EXCLUSIVO: Betinho fala da evolução da Unifacisa no NBB 13

Ala de 32 anos concede entrevista ao Jumper Brasil e comenta sobre a temporada do time paraibano

Betinho Unifacisa Fonte: Foto: Beto Miller

Sensação da última temporada, a Unifacisa ganhou destaque ao reformular grande parte de seu plantel e realizar diversas contratações para 2020/21, como a do ala Betinho. Visando brigar entre os melhores do cenário nacional, a equipe paraibana montou um elenco estrelado, com reforços pontuais e peças individuais importantes.

No entanto, o panorama dos campinenses nos jogos iniciais do NBB 13 não foi positivo. Nos cinco primeiros jogos, o time da Paraíba sofreu quatro derrotas e enfrentou mudanças internas após Felipe ‘Fillet‘ Santana deixar o clube para César Guidetti, o Cesinha, assumir logo em sequência.

A virada de chave dos paraibanos veio junto à chegada do novo técnico ao núcleo da equipe. Sob o comando do ex-treinador do Pinheiros, a Unifacisa venceu quatro dos últimos cinco jogos, anotando 90 pontos ou mais e sofrendo menos de 75 pontos em 80% das partidas. De fato, Cesinha elevou o patamar dos campinenses, que agora figuram na oitava colocação do NBB, posição limite para classificar-se a Copa Super 8.

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Um dos pilares da equipe, o ala Betinho foi quem mais sentiu o impacto da mudança de comandante, sobretudo por já ter trabalhado com Guidetti no clube pinheirense. Após duas temporadas de sucesso vestindo a camisa do Pinheiros, o atleta de 32 anos decidiu encarar um novo desafio e abraçou o sólido e competente projeto da Unifacisa.

No NBB 2019/20, Betinho foi um dos principais destaques da competição, finalizando a temporada com médias de 16.1 pontos, 3.5 rebotes, 3.7 assistências e 14.9 de eficiência, além de aproveitar 39% dos arremessos de três pontos e 53.7% de dois pontos e, claro, marcar 46 pontos em uma só partida, recorde da temporada.

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Agora, defendendo as cores da Unifacisa, Betinho não tem apresentado o mesmo poderio ofensivo, mas vem nitidamente evoluindo seu jogo, especialmente em áreas não tão exploradas pelo jogador em edições anteriores.

Em entrevista ao Jumper Brasil, Betinho comenta sobre mudanças na Unifacisa, evolução em seu jogo, metas para a temporada e mais.

Foto: Reprodução Instagram/Betinho Nardi

Confira, na íntegra, a entrevista com o ala Betinho Nardi 

Jumper Brasil: Betinho, desde a chegada do técnico César Guidetti ao comando da Unifacisa, o time venceu quatro jogos consecutivos e sofreu uma derrota dura contra Mogi, em jogo decidido no detalhe. Qual o impacto do Cesinha na equipe? E quais mudanças ele optou e se permitiu fazer para vocês reencontrarem o caminho das vitórias?

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Betinho: A chegada do César foi muito importante, e fez a diferença logo de cara. Vivíamos um momento ruim, de derrotas, e logo conseguimos uma sequência de vitórias. Ele nos trouxe confiança, mesmo mudando muito pouco. O diferencial foi a defesa. Ele nos impôs o jeito dele de defender, nos comprometemos com esse sistema, e deu certo. Essa foi a principal mudança, exigir nossa defesa o tempo todo.

JB: Presumo que o objetivo da Unifacisa, ao menos na primeira metade da temporada, é garantir uma vaga na Copa Super 8, certo? No mais, pelo elenco montado, quais são as metas da equipe para o semestre inicial de 2021?

B: Por tudo o que passamos, o objetivo na primeira metade da temporada é chegar ao Super 8. Mas a nossa meta principal é colocar a Unifacisa no cenário internacional, classificar a equipe para uma competição internacional, Sul-Americana ou a Champions League. Esse é o nosso principal objetivo para a temporada.

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JB: Apesar da derrota na última semana, foi possível ver uma evolução da Unifacisa, sobretudo nos quatro triunfos expressivos contra equipes de “meio de tabela”. A equipe evoluiu taticamente nos dois lados da quadra: ofensivamente (quatro jogos com + de 90 pontos) e defensivamente (quatro jogos sofrendo menos de 75 pontos). Qual foi o momento da virada de chave após atuações decepcionantes na “primeira fase” da bolha em Mogi?

B: A virada aconteceu logo na primeira reunião com o César. Ele foi muito verdadeiro com a gente, disse o que deveríamos mudar, e, ao mesmo tempo, foi muito pontual, nos passando muita confiança. Essa conversa foi um divisor de águas para a gente virar a página e emplacar uma sequência de vitórias. Ele focou individualmente com os atletas, e foi muito bom. A partir dali, mudamos e passamos a ter um novo time.

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JB: Finalizando o tema “coletivo”, Betinho, você acha que a Unifacisa já atingiu seu potencial ou ainda tem muito mais a mostrar? Na sua opinião, o que precisa ser melhorado para o time “voar alto” no NBB?

B: Sei que estamos longe do nosso potencial, ainda faltam muitos ajustes. Um trabalho foi interrompido em pouco tempo, o César chegou no meio dos jogos, mas conseguimos encaixar bem. De fato, somos um time que mais tem a evoluir, que mais tem a crescer na competição.

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JB: Em termos de pontuação, você vem fazendo um início de temporada abaixo quando comparado à temporada passada. No entanto, seu impacto nos jogos vem sendo bastante positivo. A bola não vem caindo (30% de aproveitamento nos três pontos e 39% nos dois pontos), mas o “playmaker” Betinho vem compensando com uma entrega maior na defesa e, claro, sendo efetivo na distribuição do jogo (+ de 4 assistências e 1.5 roubos de bola em média na temporada). Inicialmente, você está satisfeito com esse novo papel? Qual a sua análise sobre o seu início de temporada?

B: Estou bastante satisfeito com o meu papel no time no momento. Eu quero causar mais impacto, ir além da pontuação, e acredito que estou conseguindo fazer isso. Estou ajudando defensivamente, criando jogadas, achando mais meus companheiros em quadra. Realmente meu aproveitamento está horroroso. Sou o mais crítico do meu trabalho, não estou satisfeito, mas estou trabalhando muito para, naturalmente, melhorar os meus números. Sempre foi assim em minha carreira: não está bom, trabalho ainda mais. Estou confiante de que meu jogo vai evoluir ao longo da temporada.

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JB: Antes do início da temporada, o Jumper Brasil apontou que a movimentação de bola seria uma das dificuldades da Unifacisa na temporada, pois Morillo, Barnes e você, por exemplo, são jogadores que costumam ter amplo volume e, consequentemente, a bola na mão por muito tempo. O encaixe entre vocês, inicialmente, não foi totalmente positivo, mas o Cesinha aparenta ter encontrado a fórmula perfeita para a equipe. Para alguém que costuma ter a bola na mão, é difícil se adaptar com volume dividido? Vale lembrar que você já teve situação parecida com Dawkins e Bennett no Pinheiros.

B: Temos que ter paciência com um time que é criado do zero, que tem jogadores com características juntas. O Nate lesionou na pré-temporada, eu senti o joelho também, acabei perdendo alguns treinos, então não tivemos muito tempo de treino juntos. Agora estamos tendo, e as coisas estão melhorando. O César está desenhando bem como podemos atacar melhor, estamos ajustando tudo isso. Jogar com esses caras é um prazer, só me dão coisas boas para evoluir cada vez mais, e tenho certeza que os próximos jogos serão ainda melhores para o time.

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JB: Por fim, gostaríamos de saber como é sua relação com o Cesinha, já que vocês haviam trabalhado juntos no Pinheiros.

B: Eu conheço o César há muito tempo, foi meu treinador quando eu tinha 16, 17 anos. Nossa relação é muito boa, um respeito muito grande, confiança enorme de ambas as partes. Tive duas temporadas ótimas com ele no Pinheiros, e é muito bom tê-lo por perto em mais uma temporada. Sabemos conviver bem, ele sabe como me cobrar, eu sei como colocar um questionamento, e isso é fundamental para o sucesso.

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