Phoenix Suns
Campanha em 2016-17: 24-58, 15° na conferência Oeste
Playoffs: não se classificou
Técnico: Earl Watson (segunda temporada)
GM: Ryan McDonough (quinta temporada)
Destaques: Devin Booker e Eric Bledsoe
Time-base: Eric Bledsoe – Devin Booker – T.J. Warren (Josh Jackson) – Marquese Chriss – Tyson Chandler
Elenco
2- Eric Bledsoe, armador
8- Tyler Ulis, armador
55- Mike James, armador
11- Brandon Knight, armador
1- Devin Booker, ala-armador
30- Troy Daniels, ala-armador
32- Davon Reed, ala-armador
22- Elijah Millsap, ala-armador
12- T.J. Warren, ala
20- Josh Jackson, ala
10- Derrick Jones, ala
3- Jared Dudley, ala/ala-pivô
0- Marquese Chriss, ala-pivô
35- Dragan Bender, ala-pivô
25- Alec Peters, ala-pivô
4- Tyson Chandler, pivô
21- Alex Len, pivô
15- Alan Williams, pivô
Quem chegou: Josh Jackson (draft), Davon Reed (draft), Alec Peters (draft), Troy Daniels, Mike James
Quem saiu: Leandrinho, Ronnie Price
Revisão
Mais uma temporada de sofrimento para a torcida do Suns. A franquia, que tem o quarto melhor aproveitamento em temporadas regulares na história da NBA, está há sete anos sem saber o que é uma classificação para os playoffs. É o maior jejum da história da franquia. Apesar da ausência de títulos, os fãs (mais antigos) se acostumaram com a presença do time na pós-temporada.
Pelo segundo ano seguido, o time de Phoenix fez uma campanha ridícula e conseguiu uma escolha TOP 5 no Draft. Desde a saída do ídolo Steve Nash, em 2012, a equipe passa por um processo de reconstrução do elenco. Alguns veteranos foram contratados para serem lideranças positivas no vestiário – Leandrinho e Jared Dudley, mas os resultados em quadra continuaram ruins.
Como de costume, o Suns teve uma das defesas mais frágeis da liga. Em 2016/17, equipe foi a terceira pior em eficiência defensiva (média de 112.2 pontos sofridos por 100 posses de bola) e a pior em média de pontos sofridos (113.3 pontos). Além disso, o Suns foi o time que permitiu o melhor aproveitamento (38.2%) nos arremessos do perímetro e o que mais cedeu lances livres aos adversários (29.1).
O lado bom dessa fase pouco gloriosa é o espaço dado aos jovens. Devin Booker teve total liberdade no esquema de Earl Watson e mostrou que é a peça central dessa reconstrução. Ele entrou para a história da NBA ao anotar 70 pontos em uma partida (contra o Boston Celtics), um feito espetacular para um atleta da sua idade. Com somente 20 anos de idade, ele tornou-se apenas o sexto jogador da história da liga a anotar 70 ou mais pontos em uma partida, juntando-se a Kobe Bryant, Wilt Chamberlain, Elgin Baylor, David Thompson e David Robinson, e o mais jovem a atingir a marca.
Outros jovens como Marquese Chriss, Alan Williams, Tyler Ulis e T.J. Warren também deram respostas positivas. Dragan Bender, o mais novo da turma, teve dificuldade com o jogo mais físico da liga, mas ainda é uma esperança para os fãs da franquia.
O perímetro
Eric Bledsoe e Devin Booker seguramente serão titulares da equipe. Eles foram os cestinhas do Suns na temporada passada, e formam uma respeitável dupla na armação. Líder em assistências, segundo em pontos e roubadas de bola, Bledsoe deixou claro que pode coexistir com o astro em ascensão. Já Booker é a “menina dos olhos” da franquia. Pontuador dos mais versáteis, ele tem tudo para ser um dos cestinhas da NBA nesta temporada. Mas há de se ressaltar que ele precisa melhorar seu desempenho na defesa. O Suns foi o segundo em número posses de bola por partida (100.3), atrás apenas do Brooklyn Nets (101.3), em 2016/17, muito em parte graças ao dinamismo da dupla. Certamente, esse ritmo alucinante em quadra irá continuar nesta temporada.
A grande dúvida do técnico Earl Watson está na posição 3. T.J. Warren vem de uma boa temporada, foi o terceiro maior pontuador do time e, recentemente, assinou uma extensão de quatro anos com o Suns. Ele é um jogador quase que letal na média distância e na área próxima à cesta, e não deixa a desejar na defesa. O problema é o inconstante chute do perímetro. Josh Jackson, outro postulante à posição, foi a quarta escolha do último draft e chega à NBA cercado de expectativa, após uma temporada fantástica na Universidade de Kansas. Com um atleticismo invejável, visão de quadra elogiável e um grande potencial para se tornar um defensor de elite na NBA, o jovem de 19 anos terá muitos minutos logo em sua estreia na liga, seja como titular ou vindo do banco. Assim como Warren, Jackson tem um arremesso pouco confiável do perímetro.
Completando a rotação do perímetro, o Suns tem o baixinho Tyler Ulis como reserva imediato de Bledsoe na armação, e trouxe o ala-armador Troy Daniels para contribuir com bolas de três pontos. O veterano Jared Dudley, que atua nas posições 3 e 4, deverá ter pouco tempo de quadra nesta temporada. Já o armador Brandon Knight, que teve um desempenho sofrível em 2016/17, ficará afastado de toda a temporada por motivo de lesão.
O garrafão
O garrafão do Suns é considerado um dos mais fracos da NBA. Marquese Chriss continua como o dono da posição 4. Em sua temporada de estreia, o jovem foi titular em 75 das 82 partidas disputadas e teve um desempenho além do esperado. Os números dele por 36 minutos foram de 15.6 pontos, 7.2 rebotes e 1.4 toco. Nada mal para um jogador que acabou de completar 20 anos, que ainda carece de fundamentos e de um arremesso mais consistente, mas que chamou a atenção pelos atributos físico-atléticos de elite. Bem trabalhado, Chriss pode ser de grande valia na extremidade defensiva. A princípio, o companheiro dele na área pintada será o veterano Tyson Chandler. Em declínio físico pela idade, e envolvido em diversos rumores de negociação, o pivô de 35 anos ainda é o melhor protetor de aro do elenco.
Na rotação de garrafão, o Suns tem Alex Len, Alan Williams e o jovem Dragan Bender. O pivô ucraniano vai para o último de contrato com a equipe, e terá, talvez, a chance derradeira para mostrar o seu valor para a franquia. Quinta escolha do draft de 2013, Len ainda não desabrochou na NBA. Ele pouco evoluiu, nos dois lados da quadra, nas quatro temporadas em Phoenix, e perdeu espaço na última temporada para o esforçado Alan Williams.
De terceira opção a pivô mais produtivo do Suns na temporada. Williams foi bem no pouco tempo de quadra que teve (média de 15 minutos por noite). Seus números por 36 minutos foram impressionantes: 17.6 pontos e 14.8 rebotes. Ele agradou tanto que, nesta offseason, conseguiu uma extensão de três anos com a franquia, no valor de US$17 milhões. O detalhe é que o pivô perderá boa parte da temporada após uma cirurgia no menisco do joelho direito.
Completando o garrafão, a promessa croata. Ainda que seja um projeto de longo prazo, e que o treinador o tenha escalado na posição errada em várias partidas, Bender deixou a desejar em seu primeiro ano na NBA. Apesar do alto QI de basquete, ele ainda possui um corpo extremamente franzino e precisará passar por trabalho físico para suportar a competição da liga. Mas como o seu potencial técnico é animador, Bender deverá evoluir nesta temporada. Com a ausência do lesionado Williams, o jogador de 19 anos deverá atuar em alguns momentos na posição 5.
Durante a pré-temporada, Earl Watson deu mostras de que poderá utilizar, em determinados momentos das partidas, uma formação mais baixa com Jackson e Chriss nas posições 4 e 5. A ideia é dar ainda mais dinamismo à equipe, com dois jovens atléticos e potenciais bons defensores.
Análise geral
A paciência dos fãs do Suns deverá ser testada novamente nesta temporada. Considerado um bom avaliador de talentos, o gerente-geral Ryan McDonough, que vai para o quinto ano no cargo de GM, está remontando o elenco com escolhas de loteria – Len (2013), Warren (2014), Booker (2015), Bender e Chriss (2016) e Jackson (2017). Mas ele sabe que um time recheado de jovens dificilmente faz boas campanhas em uma liga tão competitiva quanto a NBA.
McDonough terá a companhia do ex-jogador James Jones, contratado para ser o vice-presidente de operações de basquete. Ganhador de três títulos na NBA como atleta, Jones tem o respeito de jogadores e agentes da liga, e deverá ser peça importante nas futuras negociações envolvendo o time de Phoenix. Pelo menos dá para perceber um certo planejamento por parte da direção da franquia. O outrora impaciente dono do Suns, Robert Sarver, confia na dupla e espera que daqui a dois anos, quando se encerra o contrato de McDonough, os resultados positivos sejam uma realidade.
A expectativa para a temporada 2017/18 é de que Booker continue a impressionar como pontuador, mas que melhore seu desempenho no lado defensivo, e que os outros tantos jovens do elenco tenham espaço para se desenvolverem. Querido pelo elenco, o técnico Earl Watson vai para a sua segunda temporada no comando do time. O estilo de jogo continuará sendo o de imprimir um ritmo alucinante em quadra. Em 2016/17, o time de Phoenix teve o nono ataque que mais pontuou na temporada (média de 107.7 pontos) e foi o segundo da liga em tentativas de arremessos (88.5) e lances livres cobrados (26.3). As duas grandes dores de cabeça para Watson continuam sendo a defesa e a consistência nos chutes do perímetro.
Os veteranos Dudley e Chandler têm boas chances de serem trocados ao longo desta temporada. Assim como Bledsoe. Tudo para flexibilizar ainda mais a folha salarial da equipe e adquirir ativos (jovens jogadores e escolhas de draft).
Por tudo isso, o Suns deverá ficar novamente fora dos playoffs, ainda mais em uma conferência Oeste cada vez mais forte. A tendência é que o time do Arizona faça uma das piores campanhas na temporada e consiga uma valiosa escolha no próximo recrutamento, que tem um Top 5 recheado de talentos – Michael Porter, Luka Doncic, Marvin Bagley, DeAndre Ayton e Mohamed Bamba. Em 2018/19, o Suns poderá ter em seu elenco um potencial futuro astro da liga. O torcedor deve ter a consciência de que o draft de 2018 poderá ser um divisor de águas para o time de Phoenix. E que os dias de insucessos estão perto do fim.
Previsão: 15° lugar na conferência Oeste