Leandrinho Barbosa já havia passado por momentos individuais melhores na NBA, mas nada vai se comparar à última temporada. O ala-armador brasileiro teve que esperar até setembro do ano passado, às vésperas do início do período de treinamentos das equipes, para receber uma proposta parcialmente garantida da NBA. Ele aceitou a oferta do Golden State Warriors, garantiu uma vaga no elenco e tornou-se um bom reserva na campanha que levou o time ao seu primeiro título da liga em 40 anos.
“A ficha ainda não caiu. Eu sou campeão, cara. É difícil acreditar por causa de muitas coisas que aconteceram na minha vida e carreira. Não tenho muitas palavras para dizer o tamanho da emoção, é um momento muito feliz. Foi uma longa jornada. São 12 anos de carreira em busca de um sonho, de um objetivo, que era ser campeão da NBA. Consegui”, desabafou o segundo brasileiro campeão da NBA, em entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo no último fim de semana.
Para Leandrinho, mesmo que o título não viesse, o ano já teria sido altamente positivo. Depois de duas campanhas seguidas encerradas prematuramente por sérias lesões, muitos analistas questionavam suas condições físicas e até chegaram a decretar o fim de sua passagem pela NBA. Ele deu a volta por cima: disputou 66 partidas da temporada regular dos californianos – mais do que as duas anteriores somadas, por Phoenix Suns e Boston Celtics.
“Muita gente já não acreditava mais em meu trabalho, disseram que eu não iria mais jogar na NBA e que não tinha condições. Deu para tapar a boca de muita gente. Fico feliz porque fui persistente, corajoso. Tive raça, vontade. E, se tivesse que passar por tudo de novo do jeito que foi, eu passaria”, assegurou o ala-armador, que registrou média de 7.1 pontos em quase 15 minutos de ação por noite na temporada passada.
De contrato renovado e vaga garantida no elenco de Steve Kerr, Leandrinho agora se prepara para ajudar o Warriors a defender o título. Sua atenção, porém, divide-se entre o momento e o desafio que vai enfrentar no Rio de Janeiro, no ano que vem. Salvo uma inesperada mudança, o atleta de 32 anos será titular da seleção brasileira nas Olimpíadas e vê com otimismo as chances dar uma medalha ao basquete brasileiro em casa.
“Eu penso alto pela equipe que temos, pelo tempo que estamos juntos. Acredito que estamos ali nas pontas. Vejo que estamos entre os quatro melhores, por termos um time bom, com potencial. Não sei se vai ser o último torneio desta geração pela seleção, mas temos de jogar como se fosse o último. O que mais queremos é uma medalha. Eu tenho certeza que isso irá acontecer”, cravou o segundo brasileiro campeão da NBA, já planejando fazer história mais uma vez.