Toronto Raptors
Campanha na temporada passada: 56-26, 2º colocado da conferência Leste
Playoffs: eliminado nas finais do Leste, em seis jogos, pelo Cleveland Cavaliers
Técnico: Dwane Casey (sexta temporada)
Gerente-geral: Masai Ujiri (quarta temporada)
Destaques: Kyle Lowry e DeMar DeRozan
Time-base: Kyle Lowry – DeMar DeRozan – DeMarre Carroll – Jared Sullinger – Jonas Valanciunas
Elenco
7- Kyle Lowry, armador
6- Cory Joseph, armador
55- Delon Wright, armador
23- Fred VanVleet, armador
10- DeMar DeRozan, ala-armador
31- Terrence Ross, ala-armador
24- Norman Powell, ala-armador
11- Drew Crawford, ala-armador
4- Brad Heislip, ala-armador
5- DeMarre Carroll, ala
20- Bruno Caboclo, ala
25- E.J. Singler, ala
0- Jared Sullinger, ala-pivô
54- Patrick Patterson, ala-pivô
43- Pascal Siakam, ala-pivô
21- Jarrod Uthoff, ala-pivô
17- Jonas Valanciunas, pivô
42- Jakob Poeltl, pivô
92- Lucas “Bebê” Nogueira, pivô
35- Yanick Moreira, pivô
Quem chegou: Fred VanVleet, Drew Crawford, Brad Heislip, E.J. Singler, Jared Sullinger, Pascal Siakam, Jarrod Uthoff, Jakob Poeltl e Yanick Moreira
Quem saiu: Bismack Biyombo, Jason Thompson, Luis Scola e James Johnson
Revisão
O Raptors esteve em festa na última temporada. A franquia fez a melhor campanha de sua história: conquistou 56 vitórias nos 82 jogos regulares, chegou às finais de conferência pela primeira vez e levou o futuro campeão Cleveland Cavaliers a seis partidas na série melhor-de-sete. Foi um ano inesquecível para Toronto, em que o time manteve a alta produção ofensiva característica do período em que Dwane Casey está à frente do elenco e mostrou um dos melhores rendimentos defensivos da equipe em tempos recentes.
Na offseason, por isso, o foco do time foi manter o grupo ao máximo intacto. Algo que exigiu escolhas difíceis da direção. A franquia garantiu sua prioridade ao fechar a permanência do astro DeMar DeRozan, mas, com pouco espaço disponível em sua folha salarial, teve que abrir mão de um dos destaques e xodós de time na última temporada: Bismack Biyombo. Assim, o Raptors chega à nova temporada passando a impressão de que andou mais para o lado do que para frente.
É um dos dramas do sucesso absoluto em termos internos, porém relativo de forma geral. O Raptors provou que amadureceu com os anos e parece pronto para voltar às finais de conferência, mas está melhor preparado para, de fato, desafiar o atual campeão Cleveland Cavaliers? Esse é o dilema de Toronto: seu auge é o bastante? O que você faz quando chega ao topo? Ou, pelo menos, àquele aparente topo que você pode atingir?
Perímetro
O Raptors finalmente terá seu provável perímetro ideal desde o início da temporada disponível: Kyle Lowry, DeMar DeRozan e DeMarre Carroll. Os dois primeiros são os dois astros e forças motrizes da equipe, compondo uma das duplas que mais cobra lances livres na liga. Lowry, como armador, é a parte que com mais facilidade para criar arremessos para outros e possui a mão mais calibrada de longa distância. Já DeRozan é o jogador de melhor condição atlética e um dos mais prolíficos criadores de arremessos de média distância para si mesmo da atual NBA – uma habilidade muito rara hoje em dia.
Apesar de já terem astros como titulares, a reserva para as duas posições está bem servida em Toronto. Cory Joseph foi um dos principais reservas do time na última temporada e é capaz de suprir as ausências tanto de Lowry, quanto de DeRozan, trazendo um ball handler e passador extra para a quadra no Raptors. Delon Wright é outra opção para a reserva de Lowry, com um perfil mais atlético e defensivo em comparação ao titular.
O banco ainda conta com os alas-armadores Terrence Ross e Norman Powell. Em sua essência, ambos teriam o mesmo potencial de função: o arremessador de longa distância atlético capaz de defender em alto nível. Powell surpreendeu na estreia como profissional e insinua poder fazer essa função com competência, enquanto Ross não parece ter o foco defensivo para consolidar-se como esse “3DA” e acaba destacando-se mais como um pontuador explosivo. São perfis diferentes, que dão opção a Casey e podem ser encaixados como o jogo exigir.
Carroll é o especialista defensivo dentro do trio titular, que também oferece grande versatilidade por poder atuar como ala-pivô em formações mais baixas e espaçar a quadra além da linha de três pontos. Contratado a peso de ouro, ele só atuou em 26 partidas da temporada regular passada e participou da maior parte dos playoffs com minutos limitados. Em forma, o versátil defensor pode se revelar o grande reforço do time para a atual temporada. Ross seria o reserva natural para sua vaga, já que possui altura também para atuar na posição três.
A expectativa do torcedor brasileiro é acompanhar uma possível participação mais destacada de Bruno Caboclo, que vem sendo aproveitado majoritariamente na D-League desde que chegou à NBA. Ele poderia suprir o espaço deixado por James Johnson, como um ala que saísse do banco pontualmente para aumentar a estatura e envergadura do time. Fica a nossa torcida!
Garrafão
Jonas Valanciunas vai iniciar sua quinta temporada como titular do Raptors ainda em busca da afirmação absoluta na NBA. O pivô lituano possui potencial para ser um jogador ofensivo dominante com sua versatilidade, mas ele não “toma conta” de jogos como muitos torcedores esperam e apresenta uma postura passiva em muitos momentos. Ele caminha pela linha que separa a empolgação da frustração constantemente, o que passa a impressão de ser um desperdício. A pergunta mais interessante da rotação é quem substituirá Bismack Biyombo, cuja proteção de aro e disposição eram um contraponto perfeito ao estilo técnico do titular.
O brasileiro Lucas “Bebê” teve bons momentos ao longo da temporada passada e seria um substituto mais próximo das características do antigo reserva, com sua mobilidade e capacidade de proteger a cesta. Mas a tendência é que Jakob Poeltl seja o suplente imediato da posição. A nona escolha do draft deste ano possui um jogo mais completo em comparação ao concorrente, contribui nos dois lados da quadra e até pode oferecer um pouco mais de espaçamento de quadra ao time – algo sempre importante, diante do ímpeto agressivo de Lowry e DeRozan.
Entre os alas-pivôs, o titular será o recém-chegado Jared Sullinger. Ele substituirá diretamente Luis Scola, em uma manobra que mantém a rotação intacta e Patrick Patterson no papel de jogador que sai do banco para mudar radicalmente o estilo da equipe com seu arremesso de três pontos. Sullinger, que também deve atuar alguns minutos como pivô de ofício, não é um upgrade brilhante sobre Scola, mas oferece uma presença mais robusta dentro do garrafão sem perder o arremesso de média distância e a alternativa de operar no pick and pop.
O novato camaronês Pascal Siakam, que vem sendo preparado pelos técnicos para assumir a posição nos próximos anos, seria uma opção mais atlética e agressiva para momentos específicos. Ele também oferece um arremesso de média distância sólido, como Sullinger, mas não tem o alcance de tiro de Patterson ou a experiência dos dois principais integrantes da rotação.
Análise Geral
Enquanto grandes reforços são sempre o que chama a atenção na offseason, nada é mais subestimado iniciando uma temporada do que o poder da continuidade e entrosamento. O Raptors aposta nisso após a melhor campanha de sua história, garantindo a permanência de DeMar DeRozan e substituindo as peças pontuais (reservas, em sua maioria) que saíram neste ano. Bem, não que o gerente-geral Masai Ujiri tivesse muitas opções: sem muito espaço na folha salarial, a franquia não tinha condições de investir em adições de primeira grandeza.
Os canadenses, porém, tem condições de evoluir internamente por conta de sua base jovem. Atletas como Wright, Powell, Siakam e Poeltl, além dos brasileiros Bebê e Caboclo, oferecem potencial a ser trabalhado e podem reforçar algumas rotações como contratações poderiam. Essa estagnação de Toronto poderia ser “burlada”, assim. É provável que algo assim aconteça? Eis uma pergunta muito mais complicada de ser respondida.
Mas a pergunta mais importante – e crítica – para o Raptors é: para onde ir agora? Salvo alguma lesão, esse elenco não parece ter grandes perspectivas de derrubar o Cleveland Cavaliers do topo da conferência Leste e o objetivo realista seria apenas manter-se em seu atual patamar – mesmo que isso venha ganhando menos jogos durante a temporada regular. Embora no melhor momento de sua história, o time caminha em uma direção que não deixa de ser um tanto anticlimática.
Previsão: 2º lugar na conferência Leste.