Estratégia defensiva expõe lacuna do jogo de Ja Morant em Orlando

Dificuldade no arremesso de três pontos vem limitando novato em execução do melhor de seu jogo – e adversários exploram essa vantagem

Fonte: Dificuldade no arremesso de três pontos vem limitando novato em execução do melhor de seu jogo - e adversários exploram essa vantagem

A dificuldade dos jogos aumenta nos playoffs, majoritariamente, pela atenção aos detalhes dada pelos treinadores. Embora preparem-se para todas as partidas da temporada, eles passam a olhar com mais cuidado para formatar planos de jogo e minimizar pontos fortes dos adversários no mata-mata. É natural. Nós ainda não chegamos lá, mas o Memphis Grizzlies enfrentou coisa parecida até agora.

O oitavo colocado do Oeste já enfrentou adversários diretos pela última vaga nos playoffs e sofreu derrotas doídas. Faz sentido: para Portland Trail Blazers e New Orleans Pelicans, basicamente, esses já eram jogos de playoffs. E exemplo dessa abordagem é o fato das defesas estarem “abusando” da principal lacuna técnica de Ja Morant para minimizar sua efetividade como infiltrador.

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Técnicos dos dois times, Terry Stotts e Alvin Gentry, resolveram que o calouro teria que acertar arremessos de longa distância para vencê-los. Foi uma aposta: ele não está pronto para isso. Para tanto, ambos optaram por coberturas mais “comedidas” nos pick-and-rolls – orientaram que o defensor primário do jovem fosse para baixo do bloqueio, “oferecendo” o arremesso e tirando infiltrações. Deu certo.

Essa aposta tem exposto, em especial, as dificuldades de Morant acertar tentativas longas em pull ups, ainda que tenha espaço para fazê-lo. Ele havia arremessado, em média, apenas 1.2 pull ups para três pontos por partida antes da suspensão da temporada. Em Orlando, esse número disparou para 4.0 tentativas – e, fora de sua zona de conforto, conectou apenas 18.8% desses chutes.

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A estratégia não é novidade: outros armadores muito atléticos, como John Wall e Russell Westbrook, conviveram com ela ao longo de todas as suas carreiras. Mas, para o provável novato do ano na liga, é uma novidade que vai servir como um aprendizado importante. Ele terá a próxima offseason inteira para trabalhar o seu arremesso e, mais do que isso, encontrar formas de rejeitar essa “sugestão” da defesa para seguir colocando pressão no aro.

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Nesse contexto, a estratégia do rescreen – quando o pivô nota que o armador do oponente decidiu ir para baixo do bloqueio e realoca um segundo bloqueio, mais profundo – pode permitir que Morant ganhe terreno e tenha o arremesso de média distância à sua disposição, que pode estar mais adequado ao alcance atual de seu pull up.

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