Previsão da temporada – Orlando Magic

Equipe de Orlando tenta encontrar um novo rumo após reconstrução falha e mudanças gerenciais

Fonte: Equipe de Orlando tenta encontrar um novo rumo após reconstrução falha e mudanças gerenciais

Orlando Magic

Campanha em 2016-17: 29-53, 13º colocado na conferência Leste
Playoffs: não se classificou
Técnico: Frank Vogel (segunda temporada)
GM: John Hammond (primeira temporada)
Destaque: Aaron Gordon
Time-base: Elfrid Payton – Evan Fournier – Terrence Ross / Jonathon Simmons – Aaron Gordon – Nikola Vucevic

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Elenco

2- Elfrid Payton, armador
7- Shelvin Mack, armador
14- D.J. Augustin, armador
4- Evan Fournier, ala-armador
10- Arron Afflalo, ala-armador
8- Mario Hezonja, ala-armador
31- Terrence Ross, ala-armador/ala
17- Jonathon Simmons, ala
25- Wesley Iwundu, ala
00- Aaron Gordon, ala/ala-pivô
1- Jonathan Isaac, ala-pivô
33- Adreian Payne, ala-pivô
5- Marreese Speights, ala-pivô/pivô
9- Nikola Vucevic, pivô
11- Bismack Biyombo, pivô
24- Khem Birch, pivô

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Quem chegou: Shelvin Mack, Arron Afflalo, Jonathon Simmons, Wesley Iwundu, Jonathan Isaac, Adreian Payne, Marreese Speights e Khem Birch

Quem saiu: Jeff Green, Patricio Garino, Marcus George-Hunt, Jodie Meeks, Damjan Rudez, C.J. Watson e Stephen Zimmerman

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Revisão

O Magic investiu alto na offseason do ano passado, tentando acelerar um processo de reconstrução que caminhava para meia década sem grandes resultados com a crescente pressão dos bastidores da franquia. A estratégia deu errado e expôs um duplo dilema para Orlando. O fracasso do time e dos reforços refletiu que os anos de trabalho do gerente-geral Rob Hennigan simplesmente não construíram um elenco tão bom quanto os dirigentes imaginavam.

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Seguindo o roteiro de temporadas anteriores, a equipe até teve um bom início de campanha e frequentou a zona de classificação aos playoffs até dezembro. Uma marcação física, com a “cara” de Frank Vogel, levou a bons resultados até que as formações mais altas do técnico pararam de funcionar. E, quando a defesa parou, os problemas de sempre do Magic voltaram a aparecer: o ataque estagnado, sem arremessadores, e dificuldade para ditar o ritmo de jogo.

As coisas melhoraram após o Jogo das Estrelas, com as mudanças implementadas por Vogel para deixar a rotação mais lógica. A mais importante delas foi voltar a apostar em Aaron Gordon como um ala-pivô, deixando de lado as formações mais altas para dar mais fluidez ao time. Como esperado, o Magic tornou-se mais leve, com ritmo mais rápido e melhor saída em transição, mais espaçado ofensivamente e versátil defensivamente.

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O grande símbolo da subida de produção, porém, não foi Gordon. O armador Elfrid Payton soou ser o maior beneficiado entre todos os beneficiados pelas alterações: com o espaço proporcionado por mais arremessadores em quadra, ele teve mais condições de correr com a bola nas mãos e atacar a cesta sem ter a carência de arremesso exposta. Não à toa, ele acumulou cinco triplos-duplos a partir de fevereiro – uma das maiores marcas da NBA no período.

A melhoria não foi sensacional, o que fica evidente pela 13ª posição do Leste, mas deu melhores noções ao Magic sobre o que funciona e o que não funciona com o elenco. Foram novas pistas para Frank Vogel, que segue “batalhando” para achar sua formação ideal. Ainda assim, sem dúvidas, muito pouco para cinco anos de reconstrução – processo que já acabou sendo “defasado” também pelas péssimas apostas feitas na offseason de 2016.

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O perímetro

A dupla de armação do Magic já parece bem consolidada em Elfrid Payton e Evan Fournier. O primeiro superou questionamentos para terminar a última temporada em alta, provando que só precisa ter mais liberdade para correr e uns chutadores ao seu lado para ser um armador mais produtivo. O segundo é uma versátil peça ofensiva, que funciona como válvula de escape tanto como um arremessador em posição, quanto como um ballhandler e criador secundário. Não é a melhor dupla da NBA, mas são atletas sólidos que ganham pontos pelo entrosamento.

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A mudança acontecerá na posição três, onde você tem uma disputa ainda meio em aberto entre Jonathon Simmons e Terrence Ross. O recém-chegado ex-jogador do Spurs parece atender melhor às necessidades de Vogel, trazendo mais velocidade, explosão e capacidade defensiva. É um jogador mais versátil nos dois lados da quadra do que Ross, uma arma ofensiva que concede a capacidade de arremesso que Orlando sempre carece e sempre pareceu mais adequado saindo do banco.

Outra importante mudança menos notada, porém, está nas rotações. Com elenco reforçado, a equipe finalmente parece ter opções mais diversificadas em várias posições para dar alternativas à comissão técnica. Um exemplo é a armação: o time mal tinha um reserva decente na última temporada e, agora, possui dois atletas de características bem diferentes: D.J. Augustin é o representante do lado ofensivo e mais criador, enquanto Shelvin Mack oferece menos inspiração e maior solidez defensiva.

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A chegada do veterano Arron Afflalo “liberta” a rotação de Fournier da pressão pelo sucesso de Mario Hezonja, que teve uma péssima última temporada e “flerta” com força com a possibilidade de ser um bust. O novo contratado pode não estar mais na forma de sua primeira passagem pelo time, mas seus 41% de conversão nos arremessos de longa distância é uma importante e, acima de tudo, consistente ajuda para um elenco que ainda sofre com a falta de opções.

Entre os minutos que não forem preenchidos por Ross e Simmons na ala, o Magic possui uma aposta em Wesley Iwundu – calouro versátil que o time selecionou na segunda rodada do último draft. Isso sem contar, claro, que Vogel possa voltar a testar Gordon ou outro novato, Jonathan Isaac, na posição – o que, agora, já soa improvável.

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O garrafão

Seguindo “fórmula” da reta final da temporada passada, o frontcourt do Magic será formado Gordon e o pivô Nikola Vucevic – começando sua sexta campanha com a equipe. A formação mais baixa, com um ala de origem na posição quatro, permite um fluxo mais rápido de jogo e melhor espaçamento – problema crônico do time em anos recentes –, além de uma ideia mais alinhada tanto com as tendências da NBA atual, quanto com as particularidades do próprio elenco.  

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Gordon ajuda Vucevic em dois aspectos: libera mais espaço no garrafão para que possa operar de costas para a cesta, um de seus carros-chefes, enquanto também compensa suas limitações como protetor de aro com sua ótima condição atlética e bons instintos próximo do aro. A diferença para a combinação com Serge Ibaka, que não deu muito certo no ano passado, está no fato de que Gordon possui (bem) mais capacidade de colocar a bola no chão, atacar a cesta e passar com qualidade.

A tendência é que o novato Jonathan Isaac seja o reserva natural de Gordon, por possuir virtudes bem parecidas com o titular e não mudar as características da equipe – além disso, o mais experiente Adreian Payne ter sofrido uma grave lesão na pré-temporada. Outra possibilidade, em caso de não se utilizar tanto o novato, seria escalar o veterano Marreese Speights na posição – que, embora seja pivô, possui um jogo hoje muito mais orientado para os arremessos do que o garrafão.

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Speights ainda é opção para mudar radicalmente as características do time atuando na posição cinco, proporcionando uma formação com máximo potencial de arremesso que o Magic nunca, de fato, teve. A tendência, porém, é que a primeira opção da posição ainda seja Bismack Biyombo – um pivô mais rápido, veloz, capaz de correr em transição com Elfrid Payton e proteger o aro com mais qualidade do que Vucevic.

Vindo do basquete europeu, Khem Birch é alguém a se ficar de olho quando tiver chances: ele é um pivô aos moldes do basquete moderno da liga, com mobilidade para trocar de posições no perímetro e agressivo “rolando” para a cesta sem a bola.

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Análise geral

O Magic entra em uma nova era, dentro e fora de quadra, com a chegada de novos presidente de operações (Jeff Weltzman) e gerente-geral (John Hammond). O time trocou dirigentes jovens já consumidos pela pressão de uma reconstrução que não deu resultado algum em cinco anos por dois executivos mais experientes, que vem de experiências bem-sucedidas montando elencos extremamente competitivos em mercados pequenos – Toronto e Milwaukee, respectivamente.

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Em essência, a situação de Orlando é fácil de explicar: eles sabem o que time que querem ser, com uma identidade defensiva marcada pelo esforço – como já havia sido o Pacers de Vogel –, mas ainda estão longe da perspectiva de sê-lo. Escolher Jonathan Issac (um dos prospectos de ponta menos provados do recrutamento passado) com a sexta seleção do draft é uma prova de que um novo processo de reconstrução se inicia.

Mas, se o retorno aos playoffs – salvo uma reviravolta – terá que ficar para daqui uns anos, o Magic pode comemorar ter aproveitado algo que não teve em anos anteriores: oportunidades de mercado. A franquia trouxe reforços interessantes, que aumentam a profundidade do elenco e variações para a comissão técnica, abaixo do valor de mercado como Jonathon Simmons, Marreese Speights, Arron Afflalo e o jovem Khem Birch.

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Hoje, Vogel pode vangloriar-se de ter rotações bem consolidadas ou com opções sólidas para trabalhar – algo que não teve consistentemente em seus dois anos anteriores de trabalho em Orlando. É um bom sinal. Mas, ao mesmo tempo, um sinal que depende da percepção devida pelo treinador de que a fórmula que deu certo em Indianápolis – com um time mais alto, pensando em Gordon como um “novo Paul George” – não funcionará agora.

O trabalho será mais puxado para Hammond pela herança deixada por Hennigan, com uma folha salarial engessada em contratos longos com atletas questionáveis e preso a jogadores com pouco valor de mercado. Mas o Magic não pode apressar as coisas mais uma vez e precisa entender que tudo vem ao seu tempo. Os resultados não virão tão cedo. É assim que funciona mesmo.

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Previsão: 10° lugar na conferência Leste

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