Os gigantes estão pequenos

Lakers, Celtics e Knicks fazem uma temporada para esquecer

Fonte: Lakers, Celtics e Knicks fazem uma temporada para esquecer

Vamos parar e pensar por um instante: desde 1980, Los Angeles Lakers, Boston Celtics e New York Knicks apareceram somados em 25 finais de NBA. Após pouco mais de um mês de temporada, ou aproximadamente 22 jogos para cada equipe, se somarmos as vitórias dos três, não vamos chegar a 20. Na realidade, o número até esta sexta-feira é de 17.

Há quase um mês, o Jumper Brasil discute foi sobre Lakers, Celtics e Knicks. Existia, já naquela época, uma preocupação com o futuro dessas franquias para o restante de 2014-15. E os números podem surpreender ainda mais e de forma negativa.

Vamos começar pelo representante da conferência Oeste, o Lakers. Depois que o maior ídolo de sua história diz publicamente que espera ver seu time perder para buscar uma escolha alta no próximo draft, nota-se um certo desespero. No mínimo, jogou a toalha.

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O Lakers venceu até o momento apenas seis dos 22 embates e só não é pior que o todo contundido Minnesota Timberwolves pelo lado do Pacífico. É frustrante ver a torcida fazer festa por Kobe Bryant em uma busca pessoal de ultrapassar Michael Jordan e encontrarmos ao seu lado um elenco patético, cheio de buracos e de erros da diretoria. Fica parecendo que o fã não tem mais nada para torcer. Uma franquia tão vitoriosa não pode se limitar a apenas isso. Um dos melhores de todos os tempos também não pode ser refém disso.

Kobe Bryant

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Claro que parte da culpa é do próprio Kobe e já discutimos isso há meses. Bryant merece ter um salário daqueles? É óbvio que sim, mas será que era o momento ideal? É só ver ao redor da liga para perceber que outros astros sacrificam ganhos pessoais para reforçar suas equipes. Só para efeito de lembrança, há quatro anos LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh o fizeram e o Miami Heat foi para as finais em quatro oportunidades consecutivas. Dirk Nowitzki é outro exemplo claro. Recebia em torno de US$ 20 milhões anualmente e, recentemente, assinou um contrato para ganhar US$ 4 milhões a mais, mas por três temporadas. O Dallas Mavericks assinou com Chandler Parsons, fez algumas trocas e olha lá onde está hoje. O Mavs aparece em sétimo no Oeste, é verdade, porém com 17 vitórias em 24 partidas.

Mas agora vamos ver como são os salários desse Lakers da próxima temporada: Bryant receberá US$ 25 milhões em 2015-16, em seu último ano de acordo. Depois, só terá mais cerca de US$ 10 milhões garantidos, pois Jordan Hill tem uma opção do próprio time. Ou seja, tem espaço para montar um grande elenco e dar a Kobe a chance de se aposentar com mais um título. No entanto, quem vai querer ser coadjuvante dele?

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Exemplos em um passado recente mostram que isso não deu certo. Dwight Howard saiu correndo após apenas um ano. Pau Gasol se mandou para o Chicago Bulls e faz uma temporada brilhante. Andrew Bynum nem pode mais ser considerado um jogador de basquete. Steve Nash, infelizmente, idem. Repito: quem vai querer ser seu coadjuvante? A resposta curta e simples: jogadores obscuros ou em busca de uma aposentadoria imediata do camisa 24.

Esta é a grande verdade. Ou Kobe para de jogar rapidamente ou o Lakers vai continuar nessa draga. Existe uma outra alternativa, que seria ele aceitar uma redução drástica de seu salário. Mas isso é algo utópico.

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Pulamos para o Leste e lá encontramos o Knicks, de Phil Jackson. Vale lembrar todo esforço que o agora presidente fez para manter Carmelo Anthony no elenco. O jogador esteve próximo de fechar com o Bulls, mas optou por ficar e acreditar no projeto de Jackson. Ainda, ficou claro que com essas peças do elenco atual, seria impossível o time brigar por algo em 2014-15.

O resultado nem chega a ser surpreendente. O Knicks perdeu as suas últimas dez partidas, venceu apenas quatro em 24 oportunidades, e, agora, Anthony corre o risco de ficar de fora por tempo indeterminado até que se recupere totalmente das dores nas costas.

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Carmelo Anthony

Assim como Kobe, Anthony não poupou sua diretoria e assinou um lucrativo contrato até 2018-19. Mas aqui encontramos quatro diferenças básicas:

1- O camisa 15 está com apenas 30 anos, enquanto Bryant tem 36.
2- Outras equipes, incluindo o Bulls, ofereceriam a ele algo parecido.
3- O novo acordo da TV deverá aumentar sensivelmente o teto salarial para os próximos anos e o contrato de Anthony acabará sendo absorvido com mais facilidade.
4- Kobe foi campeão cinco vezes. Já Anthony…

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A busca por um título em Nova York passa a ser mais interessante por vários motivos. Um deles é que o time tem um mercado gigantesco, tão grande ou maior que Los Angeles. Outro é o fato de o Knicks não disputar uma final desde 1999. Por fim, jogar para Jackson é um atrativo.

O Knicks terá muito espaço em seu teto salarial já em 2015-16. Jackson quer fazer uma temporada de aprendizagem com Derek Fisher para que, no ano que vem, já tenha experiência para comandar um grupo de bons jogadores.

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Não chega a ser impossível pensar no Knicks brigando pelas primeiras posições de sua conferência. Precisa apenas ser competente na hora de firmar seus contratos e ser convincente o bastante para atrair atletas de elite. Acho que 11 títulos como treinador são suficientes para tal.

Por fim, vamos falar do Celtics.

Tudo parece girar em torno de Rajon Rondo. Fica e assina um novo acordo ou é trocado até fevereiro e o processo de reconstrução continua firme e forte, como um prego na areia.

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Danny Ainge não quer negociar seu melhor jogador e também possui boas opções com contratos expirantes. Brandon Bass e Marcus Thornton, por exemplo, somam cerca de US$ 15.7 milhões e cabem com uma certa tranquilidade um ala-pivô ou um pivô de qualidade. E ainda sobra. Alguém aí pensou em Greg Monroe?

Não estou cravando nada, apenas fazendo uma bela suposição. Monroe não vai ficar em Detroit. Isso ficou claro quando ele não aceitou a renovação. O artigo do xará Gustavo Lima mostra a bagunça que o Pistons virou por causa de erros nas contratações. É melhor receber Bass e Thornton e depois ver o que faz do que simplesmente perder Monroe por nada. O sistema com “três grandes” não deu certo e seria uma forma de poder buscar um agente livre na temporada que vem.

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Saindo do campo dos rumores, quero falar sobre os problemas do Celtics no quarto período. Na verdade, na minha mera opinião, é tank. Não são execuções ruins. São coisas muito estranhas e então estou no ramo da suposição de novo. Alguém se importa?

Foi na semana passada. O Celtics vencia o Atlanta Hawks por mais ou menos 20 pontos no início do terceiro quarto. Quando vi, fui no grupo do Jumper no Facebook e postei isso:

eu avisei

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Você deve estar pensando em algumas coisas e vou respondê-las imediatamente: sim, fizeram um meme meu, e sim, fui praticamente ignorado dentro de casa. Uma vergonha.

Voltando ao assunto tank, esse jogo contra o Hawks foi só um exemplo. O Celtics perdeu vários jogos no segundo tempo. Contra o Dallas Mavericks, no dia 3 de novembro. Dois dias depois, foi contra o Toronto Raptors. No dia 12, foi para o Oklahoma City Thunder, seguido de Cleveland Cavaliers, no dia 14, Phoenix Suns, no dia 17, e Portland Trail Blazers e Chicago Bulls na semana seguinte.

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Tudo bem, aconteceu em oito ocasiões, sempre para equipes provavelmente melhores e mais bem preparadas. Mas em algumas dessas partidas, foi gritante. Não creio em erro de execuções. Pode até ser uma daquelas coincidências incríveis. Mas oito? É demais em tão pouco tempo.

Lakers, Knicks e Celtics, as três franquias mais tradicionais da NBA, não estarão nos playoffs deste ano. Estariam se apequenando na busca desenfreada por uma boa escolha no draft ou apenas almejando um futuro brilhante? Acho que a resposta só será dada depois das contratações de agência livre.

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