Fonte: Adam Pantozzi / AFPÉ oficial! LeBron James ultrapassou Kareem Abdul-Jabbar e se tornou o maior cestinha de todos os tempos da NBA. Nesta terça-feira, LeBron superou a marca de Abdul-Jabbar com uma cesta em cima do Oklahoma City Thunder. Quatro vezes campeão e MVP, James está em sua vigésima temporada e contando.
LeBron precisava de 36 pontos diante do Thunder. E aconteceu em casa, contra a equipe que ele conquistou o seu primeiro título da liga. E os seus primeiros de terça-feira foram em uma cesta de três. Apenas no primeiro tempo, o novo recordista anotou 20. Entretanto, os visitantes queriam estragar a festa e dificultaram ao máximo para a equipe de Los Angeles e lideravam por dez.
Então, James iniciou o terceiro quarto atrás do recorde e da vitória. E restando 10.9 segundos para o fim do período, ele atingiu o recorde.
Bem, o recorde, de fato, veio. A vitória, não. LeBron terminou com 38 (38.390 na carreira), enquanto o Thunder venceu por 133 a 130.
A partir de agora, o foco (não só do Lakers) vira para a trade deadline, buscando a classificação.
ANDREW D. BERNSTEIN / AFP
Perseguição pelo recorde?
Em fevereiro de 2022, LeBron James se tornou o maior cestinha da NBA incluindo temporada regular e playoffs. No entanto, ele ainda era o terceiro apenas na primeira fase. Mas no mês seguinte, o camisa 6 ultrapassou Karl Malone e ocupou a segunda posição.
Há algumas semanas, em entrevista para a ESPN, LeBron declarou que não estava atrás do recorde de pontos, mas aconteceu de forma natural. Apesar de ele não se definir como um cestinha, seu caminho o levou a isso.
“Digo, eu sei como fazer cestas. Quando eu falo que não sou um cestinha, é porque nunca foi parte do meu jogo que me definiu. Mas existe um argumento. Quando você olha por quanto tempo o recorde dura e com Kareem, estou conseguindo chegar lá. Mas nunca vou discutir isso porque nunca me senti como um cestinha”.
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Ele foi o jogador mais jovem a fazer 10 mil pontos, 20 mil, 30 mil, 38 mil. James quebrou todos os recordes possíveis durante a carreira. No entanto, parece longe de acabar.
Luta por títulos na NBA
Primeira escolha do Draft de 2003, LeBron James sabia que estava entrando na NBA para ser um dos maiores. O que ele não sabia era quanto tempo levaria para acontecer. Mas logo que chegou, o atleta mostrou o seu potencial e colocou um modesto Cleveland Cavaliers no topo do Leste por várias temporadas.
Modesto, porque o Cavs vinha de cinco anos sem classificação aos playoffs, mas nas 12 últimas vezes que havia conseguido, caiu na primeira rodada em dez. Ou seja, Cleveland não prosperava na liga, não ultrapassava barreiras.
Mas em 2006/07, em sua segunda vez nos playoffs, LeBron levou o Cavaliers para a decisão contra o San Antonio Spurs.
Ainda não era a hora. O Cavs foi varrido nas finais.
No entanto, depois de tentar ser campeão por várias vezes, ele desistiu de Cleveland. Um tropeço em sua carreira ou um “vou ali e já volto”?
Bem, a torcida interpretou com a primeira opção.
“Não um, não dois, não três, não quatro…”. James prometeu títulos ao Miami Heat.
Na primeira oportunidade, parou no Dallas Mavericks. Mas nos dois anos seguintes, ele conduziu o Heat aos títulos sobre o Oklahoma City Thunder e San Antonio Spurs. Na repetição da final contra os texanos, entretanto, o fim de mais um ciclo veio com a derrota na final.
Volta para Cleveland
No dia 11 de julho de 2014, após levar seus talentos para South Beach, LeBron voltou para Cleveland com a missão de ser campeão por lá. Não foi fácil, mas em 2015/16, depois de estar perdendo por 3 a 1 para o Golden State Warriors, o Cavs virou a decisão e conquistou o seu único título pela cidade.
Foi incrível, com direito a um delirante “Oh, Block by James!” dos narradores quando ele deu um toco em Andre Iguodala. Depois, Kyrie Irving fez a cesta da vitória.
Ele ainda tentou mais duas vezes diante do mesmo Warriors, mas falhou.
Então, em 2018, LeBron James decidiu que era a hora de sair mais uma vez, para o lugar onde se tornaria o maior cestinha da NBA.
Los Angeles Lakers
O primeiro ano foi de transição. Apesar de a equipe contar com jovens talentos, ele convenceu os diretores que não era suficiente para ser campeão. Então, o Lakers mandou Brandon Ingram, Lonzo Ball e Josh Hart ao New Orleans Pelicans por Anthony Davis.
A parceria funcionou logo de cara e eles foram campeões em 2019/20.
No entanto, os anos seguintes foram frustrantes.
Em 2020/21, após lesões de Davis e James, o Lakers se classificou aos playoffs via play-in. Embora tenha sido de forma incrível, com uma cesta decisiva do astro contra o Golden State Warriors, o time caiu logo na primeira rodada para o Phoenix Suns.
Daí, vieram trocas e a chegada de Russell Westbrook.
Com um time envelhecido pelas contratações de veteranos e frustrantes tentativas de Frank Vogel para encaixar Westbrook, o Lakers sequer foi para a repescagem. Foi a primeira vez que LeBron não disputou os playoffs desde 2004/05, seu segundo ano na liga.
Sem conseguir trocar Westrbook, a direção apostou mais uma vez nos talentos de James e Davis, mas o pivô se machucou quando brilhava. Então, sobrou novamente para o camisa 6 reconduzir o Lakers aos triunfos.
Não está sendo fácil. Hoje, o time ocupa o 13° lugar no Oeste, mas ainda existe esperança. Ao menos, por parte dele.
Trocas?
A trade deadline acontece no dia 9 deste mês, mas a diretoria (Rob Pelinka) não quer abrir mão das escolhas de Draft de 2027 e 2029. De acordo com Pelinka, uma negociação agora não vai fazer o Lakers se tornar candidato ao título.
Entretanto, LeBron só reformou seu compromisso com a equipe de Los Angeles após promessa do GM antes do início da temporada.
“Serei abundamente claro: Nós temos um dos melhores jogadores de todos os tempos em LeBron James e ele está comprometido com a gente. Mas são três anos de contrato. Então, claro, nós vamos fazer de tudo que pudermos, incluindo escolhas de Draft, para fazermos trocas que darão a nós a chance de ele chegar lá (ser campeão)”, disse Pelinka em setembro, no Media Day. “Se existe um compromisso dele com a nossa franquia, isso precisa ser bilateral, e é isso”.
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Por enquanto, nada aconteceu. Devido ao comportamento de Pelinka, rumores sobre sua saída aumentaram recentemente.
“Eu quero vencer, mas essa coisa de perder não está me fazendo bem”, disse James. “Não gosto de conseguir grandes feitos, não me sinto bem se isso acontecer em uma derrota. Então, enquanto nós estamos sentados aqui, o time está abaixo de 50% de aproveitamento. Nós estamos jogando bem ultimamente, mas nós queremos e eu quero vencer no nível mais alto. Quebrar recordes ou superar grandes nomes em uma derrota não está no meu DNA”.
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Última homenagem de Kobe Bryant e a final que nunca aconteceu
No dia 25 de janeiro de 2020, LeBron James superou Kobe Bryant e se tornou o terceiro maior cestinha da NBA. Em seu último post no Twitter, Bryant parabenizou o amigo pelo feito.
Continuing to move the game forward @KingJames. Much respect my brother 💪🏾 #33644
— Kobe Bryant (@kobebryant) January 26, 2020
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Amigos de longa data, eles sempre conversavam e trocavam elogios. No entanto, nunca conseguiram se enfrentar em uma final da liga. Nas temporadas 2008/09, 2009/10 e 2010/11, entretanto, esteve perto de acontecer.
Primeiro, em 2009, LeBron havia conquistado o seu primeiro MVP e o Cleveland Cavaliers teve a melhor campanha da liga, com 66 vitórias e 16 derrotas. Por outro lado, Kobe levou o Lakers ao topo do Oeste com uma vitória a menos. Ou seja, era a final que a NBA esperava.
Após superar o Detroit Pistons em uma varrida na primeira rodada dos playoffs, o Cavs repetiu a dose na semifinal de conferência e atropelou o Atlanta Hawks. Mas na decisão do Leste, o Orlando Magic bateu o Cavaliers por 4 a 2, enquanto o Lakers conquistou o título em cima da equipe da Flórida.
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Já no ano seguinte, James foi MVP, enquanto o Cavs liderou a fase regular. Mas quase tudo realmente se repetiu. O time de Cleveland caiu na semifinal do Leste para o Boston Celtics e o Lakers superou a equipe de Massachusetts na decisão.
Foi o último ano de LeBron em sua primeira passagem pelo Cavaliers.
Por fim, em 2011, já no Miami Heat, James levou sua nova equipe às finais, mas o Lakers parou no Dallas Mavericks de Dirk Nowitzki na semifinal do Oeste. Não deu certo. Não era para ser.
Admiração e respeito dos dois lados sempre foi a base de tudo.
Foi, até o último instante de Bryant vivo.
No dia seguinte ao feito de LeBron, Kobe morreu em um terrível acidente. E James sempre fez questão de utilizar palavras de seu amigo: “o trabalho ainda não está pronto”.
Apesar de LeBron, aos 38 anos, já ter conquistado tudo o que poderia na NBA (exceto o de melhor defensor), seu trabalho ainda não acabou. Ele quer jogar ao lado de seu filho, Bronny.
Pelo jeito, vai sim.
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