Fonte: Adam Pantozzi / AFPÉ normal dizer que o auge de um jogador de basquete ocorre entre os 28 e 32 anos de idade. Mas, aos poucos, essa ideia começa a ser revista. A evolução da medicina esportiva e preparação física, como resultado, estende cada vez mais a carreira dos atletas. LeBron James pode ser um exemplo extremo, mas, para Gilbert Arenas, a sua durabilidade cria um novo padrão de exigência para jogadores da NBA.
“Eu acho que a longevidade de LeBron coloca muita pressão nos jogadores da NBA hoje. Ele já está com quase 39 anos, afinal, e marca 30 pontos em um jogo como se fosse um calouro. Tornou-se, assim, um novo padrão para análise. Nós temos, agora, uma amostra do que um cara com 38 ou 39 anos pode fazer em alto nível. Isso é o que vamos passar a esperar”, afirmou o ex-atleta, em seu podcast.
James é um símbolo da longevidade na NBA hoje, mas não é um pioneiro. Ele só dá sequência, na verdade, a uma tendência de carreiras mais longas que observamos nesse século. A liga teve 31 atletas que entraram em quadra com mais de 40 anos de idade. Vinte e um deles jogaram nos anos 2000. Quatorze, aliás, estiveram em ação de 2013 para cá. Vivemos, em síntese, uma revolução nesse sentido.
“Isso significa uma nova forma de enxergamos como são as carreiras no basquete, para resumir. Há jogadores que começam a ‘desacelerar’, por exemplo, aos 31 ou 32 anos. Mas temos um cara fazendo 27 pontos por jogo durante uma temporada inteira com 38 anos. Então, para ser sincero, eu já não sei se podemos aceitar um ‘declínio precoce’ como antes”, argumentou o ídolo do Washington Wizards.
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Chave do sucesso
É inegável que LeBron James tem uma condição físico-atlética natural que poucos jogadores da NBA possuem. E, por isso, “sai na frente” por uma carreira mais longa e saudável. Mas os dons naturais são uma pequena parte dessa história. Ele investe milhões todos os anos para a preservação do seu corpo. E, além disso, achou um aliado na batalha contra o tempo no treinador particular Mike Mancias.
“Nunca conseguiria jogar 20 temporadas na NBA, antes de tudo, sem Mike ao meu lado. É simples assim. Não estaria em condições de jogar nesse altíssimo nível de atuação por tantos anos, certamente, sem o seu trabalho e acompanhamento. Ele virou uma pessoa essencial para a minha técnica, performance e estabilidade mental também”, reconheceu o experiente craque.
James credita Mancias por várias das estratégias e rotinas de treinos que o mantém inteiro. Para resumir, ele é a chave do seu sucesso e integridade. “Eu poderia atuar no patamar que veem todos os dias por uns sete a 12 anos sem esse trabalho. Mas duas décadas? Mike é o motivo pelo qual estou aqui, assim, depois de tanto tempo”, reverenciou o ala.
Outros exemplos
Existem outros exemplos, no entanto, da forma como a longevidade na liga ganhou uma nova dimensão. E trata-se de mais do que só anos de carreira. Nunca se viu tantos craques na liga mantendo o alto rendimento acima dos 33 ou 34 anos, por exemplo. Para Josiah Jackson, coapresentador do podcast de Arenas, a longevidade vai virar uma nova regra na NBA.
“Não é só LeBron, se você pensar bem. Stephen Curry e Kevin Durant estão na faixa dos 35 anos, por exemplo, e ainda em alta. Antes, nós víamos um atleta de 30 anos e entendíamos que era o começo do fim. Mas, hoje, é uma idade normal. Você pode jogar numa boa”, salientou Josiah Jackson, colega de comentários do ex-jogador.
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