Melhor do que nunca

Ricardo Romanelli analisa situação da competitiva conferência Oeste

Fonte: Ricardo Romanelli analisa situação da competitiva conferência Oeste

Já se vão alguns anos desde que o Oeste tornou-se a conferência mais forte da NBA. Parece que, a cada ano que passa, a supremacia fica mais evidente. Faz sentido: quanto mais os times do topo se fortalecem, mais quem está na parte de baixo precisa trabalhar para (tentar) chegar aos playoffs. Isso criou um desequilíbrio natural entre os dois “lados” da NBA, com franquias do Leste alcançando a pós-temporada com campanhas medíocres. A diferença colocou em pauta a alteração no modelo de classificação, algo com que o comissário Adam Silver vem trabalhando há algum tempo.

Para aumentar o abismo, é provável que vejamos um Oeste mais forte e disputado do que nunca neste ano. Falando do ponto de vista subjetivo, eu não me lembro de ter visto – ao menos, no papel – tantos times fortes em uma mesma conferência desde que acompanho NBA. E essa história já tem 12 anos, mais de uma década.

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A começar pelo campeão Golden State Warriors, que, depois de uma temporada histórica e o primeiro título em 40 anos, já voltou a todo vapor. A equipe atropelou o New Orleans Pelicans na rodada de abertura e após receber os anéis de campeão, com 40 pontos do MVP Stephen Curry. A exibição de gala, imprimindo ritmo avassalado e com o elenco praticamente intacto, faz parecer que o time nem tirou férias. Nem é necessário dizer que trata-se de um candidato sério a repetir a dose no ano que vem.  

Na disputa pelo título anualmente desde 1997, o San Antonio Spurs terá um elenco reforçado para tentar parar o Warriors. LaMarcus Aldridge e David West chegam para formar o garrafão mais forte da liga com Tim Duncan, enquanto Kawhi Leonard é uma atração a parte e estrela em ascensão no perímetro. Se isso não bastasse, ainda há um elenco com Boris Diaw, Tony Parker, Manu Ginobili, Danny Green e outros excelentes atletas de apoio sob o comando do incomparável Gregg Popovich. A verdade é que os texanos já foram campeões com menos e com sobras.

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O Oklahoma City Thunder tenta voltar às finais desde 2012 e, no ano passado, lesões tiraram-no dos playoffs. Com os retornos de Kevin Durant e Serge Ibaka para atuarem ao lado de um Russell Westbrook vindo de campanha histórica, eles estão de volta à briga com a adição de um ingrediente especial: Billy Donovan. O treinador, que levou a Universidade da Flórida a dois títulos do Torneio da NCAA, é ideal para comandar um time com a intensidade desse elenco e possui pedigree de campeão. O Thunder tem tudo para ser mais um a ir longe.

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Desde a chegada de Chris Paul, o Los Angeles Clippers trabalha para construir um verdadeiro candidato ao título. Isso pode ter acontecido com a evolução de Blake Griffin nas temporadas passadas, deixando de ser apenas um jogador explosivo para mostrar qualidade em passes, arremessos e controle de bola. Tornou-se tecnicamente completo. A equipe ainda investiu na offseason trazendo atletas como Paul Pierce, Lance Stephenson e Josh Smith para se unirem a Jamal Crawford, DeAndre Jordan e J.J. Redick. Os angelinos parecem ter o melhor elenco da NBA hoje e, sob o comando do bom Doc Rivers, podem finalmente alcançar as finais.

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Além deste quarteto principal, o Oeste ainda traz outros elencos fortíssimos que não podem ser descartados em nível de playoffs. O Houston Rockets chegou às finais de conferência no ano passado, muito graças às atuações de MVP que teve James Harden. Ele e Dwight Howard são o centro de um grupo que foi reforçado com o bom armador Ty Lawson para auxiliar a criação de jogadas. Apesar da contratação, é impossível não pensar que tenham ficado um pouco para trás na corrida pelo anel diante de concorrentes que se reforçaram mais. Isso não exclui mais uma temporada de 50 vitórias e atuações impressionantes para Harden, porém.

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O Memphis Grizzlies pouco mudou nas últimas temporadas, com a dupla de garrafão formada por Marc Gasol e Zach Randolph sendo assistidos pelo cada vez melhor Mike Conley. Mais do que isso, eles são um time defensivo intenso e aguerrido – símbolo do basquete competitivo praticado nesse lado da liga. No Leste, seria candidato ao topo da classificação. No Oeste, as prováveis 50 vitórias devem levá-lo aos playoffs e ser um divisor de águas na tabela do Oeste.

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New Orleans Pelicans, Utah Jazz, Dallas Mavericks e Phoenix Suns devem brigar pelas duas últimas vagas aos playoffs. O primeiro é o time mais avançado em termos de evolução, que já esteve entre os oito melhores do Oeste na última temporada e tem o atleta mais promissor da liga, Anthony Davis, sendo comandado agora pelo competente técnico Alvin Gentry. Jazz e Suns são os elencos jovens, teoricamente ainda muito instáveis. Já o Mavericks é a fórmula dos veteranos, capitaneados por Dirk Nowitzki e Deron Williams – um antigo sonho do dono Mark Cuban. O armador vai atrás de redenção e precisa se reinventar em Dallas depois de campanhas decepcionantes.

É verdade que Los Angeles Lakers, Minnesota Timberwolves, Denver Nuggets, Sacramento Kings e Portland Trail Blazers não devem passar de meros coadjuvantes, mas este não deixa de ser um reflexo de uma conferência em uma situação competitiva surreal: quatro franquias fortíssimas candidatas ao título, duas que podem ultrapassar 50 vitórias tranquilamente e outras quatro que podem chegar aos 45 triunfos – e, na verdade, precisam disso para alcançar os playoffs.

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A emoção é garantida no Oeste. Trata-se de uma das conferências mais competitivas e emocionantes já vistas no basquete moderno. É a NBA em seu melhor. Pessoalmente, acredito que qualquer previsão agora não passa de mero palpite – e não esperem um de mim.

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