Jumper Brasil discute: o Brasil na Copa do Mundo de Basquete

Equipe do site e convidados analisam trajetória, desempenho e resultados da seleção brasileira no Mundial FIBA

brasil copa mundo basquete Fonte: Yasuyoshi Chiba / AFP

A Copa do Mundo de Basquete acabou e, a princípio, o Brasil fez o que se esperava. A nossa seleção passou da primeira fase de grupos e caiu na etapa seguinte, como esperado. Mas, se o resultado final pode parecer o normal, a trajetória já foi muito mais inesperada. Tivemos uma vitória épica contra a seleção do Canadá, afinal, antes de sermos eliminados pela surpreendente Letônia.

Essa campanha traz algumas notícias positivas e outras nem tanto. Para começar, depois de anos de decepções, estamos estabilizados entre as 16 melhores equipes nacionais do planeta. Nós não ficamos com uma das vagas olímpicas das Américas, por outro lado, e vamos para um Pré-Olímpico Mundial brutal.

Então, o que deu certo e errado em nossa campanha? O resultado precisa ser visto mais pelo prisma positivo ou negativo? E quais são as perspectivas futuras para a modalidade no país? Vamos dar a nossa visão sobre essas dúvidas!

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Convocamos a equipe do Jumper Brasil e o convidado Mário Pugliesi, do podcast “Amassando o Aro”, para analisar a campanha. Dá para dizer que o Brasil fez uma boa Copa do Mundo de Basquete mesmo? É o que nós vamos discutir agora…

 

1. A 13ª posição do Brasil na Copa do Mundo de Basquete foi um resultado…

Gustavo Lima: honroso e dentro do esperado. O Brasil foi para a Copa sem muitas pretensões. Para piorar, a seleção perdeu Raulzinho logo no início da competição. O objetivo, acima de tudo, era ficar com uma das duas vagas olímpicas das Américas. Chegamos perto.

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Antonio Gomes: esperado. Entramos como a segunda força do grupo e fizemos o esperado. Qualquer coisa a mais já seria excepcional em uma chave com Espanha e Canadá. Ainda tivemos o azar de pegar o eficiente time letão no caminho.

Mário Pugliesi: esperado. E também vejo como razoavelmente de bom tamanho, dadas as óbvias dificuldades da competição.

Victor Linjardi: normal, mas com gostinho de quero mais. Foi a mesma posição do país no último Mundial, então não chega a ser uma surpresa. No entanto, vencer o Canadá demonstrou que poderíamos ir mais longe.

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Ricardo Stabolito Jr: bom. Quase todo mundo, a princípio, projetava o Brasil de 13ª a 16ª colocado na competição. Nós não podemos deixar a inesperada chance de classificação mudar a realidade. Fazer o esperado já está bom diante do nosso histórico de decepções recente.

 

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2. Como você avalia o trabalho de Gustavo de Conti nesse Mundial?

Gustavo Lima: bom. O ponto alto, certamente, foi a vitória contra os canadenses. Naquele duelo, a estratégia do treinador deu certo: cadenciou o jogo e não sofreu com a transição do adversário. Além disso, a nossa defesa foi quase perfeita.

Antonio Gomes: razoável. Não é terra arrasada, mas também nada maravilhoso. O Brasil foi o oitavo país que mais arremessou de três pontos, mas só teve o 20º melhor aproveitamento. Essa insistência chegou a irritar. A dificuldade contra os times mais estruturados também preocupa. Mas o jogo contra o Canadá foi uma surpresa positiva.

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Mário Pugliesi: mostrou melhora durante a competição, mas ainda tem espaço para melhorar. Ele “morreu abraçado”, afinal, com uma percepção do time que pareceu não ser adequada para quem olhava de fora. Não foi o que poderia ser, mas foi melhor do que vinha sendo.

Victor Linjardi: bom trabalho. Vale lembrar que o Brasil vive uma reformulação. Os “medalhões” já cumpriram o seu papel, então Gustavinho tentou levar uma mescla de experiência com juventude que foi interessante. Provou, além disso, saber montar times de acordo com o adversário.

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Ricardo Stabolito Jr: foi um bom trabalho. Não foi perfeito, certamente. Nunca vai ser, pois todos os técnicos – e pessoas – têm as suas teimosias. Mas tivemos um time organizado que venceu os jogos em que éramos melhores. E, tirando a Letônia, acho que competimos bem em todos. Tudo isso sem Raulzinho.

 

3. Quem foi o melhor jogador do Brasil na Copa do Mundo de Basquete?

Gustavo Lima: Bruno Caboclo. Ele foi o cestinha da seleção e o principal defensor também. Ou seja, destacou-se nos dois lados da quadra. A seleção sofreu bastante na defesa em sua ausência. Fica a menção honrosa para Yago Mateus, pois trouxe poder de fogo e criatividade para a equipe.

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Antonio Gomes: Bruno Caboclo. Ele liderou o time em pontos, rebotes, roubos de bola, tocos e, por fim, eficiência. Sair da NBA e atuar na Europa fez com que desse o salto técnico que precisava. Hoje, certamente, é o melhor brasileiro em atividade.

Mário Pugliesi: Bruno Caboclo, mas precisamos falar de Yago. A responsabilidade, nível da competição e o peso da camisa simplesmente parecem não atrapalhar o garoto.

Victor Linjardi: Bruno Caboclo. Foi o cestinha brasileiro, além de terceiro jogador com mais rebotes do torneio. Apesar do ótimo Mundial de Yago, o impacto do ala-pivô é notório. Isso ficou comprovado contra a Letônia, após a queda de rendimento da equipe quando ele foi para o banco por excesso de faltas.

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Ricardo Stabolito Jr: Bruno Caboclo. Ele é o talento superior dessa equipe, para resumir. Foi muito difícil de ser parado até para as melhores seleções e pivôs que enfrentamos. Mas, se quiser responder Yago, você também tem o meu apoio.

 

 

4. O que significou a vitória da seleção brasileira sobre o Canadá – terceira colocada no torneio?

Gustavo Lima: não estamos muito atrás das grandes seleções. Aliás, o basquete FIBA está muito equilibrado, com equipes parelhas e jogos decididos nos detalhes. Contra o Canadá, o Brasil mostrou uma organização e um plano tático poucas vezes vistos nesse nível de competição. Então, que isso se repita mais vezes!

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Antonio Gomes: mostra que temos potencial para voltarmos a ser relevantes no cenário mundial. O time canadense é muito talentoso, cheio de astros da NBA, mas teve muita dificuldade contra nós. Que essa vitória sirva como inspiração para as novas gerações e incentivo à modalidade.

Mário Pugliesi: mais uma ótima atuação e vitória da seleção em Mundiais. É um daqueles triunfos, aliás, que mostram que é possível ir mais longe. Teve um bom controle de jogo, mas, principalmente, do aspecto emocional. Agora, precisamos melhorar no confronto com os europeus.

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Victor Linjardi: sabemos competir em alto nível, apesar de não ter feito diferença para o resultado da competição. Conseguimos jogar taticamente bem, mesmo sem grandes estrelas. É um resultado para dar confiança para o Pré-Olímpico, onde nós vamos enfrentar adversários do primeiro escalão.

Ricardo Stabolito Jr: somos uma equipe instável de teto alto. Nosso melhor jogo está à altura de competir contra os melhores, mas precisamos ser mais regulares. Só observe como essa atuação aconteceu entre uma partida “perigosa” contra a Costa do Marfim e uma derrota taxativa para a Letônia.

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5. Após a Copa do Mundo de Basquete, a perspectiva para o Time Brasil é…

Gustavo Lima: promissora. A nossa seleção vive um processo de entressafra. A tendência é que Caboclo e Yago liderem uma boa geração de jovens que pede passagem. Gui Santos e Reynan estão entre eles, por exemplo. O Pré-Olímpico será um baita teste para o Brasil.

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Antonio Gomes: duvidosa. Enquanto não acontecer o sorteio do Pré-Olímpico, nós não podemos criar expectativa nenhuma em curto prazo. No geral, acho que temos algo bom para o próximo ciclo. Caboclo e Yago no auge, Gui Santos e Reynan com outros valores surgindo. Mas o foco talvez não seja Paris, mas Los Angeles-2028.

Mário Pugliesi: continuar um viés de evolução. Se o impasse entre NBB e CBB não piorar, e com mais jogadores atuando na Europa, afinal, deve haver um crescimento natural. E, além disso, o surgimento de novos valores.

Victor Linjardi: focar na reformulação. Trabalhar os jovens é o importante, acima de tudo, para o futuro da seleção. O Mundial serviu para as promessas vivenciarem uma grande competição com os veteranos. Mas serve como alerta também: o baixo investimento no esporte ainda nos prejudica contra as potências do planeta.

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Ricardo Stabolito Jr: positiva. A nossa seleção foi competitiva em um torneio de alto nível com um elenco que ainda tem basquete pela frente. Além disso, a porta dos clubes europeus abriu-se para os nossos talentos. A depender do sorteio, não parece um total sonho vencer o Pré-Olímpico – como era em outros anos.

 

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