Golden State Warriors (2º) x (4º) Cleveland Cavaliers
Confrontos na temporada: Golden State Warriors 2 x 0 Cleveland Cavaliers
25 DEZ – Warriors 99 x 92 Cavaliers
15 JAN – Cavaliers 108 x 118 Warriors
Programação da série
31-05: Warriors x Cavaliers – 22h00 (em Oakland)
03-06: Warriors x Cavaliers – 21h00 (em Oakland)
06-06: Cavaliers x Warriors – 22h00 (em Ohio)
08-06: Cavaliers x Warriors – 22h00 (em Ohio)
11-06: Warriors x Cavaliers – 22h00 (em Oakland)*
14-06: Cavaliers x Warriors – 22h00 (em Ohio)*
17-06: Warriors x Cavaliers – 21h00 (em Oakland)*
* Se necessário
Horários de Brasília
Golden State Warriors (58-24)
Time-base: Stephen Curry, Klay Thompson, Kevin Durant, Draymond Green, Kevon Looney
Reservas com mais tempo de quadra: David West, Shaun Livingston, Quinn Cook, JaVale McGee, Andre Iguodala (lesionado)
Técnico: Steve Kerr
Estatísticas nos playoffs
Pontos |
Kevin Durant | 29.0 |
Rebotes | Draymond Green |
11.6 Publicidade
|
Assistências |
Draymond Green | 8.1 |
Roubos de bola | Draymond Green |
1.9 Publicidade
|
Tocos |
Draymond Green |
1.5 |
Cleveland Cavaliers (50-32)
Time-base: George Hill, JR Smith, LeBron James, Kevin Love/Jeff Green, Tristan Thompson
Reservas com mais tempo de quadra: Kyle Korver, Tristan Thompson, Jordan Clarkson, Larry Nance Jr., Rodney Hood
Técnico: Tyronn Lue
Estatísticas nos playoffs
Pontos |
LeBron James | 34.0 |
Rebotes | Kevin Love |
10.0 Publicidade
|
Assistências |
LeBron James | 8.8 |
Roubos de bola | LeBron James |
1.4 Publicidade
|
Tocos |
LeBron James |
1.1 |
https://www.youtube.com/watch?v=n_utxQ56HEc
Análise do confronto
Cavaliers e Warriors fizeram história mais uma vez. Após serem os primeiros times da história da NBA a se enfrentarem em três finais consecutivas, eles tornam-se a primeira “quadrilogia” em anos seguidos na decisão do título de uma das grandes ligas norte-americanas. Ambos devem sentir-se orgulhosos, até porque o caminho até aqui pareceu muito mais difícil do que nas ocasiões anteriores e mereceram as vagas. Ainda assim, o confronto chega com um gosto inevitável de anticlimax.
Eu aceito com louvor quem divirja – e torcedores dos dois times precisam divergir de mim –, mas é um anticlimax porque:
- Em algum momento, nós imaginamos que outras equipes chegariam às finais e trariam novidade à série de playoffs mais importante do ano.
- Nenhum dos dois times vive o auge, seu melhor momento. Pelo contrário: pode-se dizer que esse é o pior dos quatro Cavaliers finalistas.
- Acho que essa série tem potencial para ser, inclusive, muito pouco competitiva. A menos competitiva dos quatro encontros, possivelmente.
Qualquer série envolvendo LeBron James nessa década deve começar pelo drama de quem pode marcá-lo. Aqui, pela condição dos times, eu mudarei a abordagem. Essa análise vai ser pautada pelos caminhos como o Cavs pode tentar desafiar o evidentemente mais forte Warriors. E isso porque sejamos sinceros: se tudo for acontecer da forma como a lógica diz, acho que todos sabemos que Golden State será campeão novamente.
Uma ausência estendida de Andre Iguodala seria, antes de tudo, um bom começo para as chances do Cavaliers. O experiente ala é o principal marcador de LeBron nos primeiros encontros entre os dois times em finais – no ano passado, Golden State foi quase 14 pontos melhor por 100 posses de bola quando ele esteve em quadra com o craque – e seu desfalque já cria um problema de partida para os campeões.
Steve Kerr terá que, provavelmente, deslocar Durant e Green para a função – que não só são menos eficientes, mas também funcionam bem melhor para eventuais protetores de aro nos ataques à cesta do ala. Kevon Looney e Jordan Bell vão ter momentos marcando LeBron, em eventuais trocas de marcação. Outra novidade nesse sentido poderá ser a presença mais ativa de Klay Thompson, já que, sem Kyrie Irving do outro lado, ele fica mais “manejável” entre outras funções.
Em quadra, o Rockets das finais de conferência é um provável ótimo espelho para o que o Cavaliers deverá tentar fazer para complicar o Warriors: diminuir o ritmo das ações (os comandados de Tyronn Lue registram o menor número de posses/partida dos playoffs), cometer poucos desperdícios de bola, deixar um alvo nas costas de Stephen Curry e dominar os rebotes. Trata-se de tirar a equipe de Oakland do seu estilo de preferência: tornar o jogo bastante lento, sem chances para que possa explorar a velocidade e liberdade da transição ofensiva.
https://www.youtube.com/watch?v=8i9XMoTSEx8
Isolar LeBron e forçar as trocas até “encontrar” Curry – como o Rockets fez usando Harden, por exemplo – é o caminho natural para que Cleveland desacelere o jogo e cometa menos erros, o que pode levar ao efeito em cadeia que também “quebrou” o ataque do Warriors na série anterior. Nem preciso dizer que o quatro vezes MVP é inteligente o bastante para encontrar os companheiros que estiverem livres se os campeões tentarem lançar uma marcação dupla e traps na bola.
Como os anos anteriores já mostraram, o Cavs também vai precisar de um Tristan Thompson dominante nas tábuas para vencer essa série – da mesma forma como Clint Capela foi nas finais do Oeste. Ele é um dos melhores reboteiros ofensivos da NBA (assim como Larry Nance Jr., que também pode ser fundamental da mesma forma) e, se os tetracampeões do Leste tiverem o controle nesse quesito, eles não só terão várias novas chances de pontuar, mas também forçam ainda mais a lentidão do ritmo de jogo. Rebote, afinal, é o ponto de ligação entre defesa e ataque.
A vitória de 2016, especialmente, é ilustrativa sobre o impacto que Thompson pode ter sobre o garrafão: quando Golden State partia para suas típicas formações mais baixas, ele mandava na área pintada e dava segundas, terceiras, quartas chances para que o Cavs pudesse pontuar. O grande paradoxo que isso cria é que sempre será improvável que ele e Kevin Love possam atuar juntos contra um time com o espaçamento do Warriors. A lógica diz que, quanto mais Tristan for bem sucedido, menos podemos ver o segundo melhor jogador de Ohio em quadra.
E, lógico, o Cavaliers terá que defender eficientemente. Essa, talvez, seja a parte mais improvável da história. A marcação do time de Lue melhorou nos playoffs e, em termos estatísticos, chegou à média da liga. Isso não leva em conta, porém, que as ofensivas que enfrentou anteriormente não são nem comparáveis ao que encarará agora. No ano passado, a defesa também dava sinais de evolução nos playoffs até bater de frente com o Warriors – foi quando a forte movimentação sem a bola expôs a falta de comunicação da marcação de LeBron e companhia.
O ponto principal dessa explicação toda é uma verdade inconveniente para quem quer uma série mais competitiva: a estratégia do Cavaliers passa por refletir boa parte do que o Rockets fez na série anterior, mas Houston era um time superior (especialmente, na defesa) ao campeão do Leste e, ainda assim, não conseguiu derrotar o atual campeão. Era um elenco montado para derrubá-los.
Por que acreditar agora que uma versão inferior do Rockets, com defensiva pior e arremessadores menos consistentes, fará o serviço? Por que acreditar em um time que, mesmo se transformar Golden State no caminhão de isolations de Durant que quase levou os campeões à lona, vai ter Jeff Green na maior parte marcando-o ao invés de Trevor Ariza e P.J. Tucker? É muito difícil.
A narrativa comum para tentar acreditar é argumentar que LeBron está jogando o melhor basquete da carreira e o Warriors vive uma má fase. Essas são versões práticas até a página quatro ou cinco, na verdade: o ídolo já deu sinais claros de exaustão na série contra o Celtics e o basquete ruim de Golden State foi provável produto de enfrentar seu melhor e mais bem planejado adversário. Contra Spurs e Pelicans, vale lembrar, eles vinham muito bem e com atuações – em especial, defensivas – dominantes.
A verdade é que, no fim das contas, esse quarto capítulo da rivalidade Cavaliers e Warriors tem tudo para ser uma sequência no piloto automático (como um “A Hora do Pesadelo IV – O mestre dos sonhos”) do que um empolgante “Rocky 4”. Mas quem sabe, né?
Palpites
Golden State Warriors 4 x 1 Cleveland Cavaliers