Fonte: Jeff Haynes/AFPZach LaVine pode ser o líder e referência técnica de uma equipe realmente competitiva na NBA? Quando o assunto era Chicago Bulls, essa foi a pergunta que provocou divisão entre torcedores e analistas nos últimos anos, ao longo de campanhas bem frustrantes. A atual temporada, por isso, surgiu como um sinal de alívio para quem gosta da equipe de Illinois: LaVine parece ter se consolidado como um dos melhores alas-armadores da liga e crê que, pela primeira vez, vem impactando vitórias do Bulls regularmente.
“Nesse ano, eu sinto que venho impactando muito mais no sucesso da equipe. Sinto que estou trazendo vitórias, de fato. E isso está acontecendo porque apenas passei a tentar fazer o que a partida pede. Existem noites em que tentarei marcar 40 pontos e carregar a equipe, outras em que vou ser um facilitador para os meus companheiros e marcar o melhor jogador adversário. É essa evolução nos dois lados da quadra que evidencia que posso impactar vitórias”, contou o astro, em entrevista ao site USA Today Sports.
O maior salto técnico da carreira de LaVine teve início em um momento que tenderia a ser compreendido como uma enorme adversidade por muitos atletas. O jogador de 26 anos ficou nove meses sem jogar uma partida oficial, em meio à pandemia, depois do Bulls não ter sido chamado para finalizar a última temporada na “bolha”, em Orlando. Ele poderia ter ficado quieto, mas aproveitou a longa pausa para identificar os pontos fracos em seu jogo e trabalhar sob a tutela do famoso treinador Drew Hanlen.
“Eu usei o tempo sem partidas em meu favor. Tive tempo extra para trabalhar em meu jogo. Fui muito específico sobre os aspectos em que desejava aprimorar. Tentei tornar-me melhor naquilo que já faço bem e atenuar minhas falhas técnicas. Eu sou bastante agradecido a todos que ajudaram-me nessa jornada. Hoje, sinto que alcancei um nível que conquistou o respeito dos outros jogadores da liga, dos treinadores e da imprensa especializada”, celebrou o atual ídolo dos torcedores de Chicago.
Arremessos no garrafão e próximos da cesta foi um dos aspectos que Hanlen e LaVine definiram como prioridade em seus trabalhos. A partir daí, o técnico traçou um plano juntamente com o treinador pessoal do ala-armador, Devin Willis, que foi aplicado ao longo do ano passado. Os resultados desse treino especial são notáveis: o astro vem acertando mais de 65% dos tiros tentados na área restrita e 46% dos arremessos de curta distância – ambas, melhores marcas de sua carreira na NBA.
“Percebemos que o problema não era uma falta de habilidade, mas sim que tinha pressa e desequilíbrio na finalização. Nós trabalhamos em seu ritmo e postura, o que melhorou todos os aspectos do seu jogo por extensão. Permitiu que lesse as marcações com mais precisão e controle, dominasse mudanças de direção no drible e melhorasse sua postura ao arremessar. Quando você é capaz de acelerar e desacelerar com o porte e condição atlética de Zach, é quase impossível de ser parado”, explicou Hanlen.
A temporada de LaVine, individualmente, é um triunfo inquestionável: o ala-armador foi eleito para o primeiro Jogo das Estrelas da carreira anotando as melhores marcas da carreira em médias de pontos (28.1), rebotes (5.2), assistências (5.1), aproveitamento de arremessos de quadra (52.3%) e conversão de tentativas de três pontos (43.5%). Mas, para o técnico Billy Donovan, o que passa despercebido entre tudo isso é que ele não se contentou em ser uma liderança técnica e cresceu como uma liderança.
“Zach precisa liderar pelo exemplo diariamente, mostrando um esforço incondicional em cada treinamento para poder exigir alto desempenho de todos ao seu redor. E isso não era algo que eu quero, mas que ele cobra de si mesmo. Fazer o que já tem feito nesse ano, com a sua postura dentro do nosso elenco e os melhores números da carreira, é uma grande comprovação do comprometimento de Zach com os companheiros, o jogo e consigo mesmo”, concluiu o treinador, exaltando a temporada irretocável de LaVine.
