Michael Porter Jr. encabeça quinteto ideal dos novatos na bolha da NBA

Ja Morant, Tyler Herro, Keldon Johnson e Darius Bazley completam quinteto ideal escolhido e analisado pelo colunista Lucas Torres

Fonte: Ja Morant, Tyler Herro, Keldon Johnson e Darius Bazley completam quinteto ideal escolhido e analisado pelo colunista Lucas Torres

Os mais de quatro meses de hiato que separaram a última partida antes da pausa por conta da escalada da pandemia do novo coronavírus e a retomada da temporada, já na “bolha” criada na Disney, permitiu que diversos novatos que haviam demonstrado flashes esporádicos pudessem retornar como peças mais consistentes de suas equipes.

A clara evolução de vários jovens atletas nesse período já era, aliás, esperada. Afinal, como bem salientou o ex-jogador e hoje comentarista da ESPN, Jalen Rose, os calouros retornaram às quadras como ‘quase segundo-anistas’, ao passo que tiveram um longo tempo para estudar seus filmes durante a paralisação da liga.

Tal cenário deu-lhes oportunidade reconhecer suas lacunas e identificar quais eram as áreas que necessitavam de um trabalho mais imediato. É algo que faz toda a diferença na comparação com os primeiros meses, quando – por melhor orientado que tenham sido por seus treinadores – eles não sabiam, ao certo, o que esperar.

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Nesse contexto, observamos os jogos classificatórios na “bolha” da NBA como um torneio à parte do restante da temporada regular e elegemos os dez melhores novatos do período, separando-os entre o primeiro e o segundo times ideais. Confira:

 

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ARMADOR: Ja Morant (Memphis Grizzlies)
19.0 pontos / 9.9 assistências e 3.6 desperdícios de bola / 6.4 rebotes / 39.4% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 22.5% de aproveitamento nas bolas de três pontos (5.0 tentativas) / 5.4 lances livres cobrados (81.4% de aproveitamento)

Embora tenha sofrido com a estratégia defensiva de adversários na “bolha”, que ofereceram-lhe espaço para arremessos de três pontos – sobretudo, em cenários de pick and roll – optando por ir consistentemente para “baixo” dos bloqueios, Morant seguiu exibindo sua tremenda combinação de condição atlética de elite, visão de jogo e competitividade.

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É verdade que, se o seu aproveitamento do perímetro em situações de pouquíssima contestação tivesse sido um pouco mais aceitável, o Grizzlies dificilmente teria visto evaporar a vantagem de 3.5 jogos em relação ao Blazers na oitava posição do Oeste. Isso garantiria, consequentemente, o direito a vencer apenas um entre dois possíveis jogos no “play-In”.

Ainda assim, Morant seguiu usando sua habilidade de pisar no garrafão com muita agressividade para ir à linha do lance livre com frequência e criar situações de superioridade numérica para os companheiros em drive and kicks e drive and dishes. Além disso, impactou a tábua de rebotes com muito instinto e fisicalidade.

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https://www.youtube.com/watch?v=Kp1Y4xVL7iY

 

ALA-ARMADOR: Tyler Herro (Miami Heat)
17.3 pontos / 4.6 rebotes / 3.8 assistências e 1.9 desperdício de bola / 50.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 37.8% de aproveitamento nas bolas de três pontos (5.6 tentativas)

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O ex-jogador de Kentucky seguiu mostrando que é mais do que um mero arremessador ao exibir conforto para colocar a bola no chão e criar pra si ou companheiros a partir do drible.

Com bom controle de bola e uma consciência ainda maior no arremesso, uma ameaça constante, Herro usou de hesitações constantes para bater o marcador inicial e forçar rotações defensivas. Essa habilidade permitiu-lhe atuar como um playmaker secundário em diversos momentos das partidas, aliviando a pressão de criação sobre Goran Dragic na segunda unidade de Erik Spoelstra.

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ALA – Keldon Johnson (San Antonio Spurs)
14.1 pontos / 5.0 rebotes / 1.1 roubo de bola / 63.8% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 64.7% de aproveitamento nas bolas de três pontos (2.1 tentativas) / 4.3 lances livres cobrados (82.4% de aproveitamento)

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Um dos sleepers da última classe, Johnson teve, finalmente, a oportunidade de mostrar o impacto que os seus atributos físicos e – até mais do que isso – o gosto pelo contato pode produzir nas partidas da NBA.

Sua condição atlética combinada à força física funcional de elite permitiu que impactasse a tábua de rebotes de maneira rara para um atleta de 1,96m (pegou 9.0 rebotes a cada 100 posses), defendesse individualmente até três posições e fosse à linha do lance livre em profusão (cobrou 7.0 deles por 100 posses), características que acompanham-no desde os tempos de Kentucky.

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Contestado por avaliadores quanto à habilidade de conectar arremessos do perímetro com consistência desde os tempos do basquete colegial, Johnson já havia dado indícios de enorme evolução no quesito ao converter 38.1% das bolas de três pontos na temporada universitária. Foi um passo além em Orlando, mostrando consistência ao punir o “desrespeito” das defesas com sua capacidade como arremessador ao converter 64.7% de suas tentativas do perímetro (85% delas, em cenários totalmente livres).

 

ALA – Michael Porter Jr. (Denver Nuggets)
22.0 pontos / 8.6 rebotes / 1.0 roubo de bola / 55.1% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 42.2% de aproveitamento nas bolas de três pontos (6.4 tentativas) / 4.1 lances livres cobrados (93.1% de aproveitamento)

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Sem poder contar com Jamal Murray em quatro de seus oito jogos na bolha, o Nuggets precisava de uma segunda opção ofensiva confiável para carregar o volume da equipe ao lado de Nikola Jokic. Michael Porter Jr., no entanto, fez mais do que isso. E, o melhor, o fez naturalmente – dentro do sistema do treinador Michael Malone.

O novato, que exibiu instintos e tempo de bola especiais para cortar sem a bola durante toda a temporada, seguiu se apoiando nessa característica, e na tremenda precisão na hora de conectar arremessos, em situações de catch and shoot, para colocar pontos aos montes no placar sem nem sequer colocar a bola no chão em 63% de suas tentativas de arremesso.

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Porter Jr. impressionou ainda pela fisicalidade com que empregou para se estabelecer na tábua de rebotes, característica que também havia demonstrado ao longo de todo o ano (10.6 rebotes por 36 minutos em 2019-20), mas que tem replicado na Disney, agora, com mais tempo de quadra.

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Ala – Darius Bazley (Oklahoma City Thunder) – 13.0 pontos / 6.3 rebotes / 42.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 46.3% de aproveitamento nas bolas de três pontos (5.1 tentativas)

Apontado pela Central do Draft como um dos três novatos de maior potencial de crescimento da classe ao lado de Sekou Doumbouya (Detroit Pistons) e Jaxson Hayes (New Orleans Pelicans), Bazley avançou etapas importantes em sua curva de desenvolvimento durante sua participação na Disney.

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O ala que, com 2,03m de altura, uma envergadura de 2,14m e muita fluidez atlética, já havia demonstrado sua capacidade de defender as posições 2, 3 e 4 antes da parada, mostrou agora o potencial que seus atributos físicos lhe dão no lado ofensivo da quadra.

Bazley usou sua envergadura para tirar seu arremesso com facilidade contra defensores menores e somou à sua agilidade uma melhora notável no controle de bola para atacar alas-pivôs a partir do drible a fim de criar suas próprias oportunidades de infiltração.

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Da maneira com que vem atuando, o ala tende a não apenas provar, no médio prazo, ter sido mais um acerto no excelente histórico de escolhas do gerente-geral Sam Presti, como tende a entregar minutos importantes na perigosa equipe do Thunder já nos playoffs de 2019-20.

 

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Ala-armador: Luguentz Dort (Oklahoma City hunder)
9.1 pontos / 3.9 rebotes / 1.1 roubo  de bola/ Diminuiu o aproveitamento médio dos adversários em 4.9% nos arremessos de quadra

Ala-armador: Matt Thomas (Toronto Raptors)
6.5 pontos / 48.7%de aproveitamento nos arremessos de quadra / 50%de aproveitamento nas bolas de três pontos (3.0 tentativas) / 14.9 minutos

Ala: Cameron Johnson (Phoenix Suns)
13.4 pontos / 6.3 rebotes / 2.1 assistências / 48.6% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 35% de aproveitamento nas bolas de três pontos (5.7 tentativas)

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Ala-pivô: Zion Williamson (New Orleans Pelicans)
18.4 pontos / 4.2 rebotes / 55.9% de aproveitamento nos arremessos de quadra / 5.2 lances livres cobrados (61.5% de aproveitamento) / cinco partidas / 20.7 minutos

Ala-pivô: Brandon Clarke (Memphis Grizzlies)
11.0 pontos / 6.6 rebotes / 55.6% de aproveitamento nos arremessos de quadra

https://www.youtube.com/watch?v=UrwgyqSXY0Q

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