do site para o atleta de 21 anos.

Ben Sheppard

Idade: 21 anos
País: Estados Unidos
Universidade: Belmont
Experiência: senior (quarto ano universitário)
Posição: ala/ala-armador
Altura: 6’6.25″ (1,99m)
Envergadura: 6’7.5″ (2,02m)
Peso: 88 kg

Médias na última temporada: 18,8 pontos, 5,2 rebotes, 2,9 assistências, 1,4 roubo de bola, 0,2 toco, 2,2 turnovers, 47,5% nos arremessos de quadra, 41,5% nas bolas de três pontos (com seis tentativas por jogo), 68,4% nos lances livres, 34,4 minutos por jogo

Por Lucas Nicolau

Atributos físicos e atléticos

Não tem grandes atributos atléticos. Afinal, Sheppard não possui grande impulsão, explosão ou força muscular. É um jogador que tem pouca movimentação nos quadris e pouca agilidade saindo de uma posição fixa.
Porém, em movimento, é um jogador muito rápido, capaz de ganhar terreno e estar sempre livre em transição.

Ataque

Ben Sheppard talvez seja o melhor arremessador em movimento do Draft 2023. Sua colocação e recolocação de pés no ato do arremesso é exemplar, o que, combinado a um release muito rápido, lhe permite converter uma impressionante porcentagem de 48,7% de seus arremessos de três pontos saindo de bloqueios. Ele demonstra maestria em diferentes tipos de screens, seja vindo da esquerda, da direita ou mesmo recuando. Além disso, também é excelente em situações de catch-and-shoot, acertando 40,5% nessas situações, tendo ainda 49,1% de acerto nessas bolas quando não esta marcado. Ele domina basicamente todas as micro-habilidades de um grande arremessador. Aliás, Sheppard sabe muito bem correr pela linha lateral, os ângulos exatos de como espaçar a quadra, e de como enganar ou fugir da marcação. Portanto, essas características fazem dele um jogador altamente desejável e adaptável na NBA.
Até o terceiro ano do ensino médio, ou seja, antes de ter um crescimento tardio e virar um prospecto de verdade, Sheppard atuava como armador. Desse modo, ele mantém muito da inteliência e capacidade de criar jogadas. No entanto, o seu controle de bola não é bom o suficiente para que ele jogue na posição 1. Assim, sempre sabe qual decisão tomar com a bola, qual companheiro está melhor colocado, conduz muito bem transições, é criativo e ainda consegue criar algumas jogadas no pick-and-roll. Enfim, é um jogador altamente altruísta.

Defesa

Embora tenha experiência enfrentando os jogadores mais difíceis de marcar da equipe adversária, Sheppard é muito agressivo e esforçado. Além disso, sabe se posicionar, usar os braços para alongar seu corpo e tem um bom trabalho de pés. No entanto, a sua velocidade lateral e a postura defensiva não são das melhores, pois costuma se portar de forma muito ereta na frente do marcador. Nesse caso, ele se inclina apenas até a região dos quadris, o que torna difícil para ele efetuar trocas de direção ou segurar infiltrações de jogadores mais rápidos. Também costuma ceder algumas bolas atrás de suas costas pela falta de postura e agilidade. Suas mãos são agéis e disruptivas, mas falta força para conter jogadores mais altos que tentam desequilibrá-lo.
Usa sua inteligência para estar sempre no lugar certo nas rotações defensivas. Além disso, tem uma recuperação rápida se estiver atrás de jogadores. Também é muito rápido e com bom tempo para interceptar passes. Dessa forma consegue um grande número de roubadas de bola.

Pontos fracos

Mesmo que apresente boa capacidade de finalização no aro usando as duas mãos, enfrenta muitas dificuldades no jogo de contato físico. Sheppard não absorve bem contestações e não tem boa impulsão ou agilidade para tentar se sobressair de outras formas. Assim, fica muito longe da cesta ou é bloqueado facilmente. O resultado disso é ter acertado apenas 53,6% próximo ao aro na temporada. Porém, apresentou maior mobilidade e destreza nesse quesito no Combine, talvez demonstrando potencial de melhora no futuro.
Não tem capacidade para criar seu próprio arremesso. Seu controle de bola é apenas funcional e ele não tem atleticismo e explosão para conseguir separação. Sheppard, aliás, precisa de um bloqueio em jogada de pick-and-roll para conseguir espaço e ser efetivo em arremessos saindo do drible.
Seu aproveitamento nos lances livres é de apenas 68,4%. Isso pode levantar questões se ele realmente tem um arremesso com o refino necessário para ter sucesso no longo prazo.

Conclusão

Ben Sheppard é um jogador pronto e que está preparado para entrar na rotação de uma equipe da NBA. Seu potencial como arremessador pode ser uma mais valia para qualquer franquia da liga. Seu futuro para conseguir dar outro salto como jogador e, quem sabe ser titular na NBA por muitos anos, dependerá dele ganhar força muscular para enfrentar outros alas, bem como evoluir sua postura e flexbilidade na defesa.

Comparações: Gary Harris (Orlando Magic), JJ Redick (ex-Los Angeles Clippers)

Projeção: entre as escolhas 23 e 38

Confira alguns lances de Ben Sheppard

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