Já podemos incluir Zion Williamson na briga pelo MVP da NBA

Com números eficientes, ala-pivô colocou o New Orleans Pelicans no primeiro lugar do Oeste

Zion Williamson MVP Fonte: Layne Murdoch Jr ./ AFP

Que Zion Williamson tem talento para ser MVP um dia na NBA, todo mundo sabia. No entanto, os problemas com o peso resultaram em poucos jogos disputados em seus três primeiros anos na liga. Visivelmente mais magro, ele eleva o nível do New Orleans Pelicans e coloca a equipe na ponta do Oeste. É sustentável?

Bem, se for, então estamos falando de uma real chance de Zion Williamson ser o MVP da atual temporada da NBA. É importante ressaltar que, pelos critérios da premiação, é necessário que o time esteja bem na classificação. Mas como o Pelicans está em primeiro na conferência, é fácil dizer que ele entra na briga com Luka Doncic, Jayson Tatum e Giannis Antetokounmpo.

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Toda semana, o jornalista Michael C. Wright elege os dez melhores da campanha no site oficial da liga. É um critério baseado em suas produções, mas leva em consideração o que os times andam fazendo. Fosse apenas pelo individual, Doncic estaria liderando.

Não é o caso.

E Zion finalmente apareceu na última lista (domingo, 11), em décimo. Tatum, Antetokounmpo e Doncic, nesta ordem, lideram. Só que, desde sexta-feira, o Pelicans atingiu o primeiro lugar, superando o Phoenix Suns em confronto direto. E ontem, de novo, New Orleans bateu o Suns, com 35 pontos de Williamson.

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Mas tem um detalhe importante no meio da sequência de sete vitórias do Pelicans: a equipe não contou com Brandon Ingram neste período. A última vez que ele atuou foi justamente na derrota para o Memphis Grizzlies, no dia 25 de novembro. Desde então, New Orleans não perdeu mais.

Claro que havia um temor sobre sua ausência, mas Williamson tomou conta do pedaço.

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Não se trata de um cavalo que apareceu no telhado de uma casa, como se ninguém soubesse o que rolou para o Pelicans estar na frente. A equipe já tinha a quarta melhor campanha do Oeste quando Ingram se machucou (dedão do pé). Já o especialista em defesa, Herb Jones, não atuou nas últimas cinco. Mas ao invés de despencar, o que aconteceu foi o contrário. E Williamson tem “culpa” na brincadeira.

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Desde o início da sequência, ele possui médias de 30 pontos, 9.1 rebotes, 5.3 assistências, além de incríveis 66.9% de aproveitamento nos arremessos. É óbvio que o ala-pivô não vai liderar a equipe defensivamente, mas você já consegue ver algum esforço de sua parte. Não vai fazer como um Larry Nance Jr, mas ele realmente está tentando evoluir.

Sim, eu critiquei Williamson por sua falta de profissionalismo e indiquei que, se ele não se cuidasse, sua carreira poderia ser abreviada. O excesso de peso contribuiu diretamente nas seguidas lesões que teve. Até o fim da última temporada, ele havia atuado em menos de 50% das partidas que poderia. Como resultado, Zion só chegou ao jogo 100 na NBA em sua quarta campanha.

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Sua explosão depende disso. Não basta ter toda a força do mundo se não conseguir entrar em quadra.

De olho nisso, a direção estabeleceu metas de peso em seu novo contrato. Assim, ele passa a ter mais cuidados com o seu corpo e começa a produzir como um verdadeiro astro.

Definitivamente, Zion Williamson pode ser MVP se estiver bem na parte física.

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Pelicans parece estranho, mas é eficiente

No papel, todo time precisa de um armador, um pivô (ou alguém que ocupe o garrafão), além de bons cestinhas e defensores. Mas o Pelicans não tem esse armador de ofício. CJ McCollum ocupa ali, o lugar de um, mas ele não é exatamente um organizador. O ex-jogador do Portland Trail Blazers é aquele cara que colabora no quesito, mas não é especialista.

Jonas Valanciunas, por exemplo, está longe de ser um bom defensor. Mas os fatos de ter 2,11 metros e saber espaçar a quadra, fazem dele uma peça importante em New Orleans.

Então, muita gente imaginava que poderia ser um problema ter Williamson e Valanciunas no garrafão.

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Eu, inclusive.

Acontece que o técnico Willie Green faz diversos ajustes durante os jogos e sempre tem um grande defensor para ajudar nas coberturas. Se não tem Herb Jones, tem o calouro Dyson Daniels. Larry Nance Jr entra sempre no começo das partidas para trancar o garrafão, enquanto Jose Alvarado importuna cada armador adversário.

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Então, o sucesso de Williamson depende de toda uma engrenagem que está funcionando.

Willie Green tem papel importante 

Embora receba críticas, o técnico Willie Green vem se aprimorando como treinador. É apenas a segunda temporada dele no cargo, após ser assistente de Steve Kerr no Golden State Warriors e Monty Williams no Phoenix Suns. Green não é aquele cara que fica berrando do lado da quadra o tempo todo. Ele observa e deixa o time jogar. Parte disso, é por conta de sua experiência como jogador da NBA por 12 temporadas.

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Green sabia que o Pelicans tinha talento dos dois lados da quadra, mas precisava de uma peça para completar o que queria. Sem ter a chance de utilizar Zion Williamson (que briga pelo MVP da NBA), ele levou o time aos playoffs em sua primeira campanha como técnico.

Com Williamson, as coisas ficam mais fáceis. Ele bateu o pé quando apareceram rumores de que o Pelicans poderia trocar o atleta. Green pediu que dessem mais tempo para trabalharem juntos. O resultado, por enquanto, é um sucesso. Nem o torcedor mais otimista acreditava que, em dezembro, o time estaria em primeiro.

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Mas está.

Hoje, New Orleans possui 18 vitórias em 26 jogos. Tudo bem que a temporada acabou de passar apenas por 25% de sua fase regular, mas tem algo legal acontecendo ali.

Zion Williamson MVP da NBA?

Vamos entender algumas coisas. Primeiro, ele só tem 22 anos. Colocar um time em primeiro que, na teoria, brigaria muito para se classificar entre os seis, é um fato incrível.

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Eu entendo, de verdade, quem defenda os três primeiros da corrida para o MVP (Tatum, Antetokounmpo e Doncic), mas não dá para negar o que está acontecendo. A disputa pelo prêmio não vai se resolver em dezembro, eu sei. Mas que coloca um novo nome na briga, isso coloca.

Ainda falta muito para a campanha 2022/23 acabar (só em abril). No entanto, se o Golden State Warriors não terminar em primeiro ou o Dallas Mavericks não estiver entre os quatro melhores da conferência, restarão apenas Ja Morant e Nikola Jokic na briga no Oeste.

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As duas vitórias seguidas sobre o Suns o colocam em outro patamar.

“Zion [Williamson] está se movendo rápido na briga pelo MVP”, escreveu o ex-jogador Eddie Johnson, comentarista nos jogos do Suns. “Ele é um problema sério para os adversários e se seu arremesso continuar melhorando, eventualmente vai ser o cestinha da temporada. Impressionante”.

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Sim, do outro lado ainda tem Tatum e Antetokounmpo. Eventualmente, um Joel Embiid ou um Donovan Mitchell. Mas como a NBA anda premiando o MVP também por fatos subjetivos, quem duvida?

Vale lembrar que, mesmo não tendo a melhor campanha (longe disso), Russell Westbrook foi MVP pelo Oklahoma City Thunder por conta de recorde de triplos-duplos. Depois, Jokic venceu a segunda vez por levar um time sem Jamal Murray e Michael Porter aos playoffs. Mesmo assim, o Denver Nuggets não era exatamente um dos melhores times.

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Então, aquele papo de o MVP só vai para o melhor jogador de uma das melhores equipes, acabou. E é nisso que Williamson pode crescer nas votações. Quer uma narrativa melhor que o Pelicans entre os primeiros?

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