Pensamentos imediatistas para o futuro do Mavs após uma final do Oeste

Time texano caiu em cinco jogos diante do Golden State Warriors na decisão de conferência

Mavs futuro final Oeste Fonte: Garrett Ellwood/AFP

Tudo bem, o Dallas Mavericks foi eliminado em cinco jogos para o Golden State Warriors. No entanto, o que vai acontecer com o Mavs no futuro, após bater em uma final do Oeste? O time texano atingiu a decisão de conferência pela primeira vez desde o ano do título, em 2011. Agora, que voltou, equipe quer dar um passo adiante. Mas como fazer isso?

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Embora o Mavericks tenha superado o Phoenix Suns nas semifinais de conferência após uma virada épica, o time não competiu como se esperava diante do Warriors. Claro, você bate o favorito, é óbvio que o sarrafo sobe. Entretanto, a equipe de San Francisco não era exatamente um bom oponente ali por diversos motivos.

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Primeiro, faltou tamanho para brigar no garrafão. Há cerca de dez dias, escrevi a prévia da final do Oeste e citei que a batalha na área pintada dependeria muito do que o técnico Steve Kerr iria fazer. Se fosse utilizar uma formação baixa, o pivô Kevon Looney poderia desaparecer da rotação, com Draymond Green fazendo a função. Só que ele optou por utilizar Looney para fazer a diferença porque Jason Kidd, treinador do Mavs, queria jogar baixo.

E Looney fez, tanto que ele teve um jogo com 21 pontos e 12 rebotes. Na partida derradeira, o pivô voltou a aparecer com um duplo-duplo: dez pontos e 18 rebotes. Mas mais que isso, o Warriors destruiu o Mavs no garrafão, produzindo 46.8 rebotes contra 35.4 de Dallas. Nos ofensivos, outro massacre: 49 a 30 na série.

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Portanto, ficou clara a necessidade de alguém mais confiável que Dwight Powell e Maxi Kleber ali. Para seguir brigando por final do Oeste, o Mavs precisa olhar para a posição em um futuro próximo.

 

Primeiro passo

O Mavs precisa, com urgência, ir atrás de um pivô que saiba defender o aro. Então, o nome de Rudy Gobert se tornou o mais comentado por analistas e torcedores. Enquanto a maioria pede o francês, eu imagino outro cara ali, por conta das características impostas por Jason Kidd de espaçar a quadra para o arremesso de três: Myles Turner.

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Turner vem tendo problemas com lesões, é bem verdade. Nas últimas duas temporadas, ele perdeu 65 jogos somados. É muita coisa, sim. Mas nas quatro campanhas anteriores, o atlea ficou de fora de um total de 37 partidas, uma média pouco superior a nove por ano. O Mavericks pode conviver com isso, claro, se ele estiver totalmente saudável.

Então, imaginamos o seguinte: Turner não é lá um grande reboteiro. Só que se trata de um cara grande (2,11 metros) e que é intimidador (2.3 tocos por jogo na carreira). Daí, se você tem caras que defendem bem o perímetro (Reggie Bullock e Dorian Finney-Smith) e um que contesta o oponente no garrafão, sua defesa tende a ser uma das melhores da temporada.

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No entanto, como ele ou qualquer outro chegaria ali?

 

Trocas

O Mavs precisa agir bem nos bastidores. Primeiro, é necessário entender que o barco de Jalen Brunson já partiu. Ninguém em Dallas espera que ele vá estender o seu contrato. Brunson cresceu muito e foi importantíssimo na eliminação do Utah Jazz, quando Luka Doncic estava fora por lesão. Mas aí mora o problema. Com Doncic, o armador se encolhe. É até natural, pois o esloveno é quem toma as principais ações ofensivas.

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O passo é assinar e, em seguida, trocar. É o sign and trade.

Sabemos que o Indiana Pacers quer negociar Myles Turner e vai se livrar de Malcolm Brogdon. Aqui, estou pensando exclusivamente nessa possibilidade, mas pode ser com o Utah Jazz por Rudy Gobert. O problema com o três vezes melhor defensor da temporada é salarial. Gobert vai receber US$38 milhões em 2022-23, enquanto Turner terá US$18 milhões em seu último ano de contrato.

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Sendo realista, é muito mais provável que Brunson receba na faixa dos US$20 milhões do que o dobro, certo?

Funciona para o Mavericks, funciona para o Pacers. É só assinar e partir para o abraço.

Poderia ser, também, John Collins, do Atlanta Hawks. Ontem, publicamos a informação de que apenas Trae Young não está disponível para trocas. Collins ganha um pouco mais em Atlanta (US$23.5 milhões em 2023), mas não chega a ser tão bom defensor quanto Turner e tem um índice parecido de lesões. Além disso, ele não é exatamente um pivô, embora tenha atuado por cerca de 24% de seus minutos na posição em formações baixas.

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Trocas II

O Dallas Mavericks tem uma folha salarial complicada. Davis Bertans, por exemplo, não teve um início legal no Texas. Embora ele tenha atingido cerca de 36% de aproveitamento em três pontos desde que chegou na troca de Kristaps Porzingis, US$17 milhões por temporada para fazer cinco, seis pontos por jogo e não defender, é um valor bem exagerado.

Para ele sair em uma negociação, entretanto, é necessário que ele esteja ali apenas para o outro time “engolir” seu contrato em um pacote com alguém melhor. Mas quem seria esse outro jogador?

Aí, é importante a diretoria trabalhar direito. Pode ser na provável saída de Jalen Brunson, inclusive.

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Mas o Mavericks possui outros jogadores “trocáveis”, como Tim Hardaway Jr e Dwight Powell, que vai para o seu último ano de contrato (US$11 milhões). Bertans pode entrar em uma dessas.

A meta é ter um ala-armador que cumpra bem as funções nos dois lados da quadra. Ou seja, um 3 and D (com arremesso de três e boa defesa), como são Dorian Finney-Smith e Reggie Bullock.

Disputar uma final do Oeste precisa ser a prioridade para o Mavs, então é importante que a diretoria cuide do elenco para o futuro. Vale lembrar que existem exceções contratuais que permitem assinar com um agente livre pela Mid-Level, em torno de US$10 milhões. Talvez, esse jogador saia dali. Para dar um exemplo, Dennis Schroder deixou o Los Angeles Lakers para se aventurar no mercado e acabou sobrando para o Boston Celtics por pouco mais de US$5 milhões.

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Luka Doncic

É evidente que Luka Doncic é o grande nome da franquia e será assim pelos próximos anos. Mas durante a transmissão do quinto jogo das finais, o analista Marcelinho Machado, do SporTV, relatou algo pertinente.

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Doncic precisa se cuidar fisicamente. Claro que não vai acontecer da noite para o dia e é óbvio que cada corpo reage de forma diferente do outro. Não vou nem entrar nesse ponto de tipos de corpos, mas o lado “lasanhudo” dele tem que acabar. Ele tem a obrigação de entrar na fase de treinamentos em uma melhor condição física. O atleta chega aos finais de jogos esgotado, sem forças, como ele mesmo já reportou.

Sim, existe uma diferença enorme entre o basquete europeu e o da NBA. Ele mesmo disse, recentemente, que é mais fácil fazer 30 pontos na liga dos EUA do que na Europa. mas são muito mais jogos e o nível de exigência física é maior. Os europeus, com raríssimas exceções (Giannis Antetokounmpo não conta, vai), não são tão preocupados com isso. Eles primam pela técnica, algo que Doncic possui de sobra.

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Mas você consegue se lembrar do início de Doncic na atual temporada? Ele estava fora de forma, após a disputa nas Olimpíadas. Acima do peso, lento, cometia erros bobos porque o corpo não respondia. Simples assim. Quando se recuperou, minimamente, o esloveno cresceu de produção e foi parar no primeiro time ideal da NBA.

Portanto, para ele reconduzir o Mavs a uma final do Oeste ou, eventualmente, da liga, é preciso pensar no futuro. Se ele quer ser MVP um dia, é melhor pensar em dobro.

 

Draft

De acordo com o nosso último mock draft, o Dallas Mavericks poderia mirar o pivô Walker Kessler, de Auburn. O time texano possui a vigésima sexta escolha e precisa ter um plano B, C e D, pois Kessler tem sido especulado para sair até antes disso. Uma das comparações dele seria, pasme, com Myles Turner.

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Pivô de 2,16 metros, o atleta é ótimo protetor de aro, tem muita força e tamanho, embora tenha mobilidade acima do normal para jogadores com sua altura. A parte ruim é que ele não está totalmente pronto para contribuir, pois possui problemas quando precisa colocar a bola no chão, falha nas trocas de marcação e não é um grande cobrador de lances livres.

Mas tem, ainda, a possibilidade de optar por Jaylin Williams, de Arkansas. Apesar de ele não ser tão grande quanto Kessler (2,08 metros), Williams é um pivô ou ala-pivô moderno, que defende bem e sabe arremessar. Comete muitas faltas, entretanto.

 

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2022-23 é logo ali

Para o Mavs, no mínimo, repetir a campanha de final do Oeste, é importante a direção pensar a médio/longo prazo, trabalhando não só com a próxima temporada, mas com o futuro da franquia.

Trazer peças para trocar no ano seguinte não é algo que vá deixar Luka Doncic contente. Ele quer ser campeão e, para isso, é necessário ter uma base para saber com quem contar, para quem vai passar a bola.

Sim, o Mavericks chegou ali sem nenhum outro astro, mas isso não é sustentável. Quando a coisa afunila, do outro lado tem dois, três caras com capacidade para isso. Foi assim contra o Phoenix Suns e Golden State Warriors. Em uma noite em que a bola de três não cai, as coisas ficam extremamente difíceis. Por isso, o próprio Jason Kidd tem de traçar alternativas para não depender só disso ou de Doncic infiltrar e fazer sua mágica.

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Não é difícil imaginar o Mavericks brigando por coisas maiores nos próximos anos, mas é bom ficar de olho na próxima offseason. Ela pode definir o destino da franquia.

 

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