O dia 1° de julho de 2016 era muito aguardado por toda a liga, pois era a primeira agência livre após o novo contrato das TV’s. Na época, o teto salarial saltou de US$70 milhões em 2015-16 para US$94.13 milhões em 2016-17. Mas logo nos primeiros minutos, o Los Angeles Lakers inflacionou o mercado e tudo mudou a partir daquele ano da NBA.
Em menos de uma hora, o time californiano contratou o pivô Timofey Mozgov e o ala Luol Deng. O problema foi o valor. Enquanto o russo recebeu um acordo de quatro anos por US$64 milhões, Deng teve um salário ainda maior: US$72 milhões por quatro temporadas. Nenhum dos dois deu certo na equipe, mas aquilo que o Lakers fez ali, inflacionou o mercado da NBA e os valores explodiram.
Naquele momento, vários jogadores entraram em contato com seus agentes e pediram muito mais dinheiro.
“Se Timofey, eu não sei o nome daquele cara russo, pode ganhar mais de US$60 milhões em quatro anos, eu preciso ganhar muito mais”, afirmou um atleta na época.
Lakers não era um destino bom para agentes livres
Entretanto, aquilo pode ter sido uma estratégia do próprio Lakers para “travar” os times. Imagine quantas super equipes poderiam ser formadas se a base salarial fosse mais baixa. E o Lakers não era exatamente um destino preferido dos agentes livres naquele momento. Nos três anos anteriores, a franquia somou apenas 65 vitórias em 246 jogos (26.4% de aproveitamento). Era o fim da era Kobe Bryant. Então, não havia muito o que fazer, pois Kobe “comia” quase 36% da folha salarial.
Com um time que mesclava jogadores promissores (Julius Randle, D’Angelo Russell, Jordan Clarkson e Larry Nance Jr) e veteranos (Metta World Peace, Lou Williams, Brandon Bass, Roy Hibbert e Bryant), o Lakers não conseguia fazer boas campanhas.
Claro, as contratações de Mozgov e Deng não surtiram efeito em 2017. Enquanto o primeiro foi para o Brooklyn Nets em troca, ao lado de Russell (por Brook Lopez), Deng ficou até setembro de 2018, quando entrou em acordo por dispensa.
Detalhe: o Lakers o encostou no dia 26 de fevereiro e não jogou mais naquela temporada. Posteriormente, o atleta entrou em quadra em apenas uma partida na próxima campanha, o primeiro. Sim, ele não atuou pelo resto do ano.
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Relembre a agência livre de 2016-17
Aquela foi a agência livre em que Kevin Durant assinou com o Golden State Warriors por dois anos. Durant deixou o Oklahoma City Thunder, mas sofreu com muitas críticas por se juntar ao time que superou o seu no ano anterior.
Enquanto isso, Al Horford, ainda um All Star, deixou o Atlanta Hawks pelo Boston Celtics e Dwyane Wade saiu do Miami Heat rumo ao Chicago Bulls. Foi, então, quando Tyler Johnson assinou um contrato bastante contestado no Heat (US$50 milhões por quatro anos).
No fim, os críticos estavam certos. Johnson atuou em apenas 44 jogos pelo time da Flórida, sendo dez como titular e foi parar no Phoenix Suns, após troca. Hoje, aos 30 anos, ele só atuou na temporada 2021-22 porque vários jogadores entraram no protocolo de saúde e segurança da NBA. Sem brilho algum, claro.
Contratos bizarros
- Andre Drummond (Detroit Pistons): US$130 milhões por cinco anos
- Hassan Whiteside (Miami Heat): US$98 milhões por quatro anos
- Ryan Anderson (Houston Rockets): US$80 milhões por quatro anos
- Allen Crabbe (Portland Trail Blazers): US$75 milhões por quatro anos
- Bismack Biyombo (Orlando Magic): US$72 milhões por quatro anos
- Evan Turner (Portland Trail Blazers): US$70 milhões por quatro anos
- Ian Mahinmi (Washington Wizards): US$64 milhões por quatro anos
- Solomon Hill (New Orleans Pelicans): US$52 milhões por quatro anos
- Jon Leuer (Detroit Pistons): US$42 milhões por quatro anos
- Jeremy Lin (Brooklyn Nets): US$36 milhões por três anos
- Jared Dudley (Phoenix Suns): US$30 milhões por três anos
- Mirza Teletovic (Milwaukee Bucks): US$30 milhões por três anos
- Cole Aldrich (Minnesota Timberwolves): US$22 milhões por três anos
E hoje?
Embora Drummond tenha liderado a NBA em rebotes por três anos seguidos depois da assinatura do contrato, o Pistons não conseguiu formar um bom elenco. O time ficou travado na folha salarial, mas apenas em 2018-19, após a troca por Blake Griffin, conseguiu ir aos playoffs. E foi só aquela vez mesmo. Desde então, a equipe segue longe, bem longe dos mata-matas.
Drummond, por outro lado, foi para o Cleveland Cavaliers em troca (por contratos expirantes e uma escolha de segunda rodada de draft). Enquanto o Cavs tentou uma nova negociação (e não conseguiu), o pivô perdeu mercado e espaço. Após dispensa pelo Cavs, ele assinou com o Lakers e sequer entrou em quadra no jogo em que eliminou o time californiano. Em seguida, o jogador acertou com o Philadelphia 76ers para ser reserva de Joel Embiid. O Brooklyn Nets o recebeu em nova troca. Na eliminação para o Boston Celtics, na primeira rodada dos playoffs, Drummond ficou em quadra por três minutos.
Em tempo, dos 13 nomes acima, nove não estão mais na NBA. Hill é agente livre, após um ano horrível pelo Atlanta Hawks (normal), Whiteside foi reserva de Rudy Gobert no Utah Jazz, enquanto Biyombo chegou no Phoenix Suns durante a temporada e agradou ao ponto de seguir até o fim. Está sem contrato, no entanto.
Sim, deu para ver com o Lakers inflacionou o mercado de agentes livres da NBA, mas a situação só piorou depois disso.
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