Mudou?

Astro ainda quer dar um título ao Cavs

Fonte: Astro ainda quer dar um título ao Cavs

Não há dúvidas que nenhum jogador da NBA teve tanta exploração de sua imagem após a aposentadoria de Michael Jordan que LeBron James. Nem mesmo Kobe Bryant, que seguirá os passos do lendário camisa 23 do Chicago Bulls ao fim desta temporada, apareceu e ganhou tanto o status de o “próximo Michael Jordan”.

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Isso fica claro quando a ESPN americana passou a acompanhá-lo de perto ainda na época do colégio. Ao contrário da imensa maioria dos jogadores, LeBron teve o seu primeiro jogo televisionado quando atuava por Saint Vincent-Saint Mary. Ele enfrentou justamente Carmelo Anthony, hoje no New York Knicks.

Entre 2002 e 2003, as principais páginas dos sites que publicavam sobre prospectos, destacavam a eminente chegada de um atleta que ficaria para a história. James já era um All Star antes mesmo de começar sua carreira na maior liga de basquete.

A pressão, claro, era enorme.

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https://www.youtube.com/watch?v=aNAJzX0AXuE

LeBron precisava dar uma “satisfação” ao público — ávido por um superastro após a decisão final de Jordan encerrar sua carreira — e ele decidiu pular o basquete universitário direto para a NBA. Naquela época, as regras da liga ainda permitiam tal manobra.

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James foi a primeira escolha do draft de 2003 como todos queriam. O Cleveland Cavaliers era o lugar perfeito, afinal de contas, era do estado onde nasceu e começou a jogar basquete. Um time sem muito brilho no passado, mas com fãs que queriam vê-lo mudar sua trajetória.

Dito e feito.

Logo na sua primeira temporada na liga, o “novo camisa 23” fez o Cavs sonhar mais alto ao vencer mais de o dobro de partidas em relação ao ano anterior. Ele ganhou o prêmio de melhor calouro. Não fora suficiente, entretanto, para levar a equipe aos playoffs. Mas isso não demorou muito. Em 2004-05, o Cavaliers obteve a sua primeira campanha vencedora — acima de 50% de aproveitamento — desde 1997-98. Novamente, sem pós-temporada.

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Mas em 2005-06, LeBron levou o time de Ohio às semifinais de conferência, quando foi superado pelo forte Detroit Pistons. Era o prenúncio de que algo grande estava para acontecer.

No ano seguinte, o Cavs disputou a sua primeira final da história e, sob o comando de James, encarou o San Antonio Spurs. Não deu. O Spurs varreu a série.

LeBron James aniversário

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LeBron tinha apenas 22 anos. Já era um astro, mas muito imaturo. Fazia em quadra o que muito veterano levava dez temporadas para obter.

Sua visão de jogo, aliada a uma defesa impecável, só o fez ganhar ainda mais espaço na mídia.

Os próximos três anos foram mágicos para James. Ele foi o vencedor do prêmio de MVP e já era para muitos o melhor jogador da época. Só que havia um tal de Kobe, no Los Angeles Lakers, que ganhava títulos enquanto ele ficava pelo caminho.

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Do céu ao inferno

Embora James trilhava um caminho de sucesso individual, o Cavs batia na trave. A equipe liderou campanhas na conferência Leste e chegou a vencer 66 partidas em 2008-09, ficando próxima do recorde do Bulls de 1995-96, com 72 triunfos. Entretanto, nem assim acontecia.

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Em 2009-10, LeBron recebeu de presente a chegada de Shaquille O’Neal no time. Tudo bem. Shaq estava em fim de carreira, mas ainda era uma presença que incomodava seus adversários.

LeBron James aniversário

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O Cavs, mais uma vez, falhou. E James, adiou o seu primeiro título.

Isso o incomodava. Era um jogador consagrado, mas sem o anel de campeão e tinha em seu favor o contrato expirante.

Foi aí que ele teve a ideia de procurar esse campeonato a qualquer custo e levou seus talentos para a Flórida, ao se juntar com Chris Bosh e seu amigo Dwyane Wade.

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As críticas se juntavam com o otimismo de ver um trio de qualidade inquestionável, vencer e ficar para a história.

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O Miami Heat era a bola da vez, exceto para os fãs do Cavs, que queimaram camisas de LeBron em protesto por sua saída. Aquilo marcou para sempre.

Era uma verdadeira festa dentro e fora de quadra. Só que para vencer, o time tinha que ter foco. E não teve em seu primeiro ano.

O Heat foi para a final da NBA quase que de forma automática. O talento estava ali, mas faltava algo. Perdeu para o Dallas Mavericks, que nem era tão qualificado no papel, porém contava com um treinador capacitado, com jogadores que transpiravam sangue e com um sujeito chamado Dirk Nowitzki.

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Deu Mavs, com um pé nas costas.

Mas o objetivo ainda era o título e o Heat ainda o cercava de atletas capacitados.

Foi aí que veio.

Em 2011-12, o time da Flórida pegou o Oklahoma City Thunder nas finais. Era LeBron contra Kevin Durant. E Durant era um jovem em ascensão disposto a oferecer resistência até o fim. Porém, o cenário era perfeito para James e seus aliados.

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A glória finalmente tinha chegado. Ele era campeão e finalmente podia dizer que tinha o currículo completo.

Na sequência, um duro confronto contra o Spurs. Mais uma vez, era ele contra o time texano, aquele que havia o superado em quatro jogos em 2006-07.

Em uma final eletrizante, e com momentos que marcaram a história da NBA, Ray Allen deu ao Heat mais um título de campeão.

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Eram três anos em Miami, com três finais. O que mais poderia se esperar de um time desses? Claro, outra final.

Só que foi mais uma vez diante do Spurs. Só que mais uma vez, deu Spurs.

O sinal laranja estava ligado. James, Wade e Bosh tornaram-se agentes livres irrestritos e poderiam assinar com qualquer outro time.

Quatro temporadas no Heat lhe trouxeram dois títulos e a sensação de dever cumprido. Era a hora de voltar às origens.

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O retorno

LeBron James aniversário

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No dia 12 de julho de 2014, ele optou por retornar ao Cavs com uma dívida e promessa: vencer um campeonato.

O Cavaliers não era mais o mesmo. Quase todos que estavam lá em 2010 já haviam partido, exceto o brasileiro Anderson Varejão.

Kyrie Irving já mostrava ser um excelente jogador e o Cavs fez uma troca com o Minnesota Timberwolves por Kevin Love. Para isso, envolveu as suas últimas duas escolhas de primeira rodada. E foram logo as primeiras: Anthony Bennett e Andrew Wiggins.

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O time demorou a encaixar. Falhas aconteceram na montagem do elenco e a diretoria agiu rápido para suprir algumas carências. Varejão se lesionou e o Cavaliers trouxe Timofey Mozgov. Faltava um arremessador e chegou J.R. Smith. Precisava de um defensor de perímetro e veio Iman Shumpert.

A equipe renasceu na temporada e então, brigou pelos primeiros lugares após ter campanha negativa.

Derrubou todos os adversários no Leste com uma enorme facilidade, mas aí vieram as contusões.

Primeiro, Love deslocou o ombro na primeira rodada, contra o Boston Celtics e ficou fora do restante dos playoffs. Superou o Chicago Bulls sem problemas e atropelou o Atlanta Hawks. Entretanto, Irving estourou o joelho no primeiro jogo das finais contra o Golden State Warriors, quando o time esteve na frente do placar por quase todo o tempo. O Cavs venceu os próximos dois embates, mas Steve Kerr, técnico do Warriors, mudou a série a partir de então ao sacar o pivô Andrew Bogut.

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Mozgov jogou como Shaq na primeira oportunidade. Sem Bogut para marcá-lo, o russo foi acionado dentro do garrafão, enquanto Andre Iguodala estava tentando brecar LeBron. Foram três vitórias consecutivas da equipe californiana, que conquistou o seu primeiro título em 40 anos.

A dúvida era quem levantaria o troféu de MVP das finais.

Enquanto era especulado que James ficaria com o prêmio — quase que de forma inédita, pois Jerry West o fez em 1969 — Iguodala, o seu marcador, ganhou.

2015-16 e o futuro

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James faz 31 anos nesta quarta-feira. Para alguns, ele já começou o declínio. Alguns números conseguem comprovar isso. Outros, desmentem.

Nesta temporada, LeBron é o jogador que mais pontua no último período, com 8.6 pontos e 48.1% de aproveitamento. Anthony Davis e James Harden ficam em segundo, com 7.3.

A idade chega para todos e, claro, também para ele.

LeBron James aniversário

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LeBron não é tão explosivo, já não defende tão bem, e seu arremesso está sendo cada vez mais questionado.

Apesar disso, ele conduziu o Cavs ao primeiro lugar do Leste, mesmo sem Irving ao seu lado. O armador retornou apenas na semana passada.

Ele sabe que o Warriors é o time a ser batido e que o Cavaliers está abaixo também do Spurs. Mas tudo muda até os playoffs. Trocas e contusões acontecem.

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Ele pode até não ser campeão por Cleveland neste ano ou nos próximos. Entretanto, é inegável que ele mudou a história do time. Se não é o atual “melhor jogador”, ao menos está no páreo. Todos os anos.

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