O Atlanta Hawks, um dos três times da conferência Leste que tem campanha positiva (17-13), sofreu um duro golpe nesta semana após a grave lesão sofrida por Al Horford. O pivô dominicano, de 27 anos, é o melhor jogador do Hawks e sua ausência vai impactar a ótima temporada da equipe.
Horford foi diagnosticado com uma ruptura total em seu músculo peitoral direito e vai ficar fora de ação por período indeterminado. É bastante provável que ele volte a atuar somente na próxima temporada. Vale lembrar que o pivô teve a mesma lesão em 2011/2012. Na época, ele desfalcou a equipe por 55 jogos.
Inegavelmente, Horford é um dos melhores pivôs da NBA. Saudável, ele seria figura certa no próximo All-Star Game. Em 2013/2014, o dominicano vinha jogando seu melhor basquete desde que chegou à NBA, em 2007. Com as saídas de Joe Johnson e Josh Smith, Horford finalmente assumiu o papel de franchise player e não decepcionou nos 29 jogos que disputou nesta temporada. Suas médias (as melhores da carreira em pontos, tocos e arremessos de quadra) foram de 18.6 pontos, 8.4 rebotes, 2.6 assistências e 1.5 toco, além de um excelente aproveitamento de 56.7% nos arremessos.
Veja na imagem abaixo como é o aproveitamento de Horford no ataque. Reparem que, além de pontos próximas à cesta, o camisa 15 do Hawks tem um arremesso quase mortal da cabeça do garrafão.
Para se ter uma ideia da importância de Horford para o Hawks, vamos analisar, agora, o impacto defensivo que ele traz ao time. Além de ser o principal protetor da cesta da equipe, o dominicano limita seus oponentes no garrafão a um aproveitamento de apenas 47.8% nos arremessos de quadra. Nesse quesito, ele está à frente de pivôs notadamente defensivos como Tyson Chandler (48.5%), Andre Drummond (49.2%) e Derrick Favors (49.5%).
Os números mostram que Horford irá fazer mais falta na tábua defensiva do que no ataque. Para pontuar, o time tem Jeff Teague, Louis Williams, Kyle Korver e Paul Millsap. O fato é que o time de Atlanta não tem em seu elenco um big man à altura de Horford e esse será o real motivo da provável queda de produção da equipe. Elton Brand está em fim de carreira e ajuda pouco em quadra; Gustavo Ayón nunca fez nada na NBA e parece fadado a ser apenas um bom jogador no basquete FIBA; e Pero Antic chegou à liga apenas nesta temporada e ainda não inspira nenhuma confiança.
Sem Horford, Teague e Millsap passam a ser os principais nomes do time de Atlanta. O armador vem fazendo uma temporada irretocável, sendo considerado um dos melhores da posição na conferência Leste. Já Millsap, em seu primeiro ano de Hawks, vem angariando ótimos números (16.8 pontos, 8.3 rebotes, 2.8 assistências, 1.6 roubo de bola e 1.0 toco). Nesta temporada, ele vem utilizando com mais frequência o arremesso de longa distância e isso vem dando certo, já que seu aproveitamento nas bolas de três pontos é de 45.7%.
Com pivôs tão limitados em seu plantel, o Hawks pode ir ao mercado para buscar uma peça de qualidade. Segundo a imprensa norte-americana, o GM da franquia, Danny Ferry, deverá tentar novamente um contato com o Houston Rockets para discutir uma troca envolvendo o pivô Omer Asik. Mas o problema é que o time texano está pedindo muito para liberar o jogador turco.
Em hipótese alguma, Ferry, por exemplo, vai abrir mão de Teague, Millsap ou até mesmo Korver para trazer Asik. As moedas de troca do Hawks são uma das duas escolhas de primeira rodada que o time terá no próximo draft, o ala-armador Louis Williams (que tem um contrato expirante de 5,2 milhões de dólares) e os expirantes do ala-pivô Mike Scott e do veterano Elton Brand. Mas será que Ferry está propenso a abrir mão de uma pick do badalado recrutamento de 2014? Eu duvido.
A meu ver, o certo a se fazer, no caso do Hawks, é terminar a temporada com o mesmo elenco. Mesmo que Horford estivesse saudável e atuasse por toda a temporada, todo mundo sabe que o Hawks não teria chances contra Indiana Pacers ou Miami Heat, em uma provável semifinal de conferência. Só uma tragédia para que Pacers e Heat não façam a final do Leste, não é mesmo?
Como o nível da conferência Leste é tenebroso, dificilmente o time de Atlanta ficará de fora da pós-temporada. A questão é simples: com Horford, o Hawks chegaria bem nos playoffs, com mando de quadra garantido na primeira rodada e teria grandes chances de passar para uma semifinal. Sem ele, a equipe deve se classificar, mas não terá vida fácil para alcançar a segunda rodada.
Por isso é que a gerência da franquia não pode comprometer o futuro da equipe por causa da lesão de Horford. Eu não abriria mão de uma escolha de primeira rodada do draft de 2014 pelo Asik, por exemplo. Para o ano que vem, além das duas picks de primeira rodada, o time de Atlanta terá Horford, Teague, Korver e Millsap, que formam a espinha dorsal da equipe, com contratos garantidos. Portanto, os torcedores do Hawks devem ficar chateados, claro, com a lesão de Horford, mas sobretudo esperançosos de que o futuro da equipe promete muitas alegrias.