David Fizdale está consciente de que “ganhou” mais do que um novo emprego ao assumir o comando do New York Knicks. O treinador vai ter a oportunidade de trabalhar com um dos principais jovens talentos da liga em Kristaps Porzingis, que teve relação tumultuada com o antigo técnico da equipe, Jeff Hornacek. O novo comandante garante que a presença do jogador letão pesou decisivamente (de forma muito positiva) para que aceitasse o cargo.
“Observem como os times jogam hoje em dia: todos têm caras técnicos, atléticos, esforçados e muito longos, altos. Isso é o que Kristaps personifica. É evidente que ainda não o conheço pessoalmente, mas fiz minha pesquisa e ele possui todas as qualidades necessárias a um grande astro que pode elevar uma franquia de nível. Esse garoto é o futuro da NBA”, exaltou o ex-treinador do Memphis Grizzlies, em sua apresentação na nova franquia.
Fizdale não poderá contar com Porzingis pela maior parte da próxima temporada – talvez, a campanha inteira –, enquanto o atleta de 22 anos recupera-se de uma grave lesão no joelho esquerdo, mas ele já tem planos para o jovem astro. E a prioridade é não o limitar. Enquanto vários torcedores discutem em que posição deve jogar o craque, o técnico quer provar que a resposta é simples: em todas.
“Porzingis é um ala, um ala-pivô, um pivô. Pode jogar em todas, não tem posição determinada. Afinal, por que deveríamos limitá-lo a uma posição, certo? Para que colocar limites em seu jogo ou em qualquer outro jogador que temos aqui? Quero chegar com a mente mais aberta possível, pois vejo tantas formas diferentes de utilizá-lo em quadra”, argumentou o profissional de 43 anos.
O trabalho de Fizdale com Porzingis, porém, será maior do que só a questão dentro de quadra. Ele precisa ser o “meio-campo” para amenizar os aparentes abalos na estranha relação recente entre o jovem e executivos da franquia. Por isso, ele já se encontrou com o irmão do jogador e pretende viajar até a Europa várias vezes nos próximos meses para estabelecer uma relação mais próxima com o comandado.
“Eu quero conduzir tudo passo a passo, sem ‘queimar’ etapas. Quero que veja que há algo diferente começando. Quero que saiba que há algo especial esperando por ele quanto retornar a Nova Iorque: um ambiente e cultura comprometidos com as vitórias. Estou tentando, no fim das contas, apenas ser um recomeço, uma virada de página para Kristaps”, resumiu Fizdale, querendo trazer tranquilidade para o sempre conturbado Knicks.