New York Knicks é time grande ou tradicional?

Sem brigar por título há mais de duas décadas, time de Nova York se encontra no “limbo”

new york knicks grande Fonte: ROBERTO SCHMIDT/AFP

O New York Knicks passa por uma fase complicada, mas muita gente gostaria de saber se, de fato, é um time grande ou é apenas tradicional. Não se trata de uma provocação ou algo assim. É apenas sobre os fatos que ocorrem com uma das equipes de maior torcida na NBA.

Há quanto tempo o New York Knicks não luta por um título? A última vez que passou minimamente perto disso, foi há dez anos, quando perdeu na semifinal de conferência. A última final do Leste, por exemplo, foi em 1999-00. Erros das inúmeras diretorias ou do próprio dono empacam um dos times mais famosos da NBA. Mas essa fama toda se justifica?

Publicidade

Bem, sim e não ao mesmo tempo. Embora o Knicks tenha sido competitivo nos anos 80 e 90, época de Pat Ewing, o time possui apenas dois títulos em sua enorme história. A última vez aconteceu há meio século. No entanto, o mercado de Nova York clama por boas campanhas em sequência ou, pelo menos, com alguma chance de competir pelo troféu de campeão.

Além disso, falta aquele “cara da franquia”. Um que o torcedor se identifique, que seja um ídolo de verdade. O último foi Carmelo Anthony, que deixou a eqiupe em 2017. Ou seja, desde então, o mais próximo disso é Julius Randle, com que a torcida se estranhou recentemente.

Publicidade

Claro, o Knicks é tradicional, tem um dos ginásios mais emblemáticos da liga, mas não tem time competitivo há décadas. Teve um “espasmo” na temporada passada, quando foi aos playoffs. Entretanto, para um time de tal grandeza, uma classificação para a pós-temporada nos últimos nove anos é inadmissível.

Anos dourados

Fundado em 1946, o New York Knicks disputou a BAA (que fundiu-se com a NBA em 1949) por três anos. Logo em seu segundo ano na nova liga, o time foi para a final, mas isso se repetiu nas duas temporadas seguintes. Embora a equipe não tenha vencido de cara, sempre estava nos playoffs, até 1956. Eventualmente, o Knicks ainda foi aos mata-matas em 1959, mas sem força, foi eliminado rapidamente. Então, por sete anos consecutivos, veio o jejum.

Publicidade

No entanto, o melhor estava por vir.

Willis Reed e Walt Bellamy estavam construindo um time forte, mas que batia na trave. Em 1968, o Knicks contou com alguns novatos que você já deve ter ouvido falar: Walt Frazier, Bill Bradley (senador entre 1979 e 1997) e Phil Jackson. Três caras que se tornaram Hall da Fama futuramente. Bem, um deles, como treinador.

Publicidade

Em dezembro de 68, todavia, o Knicks trocou Bellamy por Dave DeBusschere. Era o que faltava para fazer o time conquistar o seu primeiro título. E ele veio, em 1970.

Diante do Los Angeles Lakers, o Knicks precisou de sete jogos para, finalmente, obter o anel de campeão.

Em 1973, com Earl Monroe no elenco, a equipe de Nova York repetiu a dose, bateu o Lakers e foi campeã pela segunda vez em sua história.

Publicidade

Patrick Ewing comanda o show

Produto de Georgetown, o pivô Patrick Ewing era tudo o que o New York Knicks precisava. Um jogador forte como ele, que acabara de ser campeão da NCAA, era o ponto de partida para tentar construir um time vencedor.

E foi.

O Knicks teve boas temporadas, mas ainda não era o suficiente para brigar por algo mais sério. Então, a chegada de Pat Riley, em 1992, mudou tudo. Agora, a equipe de Nova York poderia fazer estrago.

Só que o Chicago Bulls tinha um sujeito chamado Michael Jordan. Por dois anos consecutivos, o Bulls eliminou o Knicks nos playoffs. Contudo, Jordan encerrou a carreira após o título de 1993.

Publicidade

Em 1994, com John Starks, Charles Oakley, Derek Harper e, claro, Ewing, o Knicks bateu cada um de seus oponentes no Leste, incluindo o Bulls. Era a sua primeira final desde 1973. Era contra o Houston Rockets, de Hakeem Olajuwon.

A disputa foi incrível. Imagine dois dos melhores pivôs de todos os tempos em uma decisão. O time de Nova York chegou a liderar a série por 3 a 2, mas perdeu o sexto jogo por detalhes. Starks havia anotado 16 pontos apenas no último quarto. O Knicks tinha a bola do título. Starks foi para o arremesso de três e falhou.

Publicidade

Na sétima e decisiva partida, o Rockets dominou, Starks foi mal, enquanto Olajuwon estava por toda a parte. Deu Houston.

Ewing ainda disputou mais uma final, mas ele já não era mais protagonista, em 1998-99. O Knicks perdeu para o San Antonio Spurs.

Carmelo Anthony

new york knicks grande

Elsa/AFP

A ideia do New York Knicks era ter um jogador de primeira prateleira. Depois de vários anos sem brigar por nada de concreto, o time fez uma troca com o Denver Nuggets por Carmelo Anthony. A ideia era contar com LeBron James em 2010, mas ele optou pelo Miami Heat. Porém, Anthony era um cestinha, carismático e, ao mesmo tempo, marrento. Além disso, ele jogou por Syracuse, que fica no estado de Nova York. Era, de novo, o que o Knicks precisava.

Publicidade

Só que com Anthony, o Knicks amargou duas eliminações na primeira rodada e, em seguida, caiu na semifinal de conferência, em 2013. O astro deixou a equipe em 2017, após quatro anos seguidos fora da pós-temporada.

James Dolan

Em 1994, a Cablevision adquiriu o New York Knicks em parceria com a ITT, mas três anos depois, ficou apenas com a primeira. James Dolan dirigia a Cablevision, uma empresa de TV a cabo que funcionou até 2016. Os anos se passaram e Dolan foi ganhando ainda mais força no Knicks. Em 2010, ele repassou a equipe para a Madison Square Garden Inc, também de sua propriedade.

Publicidade

Dolan, no entanto, tentou fazer do Knicks o seu time de fantasy. Ou seja, ele brinca de ser dono da equipe: contrata, demite, faz trocas, embora exista um presidente (Leon Rose) e um GM (Scott Perry). No fim, é ele quem dirige tudo, mas sem o menor propósito.

Desde que ele passou a controlar o Knicks, foram cinco eliminações em primeira rodada de playoffs, cinco semifinais de conferência, uma final do Leste, duas de NBA e 15 quedas antes dos mata-matas.

Claro que ele sabe o quanto vale o Knicks. Se um dia ele quiser vender, não será por menos de US$6 bilhões (em outubro, a Forbes avaliou em US$5.8 bilhões). Para ter uma noção do que ele possui nas mãos, o Brooklyn Nets foi vendido por US$3.2 bilhões em 2019, o maior valor pago em todos os tempos. O Knicks custa quase o dobro!

Publicidade

O torcedor, claro, torce para que alguém consiga convencer Dolan a parar de brincar.

Afinal, o Knicks é grande?

Bem, o New York Knicks pode ser classificado como grande por diversos motivos: valor da franquia, mercado de Nova York, tradição. Mas, em quadra, não. Embora o time tenha dois títulos, o último aconteceu há quase 50 anos. A equipe não entra em uma temporada como favorita desde 1994. Ou seja, já são quase três décadas.

Publicidade

Isso passa pela péssima administração de James Dolan, mas antes dele, já não vencia há mais de 20 anos.

Vá lá, conquistar um título da NBA é algo extremamente difícil. As franquias que trabalham seriamente fazem pesquisas analíticas que contam com dezenas de pessoas. Mas desde 1980, apenas 14 times foram campeões. Isso não é nem metade da liga.

Publicidade

A pressão da exigente torcida de Nova York é grande, mas o time não consegue corresponder. Nunca.

Siga o Jumper Brasil em suas redes sociais e discuta conosco o que de melhor acontece na NBA: 

Publicidade

Instagram
YouTube
Twitter
Facebook
Canal no Telegram

Últimas Notícias

Comentários