Os recentes comentários de jogadores de atualidade sobre o basquete de antigamente vêm gerando um crescente mal-estar. Representantes de diferentes eras da liga estão em pé de guerra com a geração atual por causa do menosprezo com que são tratados. Isso gera indignação, revolta e, sobretudo, lamento. O ídolo Dominique Wilkins, por exemplo, se diz magoado com os atletas atuais da NBA.
“A minha geração sempre respeitou os jogadores de todas as gerações anteriores, pois aprendemos tudo com alguém. A gente só aprendeu o jogo e pôde jogar pelos ícones que vieram antes de nós. Reconhecer o passado é, em primeiro lugar, uma forma de respeitar o basquete. Nunca se ache maior do que o jogo. Ninguém é maior do que o jogo”, cravou a ícone da liga, em entrevista ao podcast “All The Smoke”.
A revolta dos jogadores antigos se acumula nos últimos anos. A mais recente polêmica aconteceu com Anthony Edwards, depois de dizer que Michael Jordan foi o único atleta habilidoso do seu tempo. No entanto, isso vem de muito antes e inclui gerações ainda mais antigas. Até o lendário Bob Cousy veio à público no ano passado para responder comentários bem desrespeitosos do novo técnico do Los Angeles Lakers, JJ Redick.
“Nós já tivemos o nosso tempo. É a vez desses grandes jogadores brilharem agora. Mas eu odeio quando tentam menosprezar a gente e o nosso legado só para provarem algo, sabe? Eles realmente não precisam fazer isso, pois a excelência em qualquer área e era se prova por si só. Então, não use quem veio antes de você como escada para se sentir mais alto”, cobrou o integrante do Hall da Fama.
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Nunca antes
Esse tipo de postura ganha incentivo a partir da onda de comparações da imprensa entre atletas de diferentes eras. Na offseason, em particular, essas discussões ganham força. Mas espera-se que os jogadores atuais tenham mais responsabilidade nos comentários do que um analista de televisão ou torcedor nas redes sociais. Dominique Wilkins fica especialmente triste porque, como jogador, nunca tratou assim um ídolo da NBA.
“Nunca fizemos esse tipo de comentários sobre os grandes jogadores que jogaram antes de nós. Eu não saí por aí dizendo que era melhor do que Wilt Chamberlain e Bill Russell, por exemplo, só para me sentir melhor. Pelo contrário. Eu falei com Oscar Robertson há pouco e sempre lhe digo que sou um grande admirador porque aprendi com ele. Tanto faz quem foi melhor”, explicou o veterano.
Wilkins tem 64 anos de idade, mas nunca perdeu a reverência com quem jogou antes de si. Ele aproveita cada chance de conversar com os ex-atletas que viu jogar, assim como na época de jogador. Afinal, não importa em qual era, isso é um privilégio único. “Todas as vezes em que posso falar com algum jogador do passado, eu viro uma criança em uma loja de doces. Para resumir, é um prazer para mim”, definiu.
Sem parar
As gerações atuais enfatizam muito a “evolução” do esporte em seus comentários menos elogiosos sobre jogadores do passado. Os avanços da preparação e medicina esportiva, afinal, quebram barreiras a cada ano. Os métodos de treinamento, da mesma maneira, condicionam os atletas cada vez melhor. Por isso, Wilkins alerta: tome cuidado, pois os desrespeitosos de hoje tendem a ser os desrespeitados por quem virá depois.
“Ninguém é maior do que o jogo porque sempre há alguém vindo depois de nós. A gente passa, mas o basquete segue. Então, nenhuma pessoa vai ser maior do que o esporte em si. Existem os ícones do jogo e eles sempre vão ter o seu lugar, como deve ser. Mas, com ou sem você, o esporte vai continuar mudando e crescendo”, avisou o ícone do Atlanta Hawks.
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