Fonte: Joshua Gateley / AFPExistem inúmeros motívos para acreditar que o MVP da NBA está entre Nikola Jokic e Shai Gilgeous-Alexander. Além de serem números um e dois no ranking do site oficial da liga há algumas semanas, eles projetam uma briga acirrada até o fim da temporada. Isso porque tudo pode depender de qual time termina na frente na fase regular. Hoje, o Oklahoma City Thunder leva ligeira vantagem sobre o Denver Nuggets, mas restando cerca de 13 jogos para acabar, não existe definição alguma.
É bom entender que o Boston Celtics passeia do outro lado, com sete vitórias a mais que o Thunder. No entanto, Jayson Tatum jamais passou do quarto lugar na lista. Na última, por exemplo, ele foi o quinto, atrás de Giannis Antetokounmpo (Milwaukee Bucks) e Luka Doncic (Dallas Mavericks). Então, mesmo com o Celtics longe do segundo no Leste (abriu dez em cima do Bucks) e Tatum com números compatíveis a um vencedor do prêmio, não vai acontecer. Ao menos, em 2023/24.
Depois, por mais que Antetokounmpo esteja brilhando, o Bucks, como já citei, está muito distante do Celtics, mesmo com Damian Lillard por lá. E Donic, como dar um prêmio assim para um jogador de time que está brigando pelo sexto lugar?
Portanto, os votos para o MVP da NBA vão ficar entre Jokic e Gilgeous-Alexander. Não tem como fugir disso.
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Mas existem alguns argumentos para o prêmio ficar com qualquer um dos dois.
Primeiro, Gilgeous-Alexander ganha na narrativa inicial: o Thunder saiu de time de play-in na última temporada para o todo em 2023/24. Além disso, uma regularidade inacreditável com apenas três jogos abaixo de 20 pontos em toda a campanha. E ainda defende. Muito. Hoje, ele é um verdadeiro super astro nos dois lados da quadra, algo para poucos.
No momento, o canadense registra médias de 30.9 pontos, 6.3 assistências, 5.7 rebotes, 2.0 roubos de bola (lidera a NBA) e 37.3% do perímetro.
No entanto, do outro lado está o principal responsável pelo primeiro título do Nuggets na liga. E Jokic é o atual MVP das finais, perdendo o da fase regular de 2022/23 para Joel Embiid. Mas veja como são as coisas. Ele terminou a última temporada a 0.2 assistência de ter uma campanha de triplo-duplo (24.5 pontos, 11.8 rebotes e 9.8 assistências) e não venceu. Incrível, não? Mas ele venceria três anos consecutivos? Aí é difícil, coisa rara na história.
E na atual temporada, ele faz 26.0 pontos, 12.3 rebotes e 9.0 assistências, tendo impacto, inclusive, na defesa. Aliás, se tem algo que ele é excelente é defendendo pick-and-roll. Mas quase ninguém fala disso.
O fato é que, seja para quem receber o MVP da NBA entre Jokic e Gilgeous-Alexander, o prêmio será bem dado.
Ambos merecem
Caso seja para o sérvio, será o seu terceiro. Se for para o canadense, o primeiro.
Agora, pense em um detalhe: Jokic está com 29 anos, enquanto Gilgeous-Alexander tem 25. O Nuggets venceu o título da última temporada, mas vinha flertando com a decisão desde 2019. Em 2022, sem Michael Porter e, principalmente, Jamal Murray, Denver caiu na primeira rodada.
O Thunder, por outro lado, passou por reconstrução após a saída de Russell Westbrook. Aliás, deveria, né? Pois o time ainda foi aos playoffs no outro ano com Chris Paul. Mas com o grupo atual, olhando sob a perspectiva de futuro, falta pouco para Oklahoma City terminar de montar peças para dominar o Oeste. Basta trocar um armador superestimado ali por um ala-pivô e utilizar suas inúmeras escolhas de Draft que ainda consegue um cestinha especialista em arremessos de três.
Aí, amigo, vai ser realmente difícil parar a equipe nos próximos anos. Daí, Gilgeous-Alexander será o principal candidato ao MVP por vários e vários anos.
Outro MVP para estrangeiro
Agora, existe aquela questão, né?
Desde o MVP de James Harden, em 2018, será o sexto prêmio consecutivo dado a um estrangeiro. Mas tem um detalhe aí. O então camaronês Joel Embiid foi o vencedor da última temporada. Agora, ele vai disputar as Olimpíadas pela seleção dos EUA. Logo, em 2022/23, ele ainda não era de seu novo país. Como seria caso Embiid vencesse agora? Eu não tenho a menor ideia. Ficaria com um MVP estrangeiro (23) e um americano (24)?
Aí fomos procurar no histórico da liga.
Quando Hakeem Olajuwon (Nigéria) venceu em 1994, diziam ser o primeiro MVP internacional, mas ele ainda não havia defendido os EUA, algo que aconteceu cerca de três meses depois no Mundial. Depois, Tim Duncan ganhou em 2002 e 2003, mas ele nasceu em Ilhas Virgens e o arquipélago pertence aos Estados Unidos.
É como Clarence Seedorf, ídolo do futebol mundial, que nasceu no Suriname e jogou a carreira toda pela Holanda. Suriname é terra holandesa. E quem diz que ele não é holandês?
Depois, Steve Nash nasceu na África do Sul, mas sempre representou o Canadá. Aí tem um detalhe.
A NBA, apesar de ter um representante no Canadá (Toronto Raptors), é dos Estados Unidos. Então, mesmo que Gilgeous-Alexander vença o MVP, o prêmio será de um estrangeiro.
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