O ano que vem chegando é novo, mas a temporada está ficando velha. A campanha da NBA vai se aproximando da metade e já há tempo suficiente para tirar algumas conclusões sobre o que acontece dentro de quadra. São reflexões que até mereceriam um texto para cada uma, mas, como as horas apertam e o fim de ano está aí, vamos sintetizar quatro delas antes de estourar o champagne. Ficam os pensamentos para entrar 2015. Vamos lá!
Olho no Blazers
Golden State Warriors, Memphis Grizzlies, Dallas Mavericks e Houston Rockets vem sendo apontados como favoritos ao título do Oeste, mas não descartem o Portland Trail Blazers. A equipe tem uma defesa tão sólida quanto todos os citados, potencializada por uma ofensiva balanceada e eficiente. LaMarcus Aldridge vive seu auge na carreira e é um ala-pivô muito subestimado já há alguns anos. Além disso, não existe jogador mais decisivo atualmente na liga do que Damian Lillard: o jovem armador decide jogos de maneira que muitas lendas do esporte jamais fizeram.
Isso não quer dizer que eu acredito que a equipe possa ou vá realmente ser campeã, apenas que o Blazers está no mesmo nível daqueles times frequentemente citados como candidatos ao título neste momento.
Olho também no Wizards
No lado Leste, o Washington Wizards tem se mostrado uma equipe bastante coesa e com a mescla ideal de juventude e experiência. Sob a liderança de John Wall, excelente armador que estará entre os melhores jogadores da liga em breve, a equipe da capital norte-americana não deve nada aos principais candidatos ao título do fraco Leste. Com a inconstância do Cleveland Cavaliers, a falta de opções ofensivas do Chicago Bulls e a incerteza que é o Toronto Raptors, não deveria ser surpresa pra ninguém – e certamente não será pra mim – se virmos o Wizards disputando o troféu Larry O’Brien em junho.
Está na hora de mudar os playoffs
Falando na fraqueza do Leste, a NBA deveria, no mínimo, considerar uma alteração no formato dos playoffs. Enquanto equipes com 45 vitórias chegam a ficar de fora do mata-mata no Oeste, vários times com retrospecto negativo se classificam na conferência rival. Isto enfraquece a competição e cria um círculo vicioso: cada vez mais as franquias do Oeste deverão se reforçar para se classificar, enquanto não é necessário grande esforço para estar entre os oito melhores do Leste. É bastante complicado mudar um formato instalado há décadas, mas é uma questão a ser debatida.
Respira, Kobe
Infelizmente, nós estamos vendo os momentos finais da carreira de Kobe Bryant. Para mim, ele é o jogador mais importante de sua geração. Mas chega aos últimos anos em quadra de um modo bem diferente do que imaginava: em um time sem pretensões competitivas a curto e médio prazo. O Lakers se perdeu em um não declarado processo de reconstrução de elenco e a frustração de um vencedor como o ídolo da franquia tornou-se evidente em recentes declarações. Por isso, o lendário ala-armador deveria colocar tudo sob perspectiva e aproveitar o momento: deixar todos acompanharem seus últimos momentos na liga com prazer e certa nostalgia, não com angústia e tensão como temos acompanhado.
As frequentes turbulências no Lakers acabam ofuscando façanhas como a tomada do terceiro lugar na lista de maiores pontuadores da NBA, quando ultrapassou Michael Jordan. O pior é saber que não passa pela cabeça de Kobe dar uma “aliviada” – afinal, é justamente tal postura que fez dele quem é. Nos resta esperar que ele possa, mais uma vez, nos surpreender com sua genialidade.