Victor Oladipo vai ou não jogar em Orlando?
Essa é a maior pergunta que paira sobre o Indiana Pacers na retomada da temporada. Para a NBA, obviamente, seria melhor que jogasse: o astro recoloca a equipe entre as mais competitivas do Leste e está entre os melhores jogadores two-way da liga. É um chamariz de audiência, claro. Mas vê-lo em quadra pode, até acima disso, resolver um grande problema que cria-se nos bastidores da associação.
O salário de Oladipo tornou-se alvo de uma pequena disputa porque, no fim das contas, a NBA não sabe como lidar com sua justificativa para a ausência em Orlando. Não sabe como encaixá-la dentro das regras que ela mesma, há poucas semanas, havia definido para o restante da temporada. Mas como assim?
A liga estabeleceu que os atletas que decidissem não participar das partidas em Orlando voluntariamente poderiam fazê-lo, mas não receberiam o salário relativo aos jogos que abdicaria de disputar. Os jogadores lesionados, do grupo de risco ou com problemas de saúde respiratórios (asma, por exemplo) estão fora desse grupo de escolha e, por isso, receberão os seus salários integralmente.
No entanto, o caso de Oladipo é um tanto complexo de ser posicionado entre esses dois espectros. O ala-armador de 28 anos anunciou que não jogaria por uma questão física, por ainda não estar completamente recuperado de uma lesão. Sua decisão, inclusive, contou com a opinião de um fisiologista que acompanhou-o nos últimos três meses. Ele está lesionado, portanto apto a receber seu salário.
Mas ele não está realmente contundido, certo? O astro participou de 13 jogos antes da parada da temporada, anotou quase 30 pontos no último deles, e vem treinando sem restrições com o restante do elenco do Pacers em Orlando. Até fala que voltou atrás e pode decidir jogar. Ou seja, no fim das contas, não entrar em quadra foi uma escolha. Ele só está se preservando – por exemplo, como fará Davis Bertans.
Oladipo, então, faz parte do grupo dos contundidos ou de escolha? Ele merece ou não receber seu salário?
Segundo Rachel Nichols, da ESPN, o Pacers está disposto a pagar os US$3 milhões ao seu titular independente de jogar ou não. Isso não surpreende, para ser sincero, no panorama atual: aumentam os rumores de que o jogador não está satisfeito com a direção de Indiana e de que poderá sair da equipe no ano que vem, quando vai ser agente livre irrestrito.
A NBA não pode deixar que isso aconteça, porém, pois cria um precedente bastante perigoso para os rumos da competição. Outros atletas e equipes podem entrar com ações entre si e contra a liga, baseados no caso de Oladipo, para que se justifique o pagamento ou não de salários. Há outros atletas em situações bastante parecidas com essa no momento também, como o ala Kelly Oubre Jr., do Phoenix Suns.
A mudança de posição de astro, considerando esse panorama, é muito conveniente: entre em quadra, jogue uns minutos e receba seu salário sem causar nenhum tipo de impasse. Mesmo que sejam minutos insignificantes, em partidas já resolvidas. Apenas fique à disposição de Nate McMillan. Isso poupará o atleta, a franquia e a própria NBA de uma grande confusão. E renderá US$3 milhões no bolso.
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