Mediocridade empolgante

Ricardo Romanelli comenta disputa pelas últimas duas vagas nos playoffs do Leste

Fonte: Ricardo Romanelli comenta disputa pelas últimas duas vagas nos playoffs do Leste

Dwyane Wade 5

Passados o Jogo das Estrelas e o fechamento da janela de transferências, todas as atenções se voltam agora para uma data: o começo dos playoffs. É natural que o assunto dominante a partir deste momento seja a corrida pelas vagas na próxima fase da temporada e a briga por um melhor posicionamento visando o mata-mata.

No Oeste, como todos sabem, as sete primeiras vagas parecem definidas e a briga pela última colocação vai ficar entre Phoenix Suns, Oklahoma City Thunder e New Orleans Pelicans. No entanto, essa é uma disputa que vem se desenrolando ao longo da temporada e que já parece estar se encaminhando em favor do time de Kevin Durant. Fora isso, na conferência mais forte, devemos ter outras disputas apenas por vantagens de mando de quadra. O Leste, na verdade, é que deve nos reservar uma boa dose de emoção na disputa por vagas nos playoffs.

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É fato que grande maioria das equipes da conferência “patina”, com aproveitamentos abaixo dos 50%. Mesmo assim, um bom número de times ainda vive na corrida por um lugar na fase que realmente interessa da temporada. Atlanta Hawks, Toronto Raptors, Chicago Bulls, Washington Wizards, Cleveland Cavaliers e Milwaukee Bucks tem boas campanhas e devem se classificar. São seis vagas, sobram duas. Charlotte Hornets, Miami Heat, Brooklyn Nets, Boston Celtics, Detroit Pistons e Indiana Pacers estão todos no páreo. As seis equipes estão separadas por dois jogos nas colunas de vitórias e derrotas.

Sim, e qual delas tem a melhor chance de se classificar? Nenhuma! Essa é a grande beleza da coisa. Todas têm se mostrado extremamente inconstantes – e, na maior parte da competição, medíocres. Não dá pra confiar que nenhum deles vá emplacar boa sequência ou conseguir as vitórias necessárias. Neste grupo, na verdade, tem equipes de vários estilos.

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O Heat, teoricamente o mais “encorpado” de todos, ainda tenta se achar depois da saída de LeBron James e possui um elenco que mescla poucos jogadores consagrados, veteranos de qualidade duvidosa e jovens ainda em crescimento. Lesões atrapalham o grupo – como já era esperado – desde o início da campanha e a recente chegada de Goran Dragic acabou se empalidecendo diante do problema pulmonar que afastará o astro Chris Bosh pelo restante da temporada.

O Hornets é, basicamente, uma reunião de atletas que não deram certo em outros lugares e foram levados para Charlotte com a missão de fazer companhia a jovens talentos e guiá-los a voos competitivos mais altos. Podemos considerar que, neste cenário, Al Jefferson seja a única exceção e unanimidade. Já o Nets é um time que adotou um modelo ultrapassado: contratou veteranos e fez investimento altíssimo, optando por juntar atletas de nome em detrimento da construção de uma cultura vencedora e elenco equilibrado.

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Celtics e Pistons são times de jovens jogadores que, pela união e esforço, vêm conseguindo um resultado até maior que seu talento sugere. Falta ali um jogador que consiga chamar o jogo nos momentos difíceis. Nenhum dos talentosos garotos teve tempo para se desenvolver nesse tipo de jogador. Pelo menos, não ainda.

Por fim, o Pacers é um time sobre o qual já cansamos de falar: grosso modo, é a sensação que se desmanchou. Tudo bem que parte do elenco continua ali, mas alguém reconhece algum dos atletas ainda por lá como aqueles que pareciam a nova força da NBA há cerca de dois anos? Difícil. Ainda mais com Paul George, único jogador cuja qualidade é inquestionável, fora de ação por conta de uma terrível lesão.

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Eis seis equipes que mal conseguem convencer a si mesmas que podem chegar aos playoffs, mas, de alguma forma, vão chegar. Elas vão garantir nosso divertimento e imprevisibilidade até o fim da temporada: não tem nada mais imprevisível do que seis times ruins brigando por duas vagas nos playoffs. Tudo pode acontecer, pois, quando você acha que uma delas vai se firmar como favorita, sempre pode voltar ao mesmo nível que apresentou ao longo do ano.

É assim que a mediocridade da parte de baixo da tabela do Leste que vai nos trazer os resultados mais emocionantes até o final da temporada. E vamos acompanhar. Francamente, acho impossível fazer qualquer tipo de previsão. As equipes são tão inconstantes que qualquer palpite não passaria de um chute.

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