Lillard, Holiday e a falácia da lealdade na NBA nas trocas

Enquanto times não são leais e trocam seus jogadores, por que os atletas precisam ser?

Lillard Holiday trocas NBA Fonte: Alika Jenner / AFP

É estranho, mas compreensível. Enquanto jogadores juram amor aos times, dirigentes negociam sem pensar muito. Os casos de Damian Lillard e Jrue Holiday, apesar de opostos, desafiam a lealdade na NBA sobre trocas. Tudo faz parte de um grande negócio e altetas entendem como funciona, mas é possível falar em segurança na liga?

Claro. Lillard negou que deixaria o Portland Trail Blazers por vários anos, apesar de inúmeros rumores. Após 11 anos na franquia, ele viu que a direção não pensava como ele (há algumas temporadas). Ele queria brigar por um título pela equipe, mas o Blazers achava melhor ir por outro caminho. Até aí, tudo bem. A diretoria tem todo direito de fazer o que bem entende, mesmo que muitos de seus movimentos sejam questionáveis.

Não só agora, mas nos últimos anos. O Blazers piorou o elenco pensando em melhorar. Primeiro, abriu mão de caras como CJ McCollum, Gary Trent Jr e Robert Covington. Sabe pelo que? Por nada. O resultado final foi de um monte de escolhas de Draft. Depois, Portland trocou Josh Hart. De novo, o grupo de jogadores ficou ainda pior. Ao mesmo tempo, a direção estendeu com Jerami Grant e tinha um Lillard completiamente perdido, enquanto rejeitava trocas.

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Quando Lillard finalmente deu um basta, ele pediu negociação para um time específico. E não foi atendido.

O Blazers tinha zero obrigação de mandar o jogador para o seu destino favorito, tá? Mas Portland o traiu diversas vezes.

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Mas por que traiu?

De novo, Portland não tinha que fazer trocas para alimentar o ego de Lillard. Mas deveria tentar competir por ele. Simples assim. Não é dando um contrato escandaloso para Grant que vai resolver algo. Tanto não é, que o time pode negociar um cara que acabou de dar US$160 milhões em contrato.

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Ou seja, não bate. Se a ideia era renovar com Grant, então queria competir. Mas dá para fazer isso sendo que os principais rivais melhoraram e Portland não? É óbvio que está tudo errado. E para mandar Lillard embora, com tantas opções de trocas pela NBA, o Blazers pegou Jrue Holiday. Não que Holiday vá ficar, mas pegou para negociar. Dá para capitalizar em cima disso, mas os times não vão ficar oferecendo mundos pelo “novo” armador.

Embora Holiday seja muito bom jogador, não tem ninguém em desespero por ele.

Então, definitivamente, Portland fez mais uma questionável. Holiday vai embora em breve e o mesmo deve acontecer com Grant. Ou seja, não vai competir por nada. Até conta com jovens promissores, mas não o suficiente para sair da zona dos piores times.

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Não mandar Lillard para o Heat era algo previsível, já que a diretoria não o cercou de grandes jogadores. Por que esperar algo diferente quando ele faz seu último pedido?

Jrue Holiday avisa que fica até o fim do contrato, mas ganha troca como prêmio

Olha, o Milwaukee Bucks está de parabéns por conseguir furar trocas e receber Lillard, mas abrir mão de Holiday pela chance de título na NBA pode ser um erro. Primeiro, pelo lado da quadra mesmo. O Bucks abriu mão de toda a defesa de perímetro. Além do armador, o time mandou Grayson Allen para o Phoenix Suns. E a equipe já estava sem o veterano Wesley Matthews, que foi para o Atlanta Hawks.

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Ah, Matthews é um grande jogador?

Não, mas ainda sabe defender. Olha lá quem sobrou: Malik Beasley (defensor horroroso) e um calouro cru (Andre Jackson). E ainda tem um técnico sem experiência no cargo. Adrian Griffin chega para substituir o campeão de 2020/21 Mike Budenholzer.

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OK, Jackson é um muito bom defensor, mas ele já vai ganhar minutos importantes na rotação? É tudo muito estranho. Milwaukee quis agradar Giannis Antetokounmpo, pois o ídolo começou a dar sérios sinais de que queria sair. Aí, o time manda embora o cara que fez ele ficar na última renovação.

Foi por causa de Holiday que Antetokounmpo estendeu seu contrato. Foi pelo seu nível de competitividade nos dois lados da quadra. Mas o Bucks foi atrás do cestinha.

Questionável?

Bem, no geral, parece que não. Lillard realmente é espetacular, mas não sabe defender. Nunca o fez.

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Lado humano

Enquanto as trocas aconteciam, Damian Lillard e Jrue Holiday vão jogar em outros times na NBA. O primeiro queria brigar pelo título em Portland, jurou amores, fez músicas para a cidade e falou que só sairia depois de um título. Holiday, por outro lado, falou que iria se aposentar em Milwaukee.

No outro dia, a negociação para Portland.

Por mais que ele saiba que não vai ficar lá, como fica a cabeça do jogador?

Tudo bem, Holiday vai atrair vários times no mercado, mas é cruel.

Dá para entender o que Milwaukee fez pelo aspecto quadra, mas o lado humano fica de lado. Sempre.

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Lembra muito a troca de Derrick Rose para o New York Knicks. Quando ele deixou o Chicago Bulls, Rose dava entrevista sobre seu futuro na equipe. Ele já era MVP. Foi uma das cenas mais fortes que já vimos de um jogador sendo trocado.

Pesadíssimo.

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A lealdade não pode existir na NBA por parte dos jogadores. Se eles quiserem sair, é melhor que os times entendam e façam o que precisa ser feito. Porque quando as direções querem trocar, o atleta simplesmente pega suas coisas, vende sua casa e vai embora para outro lugar.

A NBA é um negócio. Às vezes, muito cruel.

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