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Todos os feitos e glórias conquistadas em quase três décadas de carreira conduziram Oscar Schmidt até a tarde deste domingo. Oito de setembro de 2013 vai ficar eternizado como o dia em que o nosso “Mão Santa” foi beatificado pelos inventores do basquete. Com um discurso que levou os presentes ao suntuoso Symphony Hall dos risos às lágrimas, o ídolo da seleção brasileira foi oficialmente introduzido no Hall da Fama de Springfield, em Massachussets.
Oscar foi apresentado ao público por meio de um vídeo produzido pela organização [confira acima], que o definiu como “um dos melhores jogadores ofensivos que o basquete já viu”. Houve espaço também para lembrar a histórica vitória diante dos EUA no Pan-Americano de Indianápolis (1987) e suas cinco participações em Olimpíadas. Logo em seguida, o ex-ala foi levado ao palco pelo membro do Hall por ele escolhido para oficializar sua introdução, Larry Bird.
“Quero agradecê-los por me darem a maior honra que qualquer um pode ter. Não há nada melhor do que isso. Sonhei minha vida inteira com isso e mal posso acreditar que cheguei aqui”, afirmou o terceiro brasileiro a entrar no “templo” de Springfield – antes, vieram Hortência (2005) e Ubiratan (2010). O craque já estava no Hall da Fama da FIBA desde 2010 e é um dos integrantes da classe de 2013 em Springfield por conta da indicação feita pelo comitê internacional da organização.
Obviamente, Oscar não escolheu Bird para realizar sua apresentação ao Hall da Fama por acaso. O convite foi motivado pela admiração que o “Mão Santa” tem pelo ex-atleta do Boston Celtics e integrante da classe de 1998. “É muito fácil ter Michael Jordan ou Kobe Bryant como ídolos. Meu ídolo não corria, não pulava e era melhor que qualquer um. Ele está aqui e é o melhor de todos os tempos”, opinou, apontando para o membro do Dream Team original.
A resposta de Bird veio, na verdade, antes de poder ouvir os elogios do amigo. “Oscar criava o arremesso que quisesse. Foi um dos melhores de todos os tempos e não poderia estar mais feliz por ele”, disse, como parte do vídeo de apresentação.
Durante seu discurso [confira na íntegra], Oscar brincou com o fato de ter sido apenas a 144ª escolha do draft de 1984, seus primeiros passos no basquete e ter jogado contra o Dream Team. É claro que não faltaram agradecimentos à família, ex-companheiros de time e técnicos (incluindo Ary Vidal, que aclamou como “o melhor treinador da história”). O momento mais emocionante, porém, veio quando agradeceu sua esposa, Maria Cristina.
“Você é minha melhor amiga. A melhor pessoa que conheci em minha vida. Se não estivesse comigo, eu certamente não teria chegado aqui. Estamos juntos há 38 anos e espero continuar com você até o dia em que eu morrer”, finalizou, se esforçando – em vão – para conter as lágrimas.
Oscar chegou à Springfield como um ilustre desconhecido para muitos dos norte-americanos presentes à edição deste ano das festividades do Hall da Fama. Ao fim de seu discurso, todos já pareciam ter uma impressão clara da importância do maior cestinha da história do basquete (49.737 pontos anotados) e das Olimpíadas (1.024 pontos). O sentimento foi resumido pelo veterano repórter Ahmad Rashad, mestre de cerimônia da tarde: “Bird e Magic Johnson sempre me falaram que Oscar era sensacional, mas eu nunca havia visto ele jogar. Era como se não existisse, não fosse real. Hoje, pude ver que ele é, sim, real – e foi um dos maiores que já jogaram basquete”.
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