Uma ameaça de greve (lockout) pode impedir a próxima temporada do melhor basquete do mundo. Sindicato dos Jogadores, proprietários das franquias e a própria NBA vivem um impasse quanto ao atual Acordo de Negociações Coletivas (CBA), que expira no próximo dia 30 de junho. Os donos das equipes, insatisfeitos com as perdas acumuladas nos últimos anos, querem cortar gastos e pretendem reduzir os salários dos jogadores em até 30%, o que é inaceitável pelos atletas.
Várias reuniões já foram feitas nos últimos meses e nada foi resolvido quanto ao novo CBA. As partes envolvidas têm até o dia 1o de julho para chegarem a um acordo. Do contrário, a temporada 2011/2012 está ameaçada.
Na proposta inicial, os proprietários buscaram uma redução de quase 800 milhões de dólares em salários para a próxima temporada. O comissário da NBA, David Stern (foto), já disse que a Liga está projetando um prejuízo de 300 milhões de dólares na atual temporada. No ano passado, as perdas foram estimadas em 400 milhões de dólares.
O porta-voz oficial da NBA, Tim Frank, disse que a Liga apresentou uma nova oferta ao Sindicato dos Jogadores na semana passada. Os jogadores, por sua vez, ficaram chateados com essa proposta. Eles disseram que a nova oferta de um CBA válido pelos próximos dez anos não é muito diferente da última proposta.
“Infelizmente, a proposta é muito semelhante àquela que a Liga nos apresentou há mais de um ano. Ela não chega nem perto do que esperávamos”, disse o presidente do Sindicato dos Jogadores, Derek Fisher, armador do Los Angeles Lakers.
Essa foi a segunda proposta formal apresentada pelos donos das equipes, que querem diminuir os valores dos contratos existentes. Os cartolas não abrem mão de um novo sistema operacional econômico, que é necessário, segundo eles, para dar às 30 equipes da Liga uma possibilidade igual de ser lucrativa e brigar pelo título. Em contrapartida, os jogadores têm argumentado que a NBA nunca ganhou tanto dinheiro em contratos publicitários e televisivos, e não aceitam a redução dos salários.
“Estamos estudando cada termo da proposta e, junto com os jogadores e o nosso comitê executivo, determinaremos os próximos passos para levar essa negociação adiante. Eu continuo a trabalhar nisso diariamente, já que é uma questão muito séria e tenho a responsabilidade de tentar o melhor acordo possível para os jogadores”, comentou Fisher.
Vale lembrar que a NBA não enfrenta uma greve desde 1998/1999, quando a Liga perdeu quase meia temporada (50 jogos foram disputados na temporada regular) em razão de um impasse na negociação do atual CBA. Naquela temporada, pela primeira e única vez na história, o All-Star Game deixou de ser realizado.