Hettsheimeir torna o Flamengo o melhor time das Américas?

Guilherme Ramos analisa como o pivô pode deixar a equipe carioca ainda mais favorita aos títulos que disputar na próxima temporada

Fonte: Guilherme Ramos analisa como o pivô pode deixar a equipe carioca ainda mais favorita aos títulos que disputar na próxima temporada

Rafael Hettsheimeir, pivô da seleção brasileira, foi anunciado na semana passada pelo Flamengo. Na sua nova construção de elenco, conhecida pela campanha #RetomadaDasAméricas, a equipe rubro-negra busca construir um elenco que consiga brigar por títulos novamente em nível internacional, como em anos anteriores. E, com a contratação de Hettsheimeir, estão muito próximos disso. Mas como o antigo jogador de Franca pode contribuir para as ambições cariocas?

A rotação dos pivôs no Flamengo ao longo da última temporada era composta por, basicamente, Rafael Mineiro, Olivinha, Léo Demétrio e Eloy Vargas. Mineiro, que será quem dividirá minutos com Hettsheimeir, é um dos jogadores mais eficientes do time. Em estatísticas avançadas, o titular da posição no NBB 12 foi o segundo tanto em eficiência ofensiva (117.7) quanto defensiva (103.4), atrás apenas de Zach Graham em ambos os quesitos. Em Franca, Hettsheimeir teve bons números, principalmente na defesa, mas não chegou perto de liderar esses quesitos, ficando atrás de nomes como David Jackson, Elinho, Lucas Dias e Leo Schattmann. 

O que pode abrir os olhos dos flamenguistas, entretanto, é o encaixe de Hettsheimeir ao estilo de jogo do técnico Gustavo De Conti. O pivô jogou 24.8 minutos por partida em Franca, o que significa que a queda de minutagem não será brusca e, com isso, seu desempenho não tende a cair. Rafael Mineiro tinha média de 23.5 minutos por jogo, enquanto Eloy Vargas, 15.8. Com a chegada de Hettsheimeir, a ideia é que a rotação na posição cinco seja mais fixa, para que Léo Demétrio, por exemplo, também possa performar no mais alto nível como ala-pivô.

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A combinação do poderio ofensivo de Hettsheimeir e a assistência defensiva de Mineiro pode ser ainda mais interessante para o Flamengo. Longe dos 30 minutos por partida que já jogou na carreira, o ex-Franca contribuía ativamente no ataque com 13.5 pontos e, em comparação direta com outros pivôs rubro-negros, mostrou-se mais competente com a bola na mão. Hettsheimeir, com 26.8, foi o jogador mais usado de Franca, mas Vargas (23.5), Demétrio (23.5) e Olivinha (23.2), tiveram menos êxito ofensivamente com números de uso muito próximos ao do novo pivô flamenguista. 

https://youtu.be/WAzYUIS-3WM

E quando se fala de repertório ofensivo, Hettsheimeir é um dos grandes nomes na história da posição no NBB. E esse arsenal de ferramentas é um casamento perfeito para o Flamengo, que pode usar da sua característica cadência na meia-quadra, uma vez que, aos 34 anos, Hett já não é tão móvel, além de saber aproveitar suas diferentes armas no contra-ataque (espaçar a quadra, cortar para o meio, puxar marcação ou mesmo jogar no garrafão). A combinação dos armadores (Franco Balbi e Yago) também mostra as facetas ofensivas do pivô campeão do NBB: com Yago, pode liberar o meio para suas entradas explosivas e, com isso, abrir a quadra para chutes de três (37% na carreira); enquanto com Balbi pode trabalhar o pick and roll de diversas opções, como arremessos do poste alto, um ataque mais posicional no poste baixo ou um esquema fluido e de abertura de espaços, como a tão falada motion offense (ataque de movimentação).

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Com Olivinha, Hettsheimeir forma uma dupla forte e pesada, e mesmo que o ex-Franca não seja lembrado pela sua defesa, é notável que os adversários terão dificuldade em penetrar um garrafão com os 125kg do novo reforço e a força bruta do “Deus da Raça”. Além disso, o pivô libera o talento dos demais companheiros – Léo Demétrio, que tende a ter menos minutos na posição cinco, pode ser melhor aproveitado (21.3 pontos por 40 minutos); Yago, que terá mais opções de qualidade tanto para pontuar quanto para passar a bola; Balbi, que terá mais um grande jogador para acionar no ataque; e Olivinha e Marquinhos, que terão um talento gigante para ajudar na pontuação. 

Gustavinho tem, possivelmente, o melhor elenco da carreira em suas mãos. Astros que não veem problema em ter menos minutos, jogadores especialistas em cada setor (Jhonatan na defesa, Marquinhos na pontuação, Balbi na armação, Demétrio um exímio sexto-homem) e a gana da diretoria em formar, novamente, uma equipe para vencer todos os títulos possíveis, formam, indiscutivelmente, uma das melhores equipes da América Latina. 

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