Derrick Rose vem se tornando uma ausência estranhamente comum no Chicago Bulls. Desde que foi eleito MVP da temporada 2010-11, o astro não consegue atuar regularmente e acaba de sofrer sua segunda grave lesão de joelho consecutiva em um período de 20 meses. Entre as contusões, dez partidas muito abaixo do esperado. Agora, o armador vive um verdadeiro drama pessoal e ninguém sabe ao certo o que esperar de sua carreira. Por extensão, o Bulls também vive momentos de profunda indefinição.
Nesta semana, o Jumper Brasil reuniu cinco de seus integrantes para analisar o presente e o possível futuro do Bulls. Quão bom é o time sem Derrick Rose? É realista seguir pensando no armador como um dos melhores jogadores da liga? Como o Bulls poderia sobreviver sem sua maior estrela pós-Jordan? Nossa equipe opina.
1. Até onde o Chicago Bulls pode chegar sem Rose nesta temporada?
Gustavo Freitas: Deve chegar aos playoffs com alguma facilidade. Pela fragilidade do Leste, o Bulls ficará entre os oito melhores porque tem ótimos jogadores, como Joakim Noah, Carlos Boozer e Luol Deng. O time passou pelo mesmo problema na temporada passada e foi longe.
Luiz Fernando Teixeira: Primeira rodada de playoffs. Na temporada passada, o Bulls também não teve Rose foi até as semifinais de conferência. A equipe deverá manter as mesmas características – embora não conte mais com Nate Robinson – neste ano e avançar para a pós-temporada. Só que, ao invés de passar mais uma fase, deve ser eliminado de cara.
Gustavo Lima: O Bulls vai para os playoffs sem Rose, já que o Leste está cheio de times ruins. Pensar em algo além de uma semifinal de conferência já é utopia.
Kaio Kleinhans: Chega aos playoffs. Não sei em que posição e mesmo se terá mando de quadra, mas, com certeza, ainda é time para alcançar a pós-temporada – principalmente, pelo nível fraco do Leste.
Ricardo Stabolito Jr.: Semifinal de conferência, como na temporada passada. A verdade é que a competição do Leste não impõe obstáculos para que o Bulls repita o desempenho do primeiro semestre. Basta se acertarem. Além disso, eles são um dos poucos times com uma identidade consolidada: sabem quem são, o que podem fazer e como vencer jogos.
2. Você acredita que Luol Deng será trocado até o fechamento da janela de trocas?
Gustavo Freitas: Espero sinceramente que não. Deng é o principal jogador da equipe nesta temporada e já estava o sendo quando Rose atuava. Não vejo a menor necessidade disso.
Luiz Fernando Teixeira: Sim. Eu acreditava que Deng seria trocado durante a pré-temporada e, agora, deve sair mesmo. Ele, Jimmy Butler e Tony Snell têm as mesmas características e, como é o mais velho e possui o salário mais favorável para negociações, deve ser quem vai “rodar”.
Gustavo Lima: Sim. Deng está em último ano de contrato e é a principal moeda de troca do Bulls no momento. O time de Chicago deve buscar um jogador jovem e/ou escolha de draft pelo ala.
Kaio Kleinhans: Sim. Deng é um all star, um jogador que ainda tem boa idade e contrato expirante. Além disso, o Bulls já tem Jimmy Butler como um substituto imediato no elenco. Uma troca por um ala-armador ou até mais um armador seja um bom negócio.
Ricardo Stabolito Jr.: Sim. A tendência é que o Bulls não tenha condições de renovar os vínculos de Deng e Butler. Precisando escolher um, eles ficarão com o mais jovem. Com o contrato do ala prestes a terminar, este é o momento de trocá-lo para não perdê-lo por nada. Nesta situação específica, a lesão de Rose pode ter pouca – ou nenhuma – influência.
3. Verdadeiro ou falso: o Bulls deveria “destruir” seu atual elenco e iniciar um processo de reconstrução.
Gustavo Freitas: Falso. O elenco é forte e as peças de reposição são boas. Jimmy Butler se lesionou e o calouro Tony Snell o substituiu sem maiores problemas, por exemplo. Não é o caso de reconstruir.
Luiz Fernando Teixeira: Falso. O time do Bulls não é ruim e já mostrou que pode sobreviver sem Rose. Noah, Gibson, Deng, Boozer, Hinrich, Butler e Nazr Mohammed formam uma boa base. Se Teague desenvolver-se junto com Snell, a equipe deve continuar boa o bastante. Mas, se Deng sair (por um Kevin Love, por exemplo), seria ainda melhor.
Gustavo Lima: Falso. Destruir o elenco é exagero. Acho que o Bulls deve trocar Luol Deng agora e, quem sabe, trocar ou anistiar Carlos Boozer (que estará no último ano de contrato) na próxima temporada. Acredito que Rose, Butler, Snell, Gibson e Noah farão parte do futuro do time.
Kaio Kleinhans: Falso. O Bulls tem um bom elenco, forte o suficiente para chegar aos playoffs por mais alguns anos. Também possui boas medas de trocas – como Deng, Butler, Taj Gibson e a escolha futura do Bobcats. A melhor coisa a ser feita é fazer um bom negócio que dê mais profundidade ao time.
Ricardo Stabolito Jr.: Falso. O Bulls não precisa disso. Tem um bom elenco neste momento, capaz de manter-se minimamente competitivo sem Rose, e peças interessantes pensando no futuro (escolha de draft do Bobcats de 2016, direitos de Nikola Mirotic). Além disso, com tantos times fracos no Leste e Thibodeau no banco, tankar nunca será uma alternativa muito realista.
4. Anistiar Carlos Boozer ainda é uma opção a ser considerada?
Gustavo Freitas: Não. Foi uma opção há duas temporadas, mas ele foi muito bem na última temporada e segue no mesmo ritmo neste ano. Ainda é um grande jogador. Além disso, seu contrato expira em 2015.
Luiz Fernando Teixeira: Não. Agora, o contrato dele já está próximo de terminar e outras franquias podem querer sua contratação por conta do valor expirante. Trocá-lo seria uma alternativa melhor, embora esteja mais produtivo e regular do que antes.
Gustavo Lima: Sim. Boozer entrará no último de contrato na próxima temporada, com salário de US$16.8 milhões. O reserva dele, Taj Gibson, tem vínculo até 2017. Então, para não comprometer a folha salarial, a equipe de Illinois deve pensar seriamente em anistiar o veterano ala-pivô. Ou, quem sabe, trocá-lo por escolha de draft e/ou jogadores jovens.
Kaio Kleinhans: A possibilidade é comentada, mas eu não faria. Gosto do Boozer e acho que, por muito tempo, ele foi mal aproveitado em Chicago. Nesta temporada, vem sendo o melhor jogador da equipe. Por mais que seu salário seja alto, eu não acredito que tenha tantas boas opções assim no mercado para preencher sua saída.
Ricardo Stabolito Jr.: Não. Anistia é alternativa para contratos e jogadores que simplesmente não tem mercado algum, são “introcáveis”. Boozer esteve nesta situação há dois anos, mas, hoje, seu vínculo é menor e seu basquete melhorou muito.
5. O Bulls ainda pode pensar em um montar um time competitivo com Rose como peça central?
Gustavo Freitas: Prefiro dizer não. Outros jogadores já passaram por lesões parecidas e, hoje, estão bem. Mas o problema é confiar na durabilidade de seu joelho. Como o Bulls é uma equipe muito equilibrada sem Rose, sua presença deve ser benéfica quando puder atuar novamente. Se ainda pode ser a primeira opção ofensiva, a história é outra bem diferente.
Luiz Fernando Teixeira: Sim. Se nós considerarmos apenas o lado técnico, Rose é um dos melhores jogadores da NBA e acredito que seja capaz de mudar seu estilo de jogo caso não retorne com a mesma velocidade e agressividade. O problema é que pode ter a confiança comprometida por conta das lesões. É preciso ver como ele vai voltar – mais uma vez.
Gustavo Lima: Sim. Até que se prove o contrário, a carreira de Rose não está terminada. Ele e Noah serão as peças centrais do Bulls nos próximos anos. Sem os contratos de Deng e Boozer na folha salarial, o time tem todas as condições de se reforçar e montar uma equipe competitiva já para a próxima temporada.
Kaio Kleinhans: Sim e não. A verdade é que, hoje e dia, apenas uma peça principal não é suficiente. Mesmo com o MVP Rose e um baita elenco de apoio, o Bulls não conseguiu chegar às finais. Acho que, depois das lesões sérias do armador, o Bulls percebeu (mais do que nunca) que precisa de outra grande estrela para levar o time adiante.
Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Foi-se o tempo em que duas lesões sérias nos joelhos marcavam o fim da carreira de um jogador. Blake Griffin é a prova em ação. O Bulls precisa insistir, pelo menos, mais uma vez. Além disso, a equipe não tem muita opção: Rose será pago como uma peça central do elenco até 2017 e trocá-lo, obviamente, não é opção.
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