Lenda, Marquinhos se despede do basquete após eliminação do Vasco no NBB

Ídolo do basquete nacional disputou sua última partida oficial da carreira nesta quarta-feira

marquinhos basquete vasco nbb Fonte: Hedgard Moraes / MTC

Nesta quarta-feira (14), Marquinhos se despediu do basquete e pendurou os tênis como jogador profissional da modalidade após a eliminação do Vasco da Gama no NBB. O atleta que tanto engrandeceu o esporte nacional, honrou as tradições de outros grandes jogadores, levou a nossa bandeira para a NBA, abraçou o projeto do Novo Basquete Brasil e se tornou o maior vencedor, além de ser o maior cestinha brasileiro da competição.

Quis o destino que, 17 dias antes de completar 41 anos de vida, Marquinhos, que passou os últimos 23 (olha o número dos GOATs) como profissional da bola laranja, se aposentasse em alto nível de competitividade, assim como foi em toda sua temporada de despedida.

Ele teve a maior média de pontuação do time do Vasco da Gama, com 14,5 pontos em 32 partidas. Ainda foi o segundo em rebotes (4,4), terceiro em assistências (3,2) e segundo em eficiência (14,5). Claramente, as questões físicas, que o afastaram de nove jogos da temporada, impediram que tivesse uma jornada ainda melhor de desempenho estatístico.

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“Anunciei essa despedida em outubro de 2024, as condições eram totalmente favoráveis, venho sofrendo a temporada toda com hérnia de disco, dor no joelho. Venho em constante conversas com meu médico para me colocar em ritmo de jogo, ainda consegui dar uma subida nos playoffs, hoje posso dizer que foi o último jogo. Se o telefone tocar de uma maneira diferente (tratamento médico), posso repensar, mas não espero isso. Fisicamente, venho sofrendo muito, é muito difícil acordar, tirar o pé da cama e ter dores. Quem jogou sabe o quanto é difícil”, Marquinhos explicando o motivo da parada.

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“Cabeça tranquila, ciente que fiz uma carreira linda, produtiva. Ajudei o crescimento do basquete brasileiro. E no jogo tentei desfrutar. Tentamos manter o nível, mas a equipe do Minas foi o superior durante a série toda. Conseguiu nos punir nos pontos fortes deles. Aqui é uma das arenas que eu mais gosto de jogar também, como eu disse, tenho mais vitórias do que derrotas, mas foram dois momentos bem marcantes, o Jogo das Estrelas e o último jogo do NBB aqui, infelizmente foi com derrota, os dois jogos, mas faz parte da carreira”, analisou o confronto e se referiu ao local onde ocorreu sua despedida, a Arena UniBH.

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“Agora é hora de curtir minhas marolinhas lá no Arpoador. Só posso agradecer ao Vasco da Gama, foi uma temporada muito difícil, com lesões não só minhas, mas dos meus companheiros. Ao mesmo tempo foi proveitosa, porque o time se desdobrou em alguns momentos. Só agradecer a torcida e o carinho dos torcedores cruz-maltinos e de outros times e ginásios que passei durante a temporada. Foi legal demais receber esse carinho e não tenho nada o que lamentar”, seguindo seu depoimento final como jogador.

“Com quase 41 anos, só tenho a agradecer porque o basquete me proporcionou muita coisa nessa vida, conhecer lugares, chegar na NBA, que foi um sonho de criança, participar de um campeonato tão disputado quanto o NBB, só não joguei uma temporada, porque me mudei para a Itália. Ver a criação do NBB, ver ele crescendo ano após ano é gratificante demais. Agradeço a todas as pessoas que estiveram comigo nesses anos todos, minha família, minha esposa, que é minha motivação diária, e agradecer ao suporte de todo mundo”.

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Relembre a carreira de Marquinhos

Início

O craque começou sua caminhada muito jovem, em 2001, na base do Corinthians, se profissionalizou no ano seguinte no Bauru, onde conquistou o Campeonato Brasileiro. Teve algumas incursões pelo basquete italiano, além de sua primeira passagem pelo Vasco da Gama, que era o campeão brasileiro da época, o retorno ao Corinthians/Mogi das Cruzes e uma temporada no São Carlos.

Chegou à NBA, onde defendeu o New Orleans Hornets, em 2006. Porém, foi quando voltou ao basquete brasileiro que escreveu as suas maiores histórias, ao defender as cores de Pinheiros, Flamengo e São Paulo no NBB competição na qual atuou por 16 das 17 temporadas, com exceção de 2009/10.

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No Pinheiros, jogou três temporadas, entre 2008/09 e 2011/12, conseguiu suas maiores médias na carreira e liderou a equipe à primeira final Paulista, em 2011, e à primeira final Internacional, o Torneio Interligas de 2011. No NBB, foram 105 jogos com a camisa azul e preta, com médias de 20,5 pontos, 4,3 rebotes e 3,6 assistências para 20,1 de eficiência. Foi duas vezes semifinalista e chegou a uma quarta de final.

Maiores conquistas

Pelo Flamengo, conquistou tudo que era possível, incluindo seis títulos do NBB, duas Copas Super 8, a Liga das Américas de 2014 e a Copa Intercontinental de 2014, a primeira da história do rubro-negro. No clube carioca, jogou de 2012/13 a 2020/21 e foi quando conseguiu por três vezes conquistar o troféu de MVP da elite do basquete brasileiro, sendo o único atleta a levantar o troféu individual por três temporadas.

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Foram 307 jogos só de NBB pelo Mengão. Em 2021/22, realizou o seu sonho de infância de defender o clube do coração, o São Paulo, onde foi protagonista no primeiro título da história da equipe, o Paulista de 2021, e na maior conquista Tricolor até então, a Basketball Champions League Americas de 2021. De NBB, teve uma semifinal e uma final de campeonato em 56 jogos, 13,6 pontos, 4,6 rebotes e 2,4 assistências para 13,4 de eficiência.

Com a nova fase do R10 Score Vasco da Gama, atuou na temporada 2023/24 e na 2024/25, levando o time a duas classificações à Copa Super 8 e duas classificações às quartas de final do NBB as melhores campanhas do time cruzmaltino na competição. Foram 72 jogos, 14,5 pontos, 4,1 rebotes e 3,1 assistências para 14,3 de eficiência.

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Recordes, conquistas individuais e Seleção brasileira

Além do prêmio de MVP de três temporadas do NBB, Marquinhos foi o cestinha da temporada 2017/18, única temporada entre 2010/11 e 2021/22 que não foi eleito como um dos melhores alas da competição. Ou seja, fez parte do quinteto ideal por 11 temporadas. Teve 10 participações em Jogo das Estrelas, sendo capitão em uma das edições.

Seus números gerais refletem o status de lenda do NBB. Foram 540 jogos, sendo o oitavo atleta com mais partidas da história. São 9202 pontos, sendo o primeiro brasileiro a superar a marca dos 9000 pontos na competição, é o segundo maior cestinha, atrás do americano Shamell. Foram 1094 bolas de três convertidas, sendo o segundo a passar da marca de 1000. Teve 1852 bolas convertidas de dentro do garrafão, quarta maior marca da história. Converteu 2216 lances livres, líder isolado.

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Além de pontos, Marquinhos foi grande em outros fundamentos: 2312 rebotes, que o coloca como 12º da lista histórica; 1646 assistências, 8º maior garçom; 551 bolas recuperadas, 9º lugar também. Tem a segunda maior eficiência somando todas as partidas, 9007, atrás apenas de Alex. Anotou duplo-duplo em 12 jogos, mas nenhum triplo-duplo.

Por fim, com a camisa verde e amarela, foi medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007, jogando diante da torcida e bicampeão da Copa Tuto Marchand. Participou de três eliminatórias e três Mundiais (2010, 2014 e 2019), além de estar nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e Rio-2016.

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