“O que o mercado ainda oferece” é uma pequena série anual que sempre faço após o primeiro mês de agência livre garimpando quem são as melhores opções que permanecem disponíveis para contratação. Aqueles que conhecem o Jumper Brasil há mais de um ano sabem do que se trata.
Neste ano, porém, há uma mudança essencial: a organização deixa de ser por cinco posições clássicas para apenas três – guards, alas e pivôs. Basicamente, isso está sendo feito porque o jogo mudou e muitos jogadores já não se encaixam mais no sistema tradicional. É complicado definir: são híbridos, versáteis.
Nós já falamos sobre os guards, então hoje é dia dos alas. Neste caso, estou me referindo ao que o norte-americano chama de forward: são os atletas de perímetro que não são guards e os alas-pivôs mais leves, móveis. É evidente que existem boas opções além dos dez citados aqui e a ordem em que estão relacionados, rankeamento, vai variar de pessoa para pessoa. Mas é isso aí, vamos lá!
1. Shawn Marion (Dallas Mavericks, irrestrito)
Aos 36 anos, Marion não é mais o jogador superatlético do auge da carreira. Continua sendo, porém, um exemplo de entrega e versatilidade defensiva capaz de atuar 25 a 30 minutos por noite em alto nível. Além disso, diferente da maior parte dos agentes livres disponíveis a esta altura, produz dos dois lados da quadra: finaliza em torno da cesta com eficiência e acertou quase 36% dos arremessos de três pontos na última temporada – terceira melhor marca em uma carreira de 15 anos.
Situação: rumores recentes dão conta que deverá assinar com o Cleveland Cavaliers.
2. Jordan Hamilton (Houston Rockets, irrestrito)
Hamilton tem tudo para ser um jogador mais consolidado do que efetivamente é: alto, atlético, longo e sabe pontuar. Mas existe muito mais “pode” do que “faz” em seu jogo. Pode converter arremessos de três pontos, mas não é tão bom assim. Pode ser um ótimo defensor, mas não mostra a dedicação e esforço necessários. Pode ser um coadjuvante muito sólido, mas não é consistente o bastante. Poderia já ter time, mas ainda está no mercado.
Situação: realizou treinos para várias franquias em Las Vegas, no mês passado, mas nada de mais concreto.
3. Michael Beasley (Miami Heat, irrestrito)
Enquanto teve tempo de quadra, Beasley foi uma surpresa agradável em Miami e boa opção nos arremessos de média distância. Ele não engana mais ninguém na NBA, mas provou que, controlado e no ambiente certo, pode jogar um basquete eficiente. Talvez, este seja o primeiro passo para desenvolver um pouco mais do seu enorme potencial.
Situação: estaria na pauta de vários times e virou notícia há poucas semanas, após fazer um treinamento fechado para o Los Angeles Lakers.
4. Dante Cunningham (Minnesota Timberwolves, irrestrito)
Cunningham acabou encontrando seu lugar na NBA: atua bem melhor como um ala-pivô baixo do que um ala mais clássico. Ele defende, pega rebotes e tem um sólido arremesso de média distância que caiu bem menos do que deveria na temporada passada. Foi preso duas vezes neste ano, mas suas habilidades podem ser muito úteis no sistema certo.
Situação: a permanência no Twolves é considerada quase descartada. É possível que aceite um convite para a pré-temporada de algum time e tenha que disputar vaga no elenco.
5. Rashard Lewis (Miami Heat, irrestrito)
A temporada de Lewis foi extraordinariamente superestimada por conta de seu ressurgimento em três ou quatro partidas nas finais de conferência. A verdade é que ele passou boa parte do ano fora da rotação e converteu apenas 34.3% dos arremessos de três pontos – sua única arma a esta altura. A última impressão parece ter sido a que ficou.
Situação: tinha um acordo com o Dallas Mavericks, mas não passou nos exames médicos. É esperado que assine finalmente com o Mavs quando se recuperar de uma cirurgia no joelho.
6. Francisco Garcia (Houston Rockets, irrestrito)
Ninguém define melhor o que é ser um 10º jogador de rotação do que Garcia. A cada ano que passa, ele torna-se menos o bom defensor de perímetro que mata bolas de longa distância e mais o líder de vestiário com boa reputação ao redor da liga. Está sempre pronto para ajudar, mesmo que já não consiga em alguns momentos.
Situação: há times interessados. Sempre há times interessados em Garcia, mesmo quando não existe motivo nenhum para isso.
7. Earl Clark (sem time, irrestrito)
Clark teve uma temporada tenebrosa em muito por causa do Cavaliers. Foi contratado para jogar na posição três após ter encontrado seu melhor basquete atuando como um ala-pivô mais móvel. Bem usado, ele pode oferecer versatilidade e arremesso consistente de média distância para o time certo. Mas ter sido dispensado por dois times no ano não ajuda muito.
Situação: em entrevista recente, disse que conversa com algumas franquias e só não fechou com ninguém porque está em busca da situação certa com calma. Esperemos.
8. Chris Singleton (Washington Wizards, irrestrito)
Escolha de primeira rodada de draft, Singleton ainda é um superatleta que tem condições de defender qualquer jogador de perímetro na liga. Esta é uma qualidade que pode ser valiosa dentro do elenco certo. Ele nunca teve espaço constante na rotação do Wizards porque não desenvolveu um jogo ofensivo que mantenha defesas minimamente preocupadas.
Situação: Heat e Pacers têm interesse. Não duvido que chegue sem um contrato garantido e seja obrigado a disputar uma vaga na pré-temporada.
9. Devin Ebanks (D-League, irrestrito)
Ebanks foi apontado o ano passado inteiro por dirigentes da NBA como jogador da D-League com mais condições de ser “chamado de volta”. Ele era um prospecto razoável no Lakers e, quando motivado, dominou a competição da liga de desenvolvimento. Segue defendendo bem e seu arremesso está melhor. A ascensão parou um pouco ao ser flagrado no antidoping, em março.
Situação: é provável que tenha de continuar mostrando um bom basquete na D-League para conseguir nova chance na NBA.
10. Rasual Butler (Indiana Pacers, irrestrito)
Era seguro dizer que Butler estava acabado na NBA quando reapareceu do nada no elenco do Pacers com a temporada em andamento. O tempo passa para todo mundo, mas parece andar um pouco mais devagar para quem ainda mata 41% de suas tentativas de três pontos.
Situação: suspeito que receberá um convite para a pré-temporada de algum candidato ao título. A partir daí, precisará brigar por uma vaga no elenco.
Quase entraram:
Othyus Jeffers: co-MVP da última temporada da D-League
Dominic McGuire: pode defender até quatro posições. Nulo no ataque.
Tony Mitchell: quinteto ideal da D-League. Atlético, agressivo e arremesso ruim.