A saída de James Harden do Philadelphia 76ers, como esperado, virou uma legítima novela. O astro simplesmente desapareceu dos treinos do time e, com isso, adotou uma estratégia mais agressiva para forçar uma troca. E, por enquanto, não espere recuos da parte do armador. Segundo Ramona Shelburne, da ESPN, esse deve ser só o primeiro passo de um caos planejado pelo craque.
“James está em Houston nos últimos três dias. Ele apareceu nos primeiros treinos e até ficou meio comportado, mas nada aconteceu. E, sem uma troca, não ficou feliz. Então, agora, a estratégia é uma escalada de ações. Uma fonte próxima dele disse-me que isso é só o início do que planeja fazer. Tudo pode virar um caos”, previu a repórter, durante o programa “NBA Today”.
Harden pediu para ser trocado antes do início da agência livre. Disse que sentiu-se traído nas negociações de uma extensão de contrato pela direção da franquia. Esse rancor materializou-se na figura do antigo amigo Daryl Morey. Ele quer uma troca para o Los Angeles Clippers. O time da Pensilvânia, no entanto, “endurece” as tratativa na busca dos ativos que deseja pelo astro.
“Esse é o caminho para James quando não há mais opções. Ele está bem chateado, pois não houve avanços nas ações para trocá-lo. E as pessoas próximas dele falam para não confundirmos a sua bondade com fraqueza. Ele reapresentou-se ao time, mas só para que tivessem mais tempo para uma transação. Então, como não está satisfeito com o andamento da situação, voltou para casa”, resumiu Shelburne.
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Histórico
A saída do Philadelphia 76ers é só mais um episódio do histórico de “despedidas complicadas” de James Harden. Todas as suas trocas de equipe na NBA, afinal, vieram com pedidos de negociação. E, em alguns casos, ele já provou que pode forçar situações até o limite aceitável. Para Brian Windhorst, o armador deu até sinais de um comportamento mais brando com o Sixers.
“Isso não é diferente do que James já fez no passado e, geralmente, ele consegue o que quer. Portanto, é um roteiro repetido. Foi assim que saiu de Oklahoma City para Houston, de Houston para Brooklyn e de Brooklyn para a Philadelphia. Aliás, em tudo isso, a surpresa foi que ele reapresentou-se para treinar. Pois, nos casos anteriores, nem isso ele fez”, ponderou o jornalista da ESPN.
Os artifícios de Harden para alcançar os seus objetivos são diversos. E não jogar, certamente, foi o mais usado. Mas também o mais convencional. Acostumou-se a aparecer em reapresentações totalmente fora de forma quando não está contente. Além disso, ele já chegou a fazer um claro ‘corpo mole’ em partidas. A passividade da NBA diante de tudo é um incentivo para que siga a mesma estratégia.
“James teve sucesso enquanto simplesmente se negou a jogar. Ele conseguiu o que queria e, ao mesmo tempo, nunca foi punido de forma adequada por sua conduta. Então, do seu ponto de vista, esse ‘sumiço’ faz muito sentido. Afinal, conseguiu a recompensa que queria com pouquíssimo prejuízo sempre que fez isso. A liga, no fim das contas, nunca o puniu”, ressaltou Windhorst.
Punições
O novo acordo coletivo de trabalho da NBA instituiu novos mecanismos para lidar com essa situação. O Sixers trabalha com um conjunto de regras e multas mais pesadas para evitar o comportamento de Harden. Mas será que isso é o bastante para intimidá-lo? Os valores, a princípio, não soam intimidadores para um dos atletas mais bem pagos da história da liga.
“James está sujeito a uma multa de US$389 mil por cada partida em que fique fora sem o consentimento da equipe. É um caso de jogador que ‘falha em disponibilizar os seus serviços’, em síntese. Mas também existe uma punição de baixo porte por cada treinamento em que ele falta. São, para começar, US$2,5 mil por dia”, explicou o analista Bobby Marks, também da ESPN.
O problema é que, por cláusula de contrato, Harden já recebeu 50% do seu salário da próxima temporada de forma antecipada. E puni-lo pode ser contraproducente para os esforços da equipe. “É possível que a última coisa que Philadelphia queira hoje seja punir ou suspender um atleta que tentam negociar. O seu valor, afinal, deve diminuir ainda mais com isso”, completou.
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Nada a perder
A promessa é que as táticas de James Harden para abrir a porta de saída do 76ers só vão ficar mais incisivas. E, a princípio, Richard Jefferson realmente não duvida disso. O hoje analista da ESPN enxerga esse tipo de comportamento, aliás, como um resultado natural de sua carreira. Ele espera ver até novas “artimanhas” do jogador para pavimentar uma mudança de ares.
“Você sempre precisa ter cuidado com alguém que não tem nada a perder. James, em primeiro lugar, já mostrou que vai fazer o que for necessário para alcançar os seus objetivos. Abdicou do maior contrato da história da liga, por exemplo, para ir embora de Brooklyn. Ele foi profissional na reapresentação à equipe, mas fará o inimaginável para chegar ao que quer”, detalhou o ex-atleta.
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