Poucos países têm momentos de maior hegemonia na história recente dos esportes do que os Estados Unidos no basquete. Mas, certamente, não vivemos um desses períodos agora. A equipe principal masculina, afinal, sofreu uma ou mais derrotas nos últimos três torneios internacionais que disputou. O diretor da USA Basketball, Grant Hill, admite que foi-se o tempo em que a seleção dos EUA era realmente temida.
“Não existe mais aquela mística em jogar contra os atletas da NBA. Antes, várias seleções ficavam ‘paralisadas’ quando viam um Charles Barkley ou Karl Malone. Isso ficou para trás. Uns 30% dos jogadores da liga, afinal, são de outros países. Ainda há respeito, claro, mas ninguém sente aquele medo ou a intimidação de antigamente”, reconheceu o ex-jogador, em entrevista ao site Basket News.
Como sugere Hill, pode-se dizer que a “culpa indireta” da evolução da concorrência passa pelos próprios estadunidenses. A globalização da NBA, afinal, tirou os atletas da liga de um pedestal. Além disso, ajudou a desenvolver jogadores e equilibrar as forças no mundo do basquete. O executivo, no entanto, também acredita que o jogo nunca esteve tão parecido em diferentes partes do planeta.
“O basquete mudou muito nas últimas décadas. E, assim, os jogos da NBA e FIBA estão cada vez mais parecidos. É evidente que ainda há diferenças evidentes. Eu gosto de partidas com 48 minutos, não 40, por exemplo. Mas o nível de talento está bem próximo. A capacidade de arremesso, por exemplo, evoluiu em todos os lugares do planeta”, avaliou o integrante do Hall da Fama.
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Diferenças
Hill compara o basquete FIBA e da NBA, certamente, com conhecimento de causa. Ele jogou quase duas décadas na liga norte-americana e foi eleito para sete Jogos das Estrelas. Ao mesmo tempo, foi campeão olímpico com o Team USA em 1996. Tem um carinho, por isso, pelos dois lados da moeda. Ter feito carreira nos EUA não impede que consiga ver as vantagens do jogo internacional.
“Eu adoro a fisicalidade do jogo internacional, pois lembra-me a NBA da década de 1990. Além disso, a paixão em quadra é admirável. Jogar pelo seu país possui um significado maior. Dá para ver a diferença de postura de alguns jogadores da liga, por exemplo, atuando na seleção. Eles jogam em outro nível porque há um senso de orgulho maior”, detalhou o ex-atleta do Detroit Pistons.
Com os estadunidenses, que levam um elenco jovem e renovado a cada Mundial, Hill vê um trabalho com singularidades comparado ao resto do mundo. “Na nossa seleção, em particular, eu gosto de ver a experiência que esses jovens jogadores adquirem em pouco tempo. E, acima de tudo, as conexões e laços que criam-se. São relações que duram para sempre”, explicou.
Proximidade
Grant Hill sabe que a seleção dos EUA de basquete sempre passou uma impressão de hegemonia e força. É uma das favoritas em qualquer competição que dispute, para resumir. Mas o ex-ala, ao mesmo tempo, acha que a sensação de domínio é exagerada. O diretor da USA Basketball acha que os períodos hegemônicos foram bem mais curtos do que se dá crédito – e, acima de tudo, não vão voltar.
“Não falamos o bastante sobre como o resto do mundo alcançou os EUA de forma rápida. É interessante como, depois dos dois Dream Teams, nós já tomamos um susto nas Olimpíadas de Sydney-2000. Todos ficaram surpresos com a diferença diminuindo. Então, perdemos em 2002 e 2004. Todos precisam compreender que aquele abismo nunca mais vai existir”, finalizou o realista dirigente.
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