De volta ao Hornets, Miles Bridges comemora “segunda chance” na NBA

Ala foi reapresentado pelo Hornets após ficar uma temporada longe das quadras para resolver graves problemas legais

miles bridges nba hornets Fonte: Adam Hagy / AFP

Dizem que todos merecem uma segunda chance na vida. No entanto, há casos e casos. Nem sempre as situações são tão simples para simplesmente perdoar. A NBA e o Charlotte Hornets, no entanto, resolveram dar um voto de confiança a Miles Bridges. O ala foi reapresentado pela equipe após ficar uma temporada inteira afastado das quadras para resolver graves problemas legais.

“Eu quero desculpar-me com todos, antes de tudo, pela dor e vergonha que causei. Peço perdão, em particular, da minha família. Priorizei, durante esse ano afastado, fazer terapia e tratamento para tornar-me o melhor ser humano que posso. Quero ser, no fim das contas, alguém que os meus familiares e todos nessa organização tenham orgulho”, declarou o jogador, em entrevista coletiva.

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Bridges foi preso em maio do ano passado por causa de uma acusação de violência doméstica. Um laudo médico comprovou que a sua parceira, em primeiro lugar, foi vítima de uma tentativa de estrangulamento. Além disso, teve várias outras lesões incluindo uma concussão, fratura nasal e trauma nas costelas. Para piorar, o caso assustador aconteceu diante dos dois filhos do casal.

“Compreendo que algumas pessoas não acham que mereça uma segunda chance. Muitas pessoas, aliás, nem têm uma segunda chance. Então, eu preciso usar esse ano para mostrar quem sou. Não quem todos pensam que Miles é, mas quem sou de verdade. E, para resumir, quero provar que sou aquele mesmo garoto draftado cinco anos atrás”, defendeu-se o atleta de 25 anos.

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Decisão difícil

Falar em “segunda chance” é muito difícil em um caso que poderia ser enquadrado como uma tentativa de feminicídio no Brasil, por exemplo. Ainda mais, quando ela envolve uma vaga na NBA e um salário de milhões no Hornets para Miles Bridges. Não é uma segunda chance comum, então. O gerente-geral Mitch Kupchak contou que a decisão foi difícil, mas muito bem pensada internamente.

“Esse é um tópico polarizador, certamente. Nem todos concordam sobre o que nós deveríamos fazer. É uma situação muito difícil de administrar, sobretudo. Eu não posso dar detalhes, mas digo que realizamos uma investigação com os melhores aconselhamentos legais. Recebemos bastante informação e tudo foi considerado antes de fechar a renovação”, garantiu o veterano executivo.

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Bridges respondeu criminalmente não só agressão, mas também por posicionar os filhos em risco de morte. Declarou-se inocente, em um primeiro momento. Logo em seguida, foi condenado a três anos de liberdade condicional. A sua reação à pena não sugeriu inocência, pois aceitou a punição sem recorrer. Além disso, ainda tem dez jogos de suspensão da NBA a cumprir.

“Em algum momento, você precisa fazer um julgamento que não é nada fácil. Miles está realmente arrependido e, mais do que isso, responsabilizou-se por seus atos? Levamos tudo em conta para, assim, darmos essa segunda chance. Os jogadores do elenco estão felizes com o seu retorno, mas ele vai precisar recuperar a nossa confiança a cada dia”, avisou Kupchak.

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Agência livre

A situação de Miles Bridges no Hornets, no entanto, está mais para um quadro em suspenso do que um “final feliz” na NBA. As negociações entre os times para uma extensão não deram certo e, por isso, o ala aceitou a oferta qualificatória. Ele vai voltar a ser agente livre, como resultado, na próxima temporada. A questão segue em aberto, mas não é a preocupação de ninguém nesse momento.

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“Do ponto de vista do basquete, certamente, nós estamos empolgados em ter Miles de volta. A sua última temporada, afinal, foi a melhor da carreira. E, sobre o futuro, não há o que dizer agora. Nós vamos ter que esperar para ver o que acontece na temporada. O que tivermos que negociar dentro de um ano, nós só vamos negociar dentro um ano”, finalizou o gerente-geral de Charlotte.

Bridges, assim como Kupchak, não quer pensar na próxima agência livre. Tem uma temporada inteira de desafios para preocupar-se até chegar lá. “Eu tive sorte, pois não sabia o que poderia acontecer com a minha carreira. Então, agora, o meu foco está em controlar o que posso controlar. Entrar em quadra e, mais do que isso, tornar-me uma pessoa melhor”, reforçou o reintegrado jogador.

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